Agradeça a estadia com um cafézinho

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          ᪶◗ Capítulo Sete: Agradeça a estadia com um cafézinho.

Eu prendi a respiração enquanto sentia meu corpo rolando pelo asfalto. Protegi minha cabeça e senti o asfalto rasgando a pele dos meus braços. Quando consegui parar, encarei o céu ensolarado da tarde. Uma enorme fumaça cortava minha visão. Ao olhar para o lado, vi o carro sendo consumido pelo fogo, e seu capô estava partido ao meio pelo poste.

Ah, meu carrinho...

As criaturas correram em direção ao fogo e seus corpos começaram a queimar. Suas bocas minúsculas abriram, mas nenhum som saiu. Como se tivéssemos batido em um ninho de vespas, as criaturas começaram a se espalhar desesperadas pelo fogo que consumia suas peles. Levantei-me apressado, sentindo meus ossos doerem e meus ombros tensionados, mas isso não me impediu de ir até Changbin e Hyunjin.

Eles estavam conscientes, levantando-se com alguns resmungos de dor, como eu tinha feito. Me aproximei para ajudar Changbin a se levantar e o baixinho praguejou um xingamento pela dor que deve ter sentido.

— Obrigado por... terem ficado — eu disse envergonhado.

— Se vamos juntos, voltamos juntos — ele sorriu amigável e deu alguns tapas fortes nos meus ombros.

Changbin constantemente fazia coisas por mim que meus antigos amigos do mundo vivo jamais fizeram. Nos conhecíamos havia menos de dois dias, mas ele sempre parecia disposto a estar do meu lado. Eu gostava da sua personalidade calorosa e esperançosa, e provavelmente ele gostava da minha também, o que não fazia muito sentido para mim, considerando minha personalidade resumida a negatividade, fracassos constantes e, claro, uma teimosia enorme que me fazia um grande cabeça dura, como Felix havia falado.

Ah, Felix!

Olhei em volta procurando o dito cujo e o encontrei caminhando até nós enquanto mexia na mochila. Meus olhos se arregalaram quando me lembrei do motivo principal de tudo aquilo.

— A bombinha! — Meus dedos se afundaram nos meus cabelos e fiquei decepcionado instantaneamente pela situação.

Felix não parecia compartilhar do meu desespero, já que soltou um sorriso frouxo dos lábios e ergueu a mochila. Eu a peguei e, ao olhar para dentro, vi uma enorme quantidade de medicamentos e antibióticos.

— Você conseguiu pegar! — o encarei e num repente consegui ver uma aura brilhosa e cintilante ao redor de seu corpo.

Felix colocou as mãos na cintura orgulhosamente.

— Me dê um objetivo e o resto eu consigo fazer.

— O cara é fodão mesmo. — Hyunjin comentou ao se aproximar, fazendo Felix rir envergonhado.

— Estou brincando.

Uma explosão alta surgiu, me dando um susto horrível que fez meu coração quase sair pela boca. Hyunjin soltou um gritinho nada masculino e Felix pegou na minha mão.

— Vamos antes que eles nos notem — indicou as criaturas com os olhos. Agora, elas estavam rodeando o carro; os membros do corpo pendurados ou arrancados por conta da explosão, mas elas não pareciam se incomodar com isso.

No meio do asfalto, eu consigo ver a arma de Minho um pouco distante do caos. Eu solto a mão de Felix e corro rapidamente para pegar aquela monstruosidade pesada.

Não que Minho merecesse a sua arma mas... talvez eu ainda estivesse me sentindo em dívida com ele.

Quando eu volto, nenhum deles me questiona e começamos a nos afastar silenciosamente. O ar denso e sufocante junto ao conjunto de prédios e lojas, fez eu notar que estávamos mais uma vez no centro. Era um ponto positivo, não estávamos tão longe da escola.

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