Extra 03

123 10 0
                                    

- Dai, volta pra cama - Pediu a mulher manhosa segurando com a mão direita o lençol sobre o busto avantajado.

- Não, desculpe querida, mas tenho que estar em outro lugar agora.- respondeu Daisuke completamente nu empurrando sua calça negra sobre as pernas.

- Não acredito que você vai me deixar assim, não basta ter me trazido para esse hotel barato! - reclamou a loira com as bochechas ganhando cor de indignação. - quantos anos você tem? Seis ?

- Onze, eu tenho onze - E ele estava sendo sincero - E este quarto na verdade me custou uma nota.- Ele arqueou uma sobrancelha e piscou para a mulher antes de desaparecer, vestindo a calça e jaqueta negra.

A mulher à quem havia dedicado pouco do seu tempo não era ninguém menos que Namie Koda, uma das mais badaladas cantoras da atualidade, a qual não devia ter menos que um século de idade.

Essa não era a primeira celebridade com quem Daisuke passava um pouco ou muito do seu tempo. Fisicamente ele lembrava muito ao pai, com seus cabelos e olhos negros, pele pálida e um corpo com apreciável massa muscular, sendo mais sutil nesse aspecto que o pai e o irmão mais velho, Itsuki, que era um grande bastardo, como Daisuke gostava de chamar. Mas ao contrário do pai, Daisuke usava e abusava da boa aparência, com o mesmo sorriso de canto do pai, ao qual Sasuke raramente sorria e quando o fazia era com sarcasmo, Daisuke sorria com malícia, encanto e sedução.

As mulheres, em sua grande maioria, caiam sem reservas ao seus pés. Daisuke não tinha preferência por mulheres de status na alta sociedade, mas muitas vezes acontecia, Srt. Koda era um bom exemplo disso.

Havia ido a um jantar chatérrimo e entediado jogou uma cantada descarada na socialite, mas não achou que ela pularia em sua cama imediatamente, na verdade, ele esperou levar um tapa, afinal elas se faziam de difícil com o intuito de ganhar seu interesse. A verdade é que ele teria ficado contente com a atenção da garçonete de quadril arredondado que viu servindo as mesas, porém, Namie já estava na sua, com seu notável busto, bunda e boquinha vermelha.

- Daisuke, você está atrasado, de novo - Reclamou Yosuke Uchiha. O vampiro usava um jaleco branco, que ostentava uma bela mancha amarelada pouco abaixo do bolso, e fora a primeira coisa que Daisuke notou quando entrou na sala do espaçoso laboratório, onde o irmão passava a maior parte do tempo.

- Foi mal, eu me distraí - Disse Daisuke tocando nos pequenos recipientes coloridos que logo chamaram sua atenção - À propósito, tá machadinho aqui - Indicou apontando para o próprio peito.

Yosuke olhou para o bolso por puro reflexo antes de voltar o olhar para o irmão.

- Não toque aí - Yosuke bateu na mão de Daisuke que encolheu-a rapidamente.

- Ceeerto. O que você quer, quatro olhos? - Levou toda sua atenção para Daisuke que fez cara de tédio ao apelido.

- Estamos com um problema sério.

Daisuke puxou uma cadeira de rodinhas e sentou-se pondo as mãos atrás da cabeça. - OK, sou todo ouvidos.

- Muitas pessoas estão morrendo.

Daisuke bufou. - E qual é a novidade? Pessoas morrem o tempo todo.

E era verdade, nem todos os vampiros curtiam sangue nitrogenado ou sintético. As pessoas endieiradas pagavam por seguranças, enquanto as classes menos privilegiadas tinham que serem boas em se cuidaren sozinhas, embora houvesse muitos soldados nas ruas, mérito de Sasuke que se importava mais do que deixava transparecer. As coisas haviam melhorado para os vampiros fracos ou azarados, mas não grande coisa, e embora parecesse cruel, era na verdade algo muito comum e insignificante, era a cultura vampirica desde milênios.

A verdade é que laboratórios era a novidade da época, novamente mérito de Yosuke e sua mãe, Sakura Uchiha, que haviam sugerido a ideia aos ouvidos de Sasuke.

- Estão morrendo mais que o normal e não de uma maneira natural - natural, Yosuke queria dizer assassinados para servir de alimento - Estou falando de um vírus. Venha, vou te mostrar.

Yosuke começou a caminhar passando pela porta do laboratório com Daisuke atrás de si, ainda não achando nada daquilo importante o suficiente.

Eles chegaram até um corredor de metal e uma porta de ferro.

- Abra - Pediu Yosuke ao homem que também vestia um jaleco branco. O homem tocou algumas vezes na tela digital do abjeto quadrado que tinha na mão direita e a porta deslizou aberta para revelar dois homens e uma mulher que tentavam a todo custo se libertar das correntes. Os três se batiam e gruniam, um líquido negro deslizava de suas bocas deixando seus dentes negros, do homem da esquerda especialmente.

- Respire - Disse Yosuke.

Daisuke puxou o ar e se arrependeu amargamente.

- Merda, caralho! - tossiu algumas vezes. Se o olfato de um vampiro já era bom o suficiente, imegine então o de um rastreador o que era o caso de Daisuke. O lugar estava terrivelmente podre. Se tivesse um estômago frágil teria vomitado.

- Como pode ver estão fora de si, é como se o vírus mexessem com seus cérebros, e adivinhe a única coisa que eles pensam.

O instinto natural mais básico. Daisuke fez uma careta antes de responder.

- Comer.

- Isso mesmo. Feche, Sho.- Pediu Yosuke sendo atendido.

Eles começaram a caminhar novamente para a sala onde antes estavam.

- Não tem medo de pegar o vírus? - Perguntou Daisuke com a fronte franzida, o lado sério e que quase ninguém sabia que existia no vampiro estava sendo ligado, sendo que a menção de parigo ao seu irmão caçula estava entrando em jogo. Daisuke achava que Yosuke era inteligente demais sobre algumas coisas e burro demais sobre outras, sem falar que era muito jovem.

- Não, eu não chego perto o suficiente. O vírus não é transmitido pelo ar.

- E como você pode ter certeza?

- Simplesmente porque ainda não o peguei.

- Ah, claro, faz sentido - O sarcasmo podia deslizar da boca de Daisuke naquele momento. - Vai ver você já está com o vírus nesse momento, ele só demora a se manifestar. Você pode até mesmo estar me passando ele nesse momento.

Yosuke ficou totalmente surpreso que Daisuke falasse algo que fizesse sentido.

- Já fiz o teste com tipos sanguíneos diferentes, o tipo não faz diferença e o vírus é totalmente agressivo se manifestando imediatamente quando penetra em um novo corpo. Ou seja, contato com um sangue limpo.

- Ainda não sei porque isso é problema meu. - Suspirou Daisuke parecendo impaciente como se tivesse algo muito mais importante para fazer com seu dia, para Daisuke, correr pelado perseguindo alguma mulher pela floresta era algo muito mais importante que estar ali, Yosuke sabia disso.

- Eu teria levado o problema até Itsuki ou papai, mas você bem sabe que não estão presentes no momento e não quero Emi ou mamãe muito próximas.

A menção do nome da irmã caçula e da mãe puxou novamente a atenção de Daisuke para o assunto ao qual já estava ignorando istoicamente as palavras de Yosuke.

- Concordo - Disse Yosuke pela segunda vez sério aquele dia - Mamãe ou pequena Emi não devem chegar nem próximas de qualquer um desses lunáticos.

- Bom, não vamos poder fazer muita coisa se essa coisa se espalhar. Daisuke eu não sei se você já percebeu, mas a coisa é séria.

- Bom, você disse "coisa" duas vezes, então deve ser. O que você quer que eu faça?

- Eu preciso de materiais para testes, só para começar.- Como filho de Sasuke Uchiha, Yosuke poderia dar a missão de suma importância para qualquer soldado, mas ele sabia que se ele queria que a coisa fosse feita, ele daria a missão a Daisuke Uchiha, e claro, para garantir ele diria que a vida de Emi estava em jogo, o que poderia na verdade não ser um exagero.

Sede de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora