Sede de Sangue

Capítulo XVI

Sakura abriu os olhos, sua garganta estava queimando, ela tossiu algumas vezes. Não sabia dizer por quanto tempo ficou fora do ar, minutos, horas talvez. Ela estava de bruços com Sasuke as suas costas, mas ele não estava pondo o mínimo peso, provavelmente para não esmaga-la. Ele arranhou seu ombro com seus dentes antes de vira-la sobre o cobertor. Ela queria que não estivesse tão escuro enquanto olhava para cima, para seu rosto e não via mais que uma forma muito pouco banhada pela luz. 

— Abra a boca.

Sakura franziu as sobrancelhas, mas fez o que o que ele mandou. Quando fez sentiu o gelado indicador de Sasuke invadir sua boca, arrastando-se sobre seus dentes. Abruptamente ele a colocou sentada.

— Hum...  Sasuke? — Sakura estava mais que confusa com o que ele queria fazer. Então sentiu o cheiro do sangue dele muito próximo ao seu nariz. 

— Beba — Ele mandou novamente colocando o pulso em sua boca e Sakura percebeu que ele havia mordido para facilitar para ela. Arrastou sua língua sobre o sangue que escorria antes de sugar. Mentiria se dissesse que o gosto do sangue de Sasuke era delicioso, não o era, mas de repente ela estava com tanta sede dele que se desesperou quando se viu empurrando Sasuke para o lado e o montando, antes de procurar seu pescoço em busca de mais. Ela via o que estava fazendo, mas não conseguia parar, não conseguia parar. E ele não a parava. 

Assombrada ela percebeu que havia perfurado o pescoço de Sasuke com muita facilidade e rapidez. Ele colocou uma mão em sua nuca enquanto a outra descansou na curva acima de sua bunda, não parecia prestes a para-la. 

Demorou pouco mais de trinta segundos dela sugando desesperadamente antes que ele a empurrasse para baixo prendendo seu corpo com o seu próprio. Prendeu as mãos dela acima da cabeça e ela lutou para se soltar porque queria mais. 

— Você me mordeu enquanto fazíamos sexo. 

— Fazíamos amor. 

Ela disse muito chateada que ele não lhe deu mais sangue para se importar com o que saia de sua boca. 

— Seus genes vampiros despertaram enquanto fazíamos amor o suficiente para seus dentes se desenvolverem, mas apenas por um momento. Foi a primeira vez que provou o sangue de um vampiro direto da fonte? 

— Eu quero mais — Ela choramingou enquanto tentatava levantar a cabeça, mas seus braços presos não permitiam. 

Ele usou a outra mão para segurar seu rosto. 

— Sakura preste atenção. Você já provou outro sangue que não vinhesse de dentro de um congelador? 

— Sim, eu já provei! — Ela quase gritou e lágrimas deslizaram em suas bochechas e ela nem sabia porque estava chorando. Estava muito ansiosa, faminta e desesperada.

— Talvez precisasse do sangue de um Uchiha para seus genes vampiros acordarem. 

— O que você quer dizer com "o sangue de um Uchiha"? O que você está falando? 

— Você terá que aprender a controlar a sede para conseguir raciocinar mais claramente em um futuro. Por enquanto só durma. 

— Não quero dormir. 

Ele a colocou de lado e soltou seus braços, porém a segurou firme naquela posição com um braço enlaçando sua cintura. Sasuke colocou seu pulso em sua boca, onde dessa vez ele só havia feito um pequenino furo, e ela abraçou seu antebraço como se nunca fosse soltá-lo antes de chupa-lo. Devagar ela adormeceu sugando, como um bebê que apaga antes de terminar de tomar todo o leite da mamadeira. 

Ela abriu primeiro um olho e depois o outro, ainda estava escuro, ela tinha certeza que era madrugada. Estava totalmente embolada no cobertor com apenas seus olhos para fora.