A chegada de Pedro

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Oi, meu nome é Luan e vou contar pra vocês como a minha vida virou de cabeça pra baixo quando o meu primo se mudou pra minha casa.

Tudo começou numa manhã de quinta-feira, quando meu pai recebeu uma ligação.

- Pois não? – Disse meu pai ao atender ao telefone – Ah, entendo. Ok, ok. Estarei aí, sim. Segunda-feira, às 09h00, certo? Tá bom, muito obrigado.

- Você não vai acreditar! – Ele me disse.

- O quê que foi, pai?

- Acabaram de ligar pra marcar uma entrevista de emprego pro seu primo. Lembra que ele deixou alguns currículos por aqui e disse que ia informar meu número de telefone pra facilitar e tudo mais?

- Acho que lembro. Mas isso já não faz quase um ano?

- Antes tarde do que nunca. Liga pra ele avisando que a entrevista tá marcada pra segunda-feira, e que é melhor ele correr porque ele pode não achar passagem pra viajar pra cá.

- É, você tá certo! Vou ligar pra ele.

Mais tarde, naquele dia, eu já havia falado com Pedro sobre a entrevista. Mesmo surpreso, ele disse que só tava pegando alguns bicos na cidade onde ele morava então valia a pena arriscar. Ele comprou a passagem pela internet e disse que chegaria no dia seguinte. São 6 horas de viagem de ônibus. Quando anoiteceu, meu pai chegou do trabalho e perguntou se estava tudo certo para a chegada de Pedro. Confirmei e disse que ele chegaria no dia seguinte.

Como nossa casa tem apenas dois quartos, Pedro dormiria num colchão no chão do meu quarto. Tudo certo. Na manhã de sexta-feira, umas 08h00, meu telefone toca e eu já imaginava ser o meu primo. Era ele.

- Alô? – Atendi.

- Luan? Oi, cara, acabei de chegar aqui na rodoviária. – Disse Pedro

- Oi, Pedro! Beleza, tô indo aí te buscar. Mas vai demorar um pouco, mano, era pra você ter me avisado quando você já estivesse perto.

- Tá tranquilo, pô! Vou comer alguma coisa por aqui e espero tu chegar.

- Ok, tô a caminho. – E desliguei o telefone.

Peguei a chave em cima da mesa e fui buscar meu primo. Meu pai deixara o carro em casa já por isso mesmo e foi de carona hoje com o amigo dele Marcelo, para o trabalho.

Demorei uns 30 minutos para chegar na rodoviária e logo procurei por Pedro. Decidi estacionar e ir procurá-lo na parte de dentro enquanto ligava pra ele, mas sem sucesso. Avistei Pedro sentado numa cadeira com sua mala no colo. Me aproximei para falar com ele. Quando ele me viu e levantou para me dar um abraço, pude notar que Pedro estava com um físico um pouco diferente, mais forte, atraente. Claro que notei isso apenas por impulso até porque sou hétero e tenho total convicção disso. Ou talvez nem tanto...

- Cara, por que você não atende? Tive que ficar te procurando! – Perguntei

- Foi mal, mano! O celular descarregou, tá ligado? Aí preferi ficar por aqui mesmo perto de onde eu desci que eu sabia que você iria me achar. – Ele disse e riu.

- Suave. Vamo então?

- Bora. – E fomos até o carro.

No caminho de volta pra casa, Pedro foi me contando sobre os últimos meses e que ele, de fato, começara a fazer academia. Além disso, reparava em tudo pela janela como se fosse a primeira vez que estivesse vendo. Quando chegamos em casa, levei Pedro até o quarto e disse que ele poderia deixar as coisas dele por lá.

- Valeu, Luan! E esse colchão aqui é pra mim, né? Tá maneiro, primo! – E se jogou no colchão. Rimos e conversamos mais um pouco até Pedro dizer que iria tomar banho.

MEU PRIMO VEIO MORAR COMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora