Capítulo IX

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Sakura conseguia fazer com que Sasuke visse o extraordinário em algo simples, e isso o intrigava. Era só sangue, tinha no final das contas o mesmo gosto de todos  os outros que já havia provado, era diferente, sim, mais humano, entretanto, nada que ele já não houvesse provado antes, mas ao mesmo tempo parecia o mais doce em sua boca, parecia algo novo. Aquele sangue não tomava por necessidade do corpo, mas simplesmente por tê-lo desejado desde que vira garota pela primeira vez quando a mesma se esbarrara nele e ainda mais no momento que vira pequenos filetes do líquido delicioso e escarlate  deslizando pelo nariz e bochecha da ruiva.

Quando abriu a porta do banheiro usando suas digitais que abriam qualquer porta daquela "casa" por uma questão de segurança, algo que nunca havia feito por motivos luxúriosos, não imaginou ficar tão duro daquele modo com a cena, e Sakura nem ao menos o havia notado entrar, o que fez Sasuke refletir por um segundo o quão limitado eram os sentidos da garota, parecendo tão pequena dentro daquela banheira enorme. Seus cabelos ruivos totalmente encharcados caiam em volta de seu rosto alvo, alguns fios colados a face, enquanto as pontas se afogaram pesadamente na água que devido a densa espuma impediam Sasuke de vê-las. 

Sasuke segurou o rosto de Sakura e como que encantada ela deixou a mão dele lhe guiar até sentir sua boca ser devorada pela dele, não era experiente com beijos, há uns vinte anos atrás até chegara a trocar alguns desajeitados, mas nada comparado com o Uchiha que a conseguia deixar em chamas com um simples roçar, ele a beijava como se precisasse disso para viver, como se ela fosse algo necessário, quando ela sabia que para ele era apenas mais uma. 

Sakura não tinha reservas, não tinha máscaras, ela gostava de seus beijos e deixava isso claro, deixava o desejo cru em suas íris de um verde tão genuíno que fazia Sasuke duvidar se a garota podia ver-lhe a alma, lotada de culpa. A ruiva era totalmente diferente das mulheres com quem já havia saído, somente inocência, ela não sabia lhe dar com aquele desejo, e se tivesse um pouco de compaixão deveria deixá-la ir, mas inferno, ele não queria, precisava tê-la, pelo menos uma vez.

— Eu tenho que resolver algumas coisas agora.

Quando falou sua voz estava minimamente mais rouca que o normal e em um instante ele não estava mais lá, levando todo o calor. Sakura gemeu de frustração deixando-se afundar totalmente na água espumante enquanto fazia borbulhas ao soprar o ar propositadamente dos pulmões.

Quando emergiu de volta a superfície se debruçou a beira branca impecável da banheira, sobrancelhas franzidas Sakura estava preocupada, oh, aquilo não era de sua conta, mas ainda preocupava-se com aquela guerra, se encontrava totalmente por fora.

Ao sair da banheira e se enrolar na toalha branca, limpa e quente Sakura retornou para a suíte enorme, como não tinha procurado roupas, pedido a alguém ou qualquer coisa do tipo, pensava em enxugar seus cabelos e se jogar na cama daquele modo mesmo, tanto precisava dormir um pouco que fosse, mas percebeu que seus planos teriam que atrasar um pouco ao ver Ino sentada a borda da cama, a esperando, assim que adentrou o cômodo teve a atenção da loira.

— Pensei em trazer algo para você vestir — Disse Ino tocando o vestido, da cor creme, ainda que parecesse que o máximo que ele cobriria seria até o meio de suas coxas, era de mangas compridas e feito de lã fina , feito para cair por um dos ombros, lhe esquentaria e era bem melhor que uma toalha, Ino também havia conseguido uma lingerie, simples e branca.

A loira também já havia se banhado e usava uma calça jeans, top preto e botas marrom.

— Onde conseguiu? — Perguntou se aproximando das roupas.

— Pedi aos empregados, ficaram de lhe arrumar um par de calçados também, mas imagino que passará um bom tempo na cama.

Sakura apenas confirmou com a cabeça, essa era a intenção, era uma medrosa, tudo bem, era sim, deitaria na cama e esperaria...

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