O que você fará depois?

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          ᪶◗ Capítulo Oito: O que você fará depois?


Foi inevitável não sorrir com aquilo, especialmente quando Changbin ergueu o polegar em um gesto entusiasmado de "joinha". Senti um alívio profundo. Depois de tudo o que passamos na penitenciária, receber uma recusa agora seria não apenas desanimador, mas também injusto. A simples ideia de não ter que percorrer a cidade com Minho mal conseguindo se manter de pé já fazia todo o esforço valer a pena.

— Muito obrigado. Tenho certeza de que se Minho estivesse acordado, também estaria agradecido — eu tentei evitar uma provocação, mas a situação em si parecia tão cômica que não pude resistir.

Um discreto beliscão na minha cintura vindo de Minho me fez conter um xingamento. Bang Chan parecia contrariado com a decisão, enquanto Hannah continuava com as mãos nos ombros dele, oferecendo apoio.

— Bom, acho que uma celebração de boas-vindas é necessária — sugeriu Jeongin, como costumava fazer para aliviar a tensão.

Nas raras vezes em que o vi, percebi que ele sempre tentava apaziguar as situações. Parecia ser alguém que não escolhia lados, mas buscava equilibrar as opiniões de todos. Não sabia se isso era positivo ou negativo, pois em momentos de desespero, tomar partido se tornava inevitável.

Bom, talvez eu estivesse julgando-o cedo demais.

— Concordo! Acredito que ainda tenhamos alguns sojus no nosso estoque especial. — Changbin animou a todos, enquanto Seungmin fez uma careta de desaprovação.

— Vocês não vão ficar bêbados de novo, né? Da última vez, quem precisou limpar o banheiro que você vomitou inteiro foi eu.

— Você é um ótimo amigo. — Changbin agradeceu, passando o braço ao redor dos ombros de Seungmin.

— Não encosta em mim. — Seungmin estendeu a palma da mão, e Changbin o soltou imediatamente. Mal consegui segurar uma risada.

Seungmin era outro que eu não conhecia muito bem. Geralmente mantinha uma expressão séria e parecia não ser de muitos amigos. Embora sua aparência fosse inofensiva, com óculos pretos, cabelos caramelos e rosto jovem, seus ombros carregavam um peso que parecia ter amadurecido suas feições. Ele também parecia não tomar partido, apenas ficava observando em silêncio à margem do quarto.

O grupo mergulhou em uma série de discussões animadas sobre a celebração, movendo-se novamente para fora. Restou apenas Bang Chan, a alguns passos de mim. Ele manteve os braços cruzados, parecendo incerto e sério. Bang Chan carregava um peso semelhante ao de Seungmin, mas ao contrário dele, não parecia tão fechado. Embora eu não concordasse com a ideia de rotular alguém como líder, percebi naquele momento que ele valorizava a opinião de todos, mesmo sendo o único com a palavra final ali. Isso explicava o motivo de ele estar nos aceitando mesmo que a contragosto.

— Espero que compreenda o quão arriscado foi o que acabei de fazer — Bang Chan iniciou a conversa que sabia que teríamos um dia. Assenti em compreensão — Não tenho nada contra você, e mal te conheço. No entanto, passamos por muita coisa e este abrigo não é apenas um local para reunir sobreviventes. Somos amigos, somos irmãos. Por isso, tenha consciência no que está ingressando e saiba que, se prejudicar qualquer um de nós, será a equipe inteira que irá atrás de você.

Bang Chan soltou um suspiro pesado, seus olhos transmitindo a gravidade das palavras que acabara de compartilhar.

— Não estou dizendo isso para te intimidar, mas para que entenda a importância da nossa equipe. Nós confiamos uns nos outros aqui. Se você quebrar essa confiança, não haverá lugar seguro para você dentro desses muros. Eu não tolero mais decepções aqui.

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