Capítulo 12

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Jeno estava viajando. Dessa vez não para tour, mas para um compromisso individual. Mark sabia que ele estaria distante durante a semana, porém os motivos não podiam ser informados - sigilo informativo ou algo do tipo, algo que estava longe de trabalhar quando trabalhava em um local que funcionava da mesma maneira.

E repentinamente todas as notícias eram preenchidas por suposições que o Lee mais novo estaria se preparando para participar da New York Fashion Week. O canadense tornou-se mais um dos internautas a atualizar as redes sociais ansiosamente esperando por qualquer nova novidade.

Não demorou muito para as suposições se tornarem fatídicas, e o rosto de Jeno estampar vídeos, notícias e redes sociais, com publicações oficiais e não oficiais em coreano e inglês. Ele trajava roupas pretas, uma calça social e um blazer aberto com nada embaixo. Mark segurava a respiração, com seus olhos arregalados de orbes dilatadas numa mescla de sensações.

Era um conflito entender o que realmente sentia. Uma pitada de ciúmes? Talvez. Jeno expunha seu corpo para incontáveis pessoas, que olhavam-o com desejo. Uma pitada de orgulho? Provavelmente. Pela conquista do namorado em desfilar por tapetes vermelhos tão famosos, e atraindo tantos olhares. E algo que mesclava os dois; A sensação ardente de ser aquele que tocava o corpo de músculo bem delineado e segurava quase com possessividade sua fina cintura, aquele que beijava os lábios hidratados e puxava seus fios escuros.


MLVocê está gostoso.Manda mais fotos <3


Jeno mandou fotos. Pela primeira vez mandou mais do que as fotos do Bubble e as publicadas no Instagram - mais arriscadas, que expunham ainda mais do seu corpo (já tão familiarizado pelo outro). Tudo sob o sigilo de conversas temporárias em um chat de mensagens secreto no KakaoTalk, acompanhado por um "salve e delete o chat".

Mark salvou cada uma delas, e passou o resto da noite encarando-as como se tivesse sido hipnotizado. Seu corpo quente em algo que nunca sentiu antes, justificado pela confiança do menor de enviá-las apesar dos riscos, e por simplesmente a pura e crua existência do mesmo.

Era quase meio dia na Coréia, e ele estava preso em seu estúdio alternando entre finalizar faixas de seu álbum e apenas encarar as fotografias do namorado. Mas em Nova Iorque eram onze da noite, e Jeno ligava-o.

Oi bebê - Cumprimentava-o dócil.

No outro lado, ouvia-se lençóis e inúmeros ruídos de fricções de tecidos. E então um grunhido arrastado do menor.

ㅡ Tudo bem?

Hyㅡung - Choramingava.

Oh. Oh. Os olhos de Mark expandiram em surpresa. Ele conhecia aquele tom como ninguém - o de desejo, o de tesão, o de desespero em ter seus dedos lhe tocando. Mordia seu lábio inferior, tentando imaginar a cena; Qual era a posição em meio ao acolchoado que ele se encontrava, para ligá-lo entre ruídos e uma frustração sexual?

ㅡ Sim, Jen? - Sua voz descia um tom, promovendo um formigamento no ouvido do coreano.

Eu não, ngghNão consigo mais sem você - Resmungava, de forma que Mark podia visualizá-lo forçando os olhos fechados, e franzindo o nariz.

Os dedos do canadense batiam contra a mesa, enquanto uma ansiedade levava sua perna a balançar debaixo da mesma. Sexo por ligação era algo que jamais pensou que faria, e a ideia lhe era um pouco constrangedora na teoria (nunca conseguiu compreender quando os amigos da mesma área diziam utilizar disso para benefício da relação), mas a forma que Jeno soava desesperado na ligação lhe desestabilizava.

Grandes problemas - marknoOnde histórias criam vida. Descubra agora