Kan Çiçekleri - Flor de sangue 🥀

Uma nova surpresa

Estou com 04 meses de gestação e todos os dias fico me olhando no espelho e imaginando quando a minha barriga vai começar a crescer. Nesse momento, ela só tem uma leve curva. Meu filho é um grãozinho, eu o sinto crescendo. Oro todos os dias para que ele tenha saúde e uma vida muito feliz, se depender de mim e do pai dele com certeza ele terá.... Aliás de toda a família, porque desde que essa noticia chegou, essa mansão tem outra atmosfera.

Antes do nosso casamento, eu já contava com o apoio da Kader abla, da Gül, do meu cunhado e quando o tio Kudret (que agora é como um pai para mim) melhorou, a senhora Azade abaixou a guarda e de forma surpreendente se aproximou de mim em sinal de aceitação. Ainda que com seu jeito ríspido de ser, e depois de tanto me feito sofrer, não a rejeitei; sabia o quanto ela era importante para o Baran  e como era de certa forma o pilar da família, resolvi que em meu coração a perdoaria e assim fomos de inimigas para nora e sogra praticamente.

Ela no fim reconheceu que a vingança e o ódio não fizeram outra coisa a não ser o mal, e com a melhora do filho o seu coração se curou de certa forma. Vivíamos em paz.

Mas a família Karabey passou por dias difíceis quando a verdade sobre o tio do Baran veio a tona, assim que o tio Kudret ficou de pé,  ninguém conseguiu acreditar no que ele tinha feito e pouco depois de nos casarmos a bomba explodiu em nossas cabeças: O tio Kudret entregou o Hassan para a policia antes de revelar a família o que ele de fato tinha feito, fez isso para evitar que um dos filhos viesse a cometer uma loucura ainda maior... Pois conhecia muito bem o temperamento do Baran e do Cihan.  A cena dele sendo levado da mansão, criou um furor na casa e também um ponto enorme de interrogação em nossas cabeças.

Ao saber de tudo pela boca daquele que foi a vitima da história, Azade chorou amargamente por dias, arrependida e ao mesmo tempo sentindo-se empalada pelas costas, por aquele quem gerou e ousou amar. Baran quase se perdeu, de tristeza, de culpa, de ódio por aquele que fora o verdadeiro assassino de sua mãe, não se conformava por nunca ter percebido ou descoberto, não se perdoava por ter deixado um homem assim tão próximo de nós. Achei que ele não voltaria a si, tamanha dor que eu via e seus olhos...

Sabíamos que o tempo seria um remédio, e eu com todo meu amor e paciência dediquei nossos primeiros meses juntos a segurar sua mão em silêncio e a colher suas lágrimas quando elas ousavam brotar.

Até o momento em que descobriu do nosso bebê ainda via nos olhos deles um peso de tristeza, mas a noticia no momento oportuno dissipou qualquer nuance de amargura. Tanto que ele já nem comentava mais sobre o ocorrido. Aquele homem ficaria o resto da vida insossa que tinha na prisão e não mais poderia nos machucar.

*****

Acordei sentindo uma cólica estranha, tal qual eu sentia quando estava naqueles fatídicos dias, mas evitei transparecer a dor, para não preocupar Baran, ele já lidava com muita coisa. O homem não me deixava carregar um copo de água sozinha, eu sequer poderia sair das suas vistas por 02 segundos tamanha a proteção dele.

Se antes ele já me cuidava, agora eu nem consigo respirar sem que ele esteja perto... Meu coração se diverte com isso, mesmo que as vezes ache um tanto exagerado. Entendo que depois de tudo que já passei, e que nós passamos, é normal que ele me proteja.

Segui o dia com esse incômodo, foi quando da sacada do nosso quarto eu o vi chegando... resolvi descer as escadas para encontrá-lo.

- Vamos receber o papai ? Perguntei para o bebê na minha barriga, certa de que ele ouviria.

Baran já tinha entrado pela porta da mansão quando avistou Dilan descendo as escadas em sua direção, entre a descida de um degrau e outro ela ficou tonta e demonstrou uma expressão de quem se contorceu por dentro, fez um esforço enorme para disfarçar. Foi o suficiente para o desespero dele.

-Dilan, o que houve? Você está bem ? Perguntou desesperado ao vê-la.

- Eu estou bem, foi só um mal estar...  -AAhhh!
Dilan deixou escapulir um gemido de dor, no momento que a cólica se intensificou.

- Vamos para o hospital agora mesmo; imediatamente;

- Baran, calma, se acalme, é só uma cólica, eu vou descansar e vai passar; ela falou mas na verdade estava começando a se preocupar...

- Dilan, você é teimosa como uma cabra, pelo amor de Deus. Você está grávida, não vou aceitar um não, nós estamos indo pra o hospital agora mesmo.

Em um minuto, Baran carregava Dilan em direção ao carro, antes mesmo que ela pudesse esboçar qualquer reação...
*****

Baran dirigiu o trajeto da nossa casa até o hospital em um espaço bem menor que o normal, o que deixava evidente seu desespero; e sabendo como ele estava sendo super protetor nos últimos dias tinha certeza que ele estava sentindo quase a minha dor. Só consegui deixar uma lágrima escapar por tê-lo ao meu lado, misturada a preocupação que eu mesma sentia por aquela cólica insistente.

Ao chegar fui prontamente atendida pelo médico que já conhecíamos, e logo após alguns exames e um medicamento para a dor, ele nos tranquilizou;

- Sra Dilan, não se preocupe vocês estão bem, a cólica que sentiu é comum no inicio da gestação diante da expansão do útero e o fato de que ele está se dilatando para acompanhar o crescimento do bebê; e a tontura pode ter sido tanto por não ter se alimentado direito, quanto pela reação do corpo a dor que sentiu. Mas fique tranquila, para não termos dúvidas vamos já fazer a ultrassom- Disse o médico.

-Obrigada Doutor;

- Dilan, minha única, você está bem ? Baran repetia a pergunta minuto a minuto

- Estou bem meu amor, você ouviu o que o médico disse, e o remédio também me deixou melhor

Os dois aguardavam na sala de consultas, quando o médico os direcionou para a sala de exames. Seria a primeira ultrassom do bebê e Dilan estava ansiosa, as mãos tremiam e suavam frio ao mesmo tempo em que Baran as segurava com muita força.

- Será que vai dar pra saber o sexo do bebê doutor?

-É possível, pela quantidade de semanas que a senhora já está, é muito possível.

Dilan estremeceu quando aquele gel frio caiu sobre sua barriga, Baran que segurava sua mão lhe depositou um beijo na testa

- O médico examinava a tela em silêncio e atenção, deixando Dilan e Baran aflitos por uma resposta. Até que ele se virou e disse: - Bom, tenho uma noticia para dar a vocês. Dilan gelou e olhou para Baran.

- Aconteceu algo Doutor, tem algo errado com o bebê? Perguntou Baran.

- Não, Senhor Baran, muito pelo contrário até aqui os bebês estão bem!

- QUE????? Os dois responderam uníssonos, fazendo o médico rir

- a Senhora não sabia pois ainda estava muito cedo, mas agora eu não tenho dúvidas, você está grávida de gêmeos Sra Dilan, prestes a entrar no 5º mês. E meus parabéns porque vejo aqui que são bivitelinos, um casal.  

-Baran, eu não acredito! Eu não posso acreditar; Disse Dilan em meio as lagrimas de felicidade e emoção

- Meu amor, nós vamos ter dois bebês ? Baran estava em êxtase, não sabia se chorava ou se ria, pois a sua vontade era de sair gritando a plenos pulmões a benção que tinha recebido.

O médico deu a chance de ouvir os corações dos bebês e esse momento ficou marcado com um dos mais lindos que ambos teriam.

- Dilan, você tem noção de que me deu o mundo todo ?  Eu já tinha o suficiente tendo você e o seu amor, e agora você me deu mais do que eu imaginei, meus filhos, e tudo isso de uma vez.

-Não existe outra pessoa como você nesse mundo, e você é minha.

- Baran, eu que agradeço a você por me dar tanta felicidade, por seu coração e por cada passo que deu em direção ao meu; nosso amor gerou o melhor em mim, nossos filhos... Nós vamos te amar pra sempre.

Houve beleza naquele momento, o amor que ora era brisa calma, ora vento impetuoso, gerou frutos ainda mais lindos...

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