Sede de Sangue

Capítulo XV

- As únicas pessoas que abrem aquelas portas sou eu e você. - Sasori disse a Sasuke.

- Eu sei.

Sasuke sabia onde o Akasuna queria chegar antes mesmo dele formular as palavras.

- Não consigo com as duas.- Sasori olhou para Sakura. Sasuke franziu quase imperceptívelmente as sobrancelhas para a pequena quantidade de algo, algo que passou muito rápido pelos olhos castanhos avermelhados do vampiro para que ele conseguisse identificar - É muito arriscado.

Sim, era, Sasuke sabia disso. Não tinha como Akasuna conseguir levar Sakura e Sarada para a muralha, na verdade, ele poderia tentar, mas as chances de acabarem de encontro com lobisomens eram altas e Sasuke não estava a ponto de arriscar. Sasori era homem o suficiente para assumir que não conseguiria com mais de quatro lobisomens de poucos anos de idade e no máximo com um de idade avançada como a sua própria. E o Akasuna era alguém quase tão velho quanto Sasuke.

Mas ele precisava estar no setor 13 o quão breve possível.

- É só me levar com você. - Sakura disse. Sasuke quase engasgou.

- O quê? - Ele perguntou.

- É só me levar com você. - Ela repetiu. Sasuke percebeu com profundo franzido no rosto que Sakura falava a sério.

- Não é uma boa ideia.

- Sasori pode levar Sarada para... Esse lugar onde ficará segura, e eu posso ir com você. - A expressão em sua face era séria enquanto dizia as palavras. Sakura tinha - era estranho, já que ela e Sasuke eram tecnicamente estranhos um para o outro - Mas ela tinha a certeza que se Sasuke tivesse que perder a vida para tirar aquelas mulheres grávidas e crianças do setor 13, então ele perderia. E mais assustada ela percebera não pela primeira vez, que Sasuke era alguém que vivia sem cor. Sasuke era alguém que não esperava nada de extraordinário da vida. Nunca.

Ela não o deixaria sozinho. Mesmo que ela fosse um pé no saco, uma inútil, um estorvo. Ela estaria lá para ele, porque ela se importava.

- Não é uma boa ideia - Sasuke repetiu, mas essa era a única alternativa que havia passado por sua cabeça também, passado e sido descartada, apesar de não ter uma ideia substituta.

Ele olhou para ela analiticamente, sentada naquele banco. Sakura era pequena demais, delicada demais, era extremamente fácil de quebrar. Contudo, não era tão passiva quanto ele pensava, pois a determinação que via naqueles olhos não era algo que havia visto nem mesmo nos de Hanabi.

Ela virou o rosto para o lado, nele não havia expressão, não estava triste ou feliz.

- Não é como se você tivesse muitas opções. - Disse ela.

Sasuke apertou os lábios em uma linha brusca.

- Vamos descer.- Kiba falou se afastando de uma Sarada que o olhava com espanto mesclado a confusão enquanto vasculhada em seus olhos a verdade, e o lobisomem deixou que ela visse o máximo que ele estava disposto a mostra-lhe naquele primeiro beijo. Ele passou pela porta e Sarada o seguiu calada.

Sasuke olhou para as escadas quando Kiba e Sarada desciam por ela. Logo voltou o olhar para Sakura que esperava sua decisão. Sasuke tinha a sensação improvável que Sakura quase agradecia por ele não estar disponibilizando de muitas opções sobre o assunto.

- Certo.- Disse ele - Sasori levará Sarada.

- Pra onde? - E a pergunta que Sasuke esperava sair da boca da filha veio da boca de Kiba e Sarada estava estranhamente calada.

- Muralha.

- É muito arriscado.- Kiba falou apressando seus passos até estar a três metros de Sasuke. - E Sakura?