Nome da Confiança

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      ᪶◗ Capítulo Dois: Nome da confiança

Sou despertado com um chute nas costas, o que me arranca um grunhido incomodado.

— Já amanheceu. — Aquela mesma voz de ontem me acorda completamente, e me sento. Posso ver o céu em um azul não tão claro pela clarabóia; provavelmente o sol ainda estava nascendo. Me levanto do chão, sentindo o corpo doer devido à superfície em que fiquei deitado por horas.

— Para alguém que estava preocupado em morrer, você dormiu feito um anjo. — Ele volta a falar, e eu apenas o encaro com raiva, o que o faz sorrir de canto.

Recolho minha mochila, notando que ele já estava vestindo as camadas de roupas e a máscara novamente no rosto. Lembro-me de colocar a minha própria máscara, tirando-a da mochila e colocando-a. Também pego minha jaqueta jeans, mas sou parado instantaneamente por ele.

— Deixe ela aí.

— É um bom disfarce. — Tento argumentar, mas só pelo olhar dele eu já sabia que aquilo não iria adiantar.

— Não ira conseguir disfarçar nada quando estiver gritando por ai cheio de bolhas na cara. — Pega a jaqueta das minhas mãos, a jogando no chão e preciso soltar um suspiro alto para manter a calma. Aquele cara era realmente muito difícil de lidar.

Ele se vira em direção ao armário e aproveito a sua distração para pegar a minha arma, escondendo-a na cintura.

— Precisamos afastar o armário, mas será necessário levantá-lo. Se arrastarmos, faremos barulho e voltaremos à situação inicial. Depois disso, é só me seguir. — Ele volta a falar, dirigindo-se ao armário e posicionando-se ao lado esquerdo.

— Eu conheço esse shopping, sei onde fica a garagem do subsolo. — Sigo-o, parando do outro lado do armário. Nos agachamos até a base metálica e começamos a erguer o grande objeto.

— Mas você não se sente seguro em chegar até lá. Então, só deixe que eu cuide dessa parte. — Ele fala com certa dificuldade devido ao peso que carrega, e eu reviro os olhos com sua presunção.

Conseguimos depositar o armário novamente no lugar de modo silencioso. Como esperado, ele toma a frente, abrindo a porta lentamente e verificando o lado de fora. Em um sinal silencioso com as mãos, ele me manda segui-lo e assim o faço, saindo de lá.

A loja está mais vazia hoje, e os murmúrios deles ecoam por todos os cantos. Andamos cautelosamente, nos escondendo entre as araras de roupas diversas. Conseguimos sair da loja com sucesso, mas caminhar pelos corredores amplos do shopping não parecia muito seguro. Atravessamos o corredor até parar no pátio central do shopping, onde nos escondemos atrás de uma construção artificial de cachoeira, entre duas grandes lixeiras de madeira. Estávamos no primeiro andar, mas, ao olhar para cima, pude ver centenas de enfermos perambulando nos andares de cima. Mais à frente, eu sabia que estava a entrada principal do shopping, mas só de ver o corredor que levava até lá lotado, sabia que seria impossível de chega.

Está realmente muito mais cheio que ontem; minha arma atraiu manadas imensas.

Sem a minha jaqueta, me sentia inseguro. Eu estava consciente dos possíveis riscos de usar aquele líquido que talvez podesse me infectar a qualquer momento, mas pelo menos eu podia andar sem preocupações com ataques súbitos.

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