𝐅ora um dia particularmente exaustivo para o pequeno Jisung, que tentava não pensar em seu estomago dando cambalhotas incessantes em sua barriga, implorando por algo que aplacasse sua fome. O sol se pôs há muitas horas e não havia comido nada desde o dia anterior, quando Jeongin dividira seu lanche com ele.
O jovem rapaz de olhos castanhos sempre ganhava alguns trocados desenhando viajantes que queriam mais que uma foto como lembrança dos locais visitados. O que recebia por cada desenho era uma verdadeira mixaria, porém o suficiente para comprar algo comestível no final da tarde, pelo menos em quase todas elas.
E hoje fora um dos infelizes dias inclusos nesse "quase".
O escasso momento em que não caia uma tempestade torrencial, ele passara vagando pelos pontos turísticos de Seul procurando por pessoas interessadas em sua arte. Infelizmente, os poucos que ainda restavam nas ruas não desejavam nada além retornar para o conforto dos seus quartos de hotéis ou qualquer que fosse os lugares em que estivessem hospedados…
Jisung não os julgava, também gostaria de voltar para um lugar de conforto num dia como aquele... se pelo menos tivesse um lugar assim para voltar. O máximo que possuía era um pequeno saco de dormir e uma modesta cabana de camping, a qual agradecia diariamente pela existência por não deixá-lo dormir ao relento e protegê-lo das constantes chuvas. Estava justamente se dirigindo para o local onde escondia seu humilde projeto de lar quando passara em frente a uma certa loja de doces.
Nosso adorável mocinho tentou de todas as formas ignorar a elegante confeitaria, inclusive fechou os olhos com força para não olhar os incríveis bolos coloridos e decorados ainda expostos no balcão iluminado, cuja luz parecia hipnotizá-lo. Quando se viu, já estava com as mãos apoiadas no vidro praticamente babando de desejo por um daqueles doces maravilhosamente trabalhados... Obras de arte inalcançáveis ao seu paladar, bolso e estômago faminto…
Seria a primeira vez que adentraria aquele ambiente, todavia, já observara e imaginara tantas vezes aquele dia que o local, mesmo sob pouca luz, acabara por se tornar mais familiar do que esperava. Sentia o acolhedor cheiro de glacê e chocolate adentrar suas narinas com naturalidade e a iluminação do balcão de doces guiava seu caminho em meio a escuridão…
Só que antes mesmo que se desse conta dos seus atos, o menino procurou por um pequeno clipe de papel dentro de sua inseparável mochila e se pôs a tentar abrir a fechadura da porta, sempre tendo o cuidado de olhar se a rua deserta continuava deserta, finalmente obtendo sucesso depois de alguns minutos trabalhando.
Entretanto…
Há um pequeno esticar de dedos de distância do seu objeto de cobiça... A consciência de Jisung o acusa. Ele não poderia fazer aquilo, não era da sua índole! Por Deus! Ele podia ser pobre, viver na miséria, mas não, definitivamente, não era um ladrão.
Com os olhos marejando, deu um passo hesitante para trás, para ir embora... Quando seu estômago se queixou novamente, dessa vez em alto e bom som, fazendo o garoto olhar o banquete em sua frente e repensar suas ações.
Estava tão perto... desejava do fundo da sua alma comer um daqueles quitutes, nem que trabalhasse o mês inteiro para pagar pelo que foi consumido…
Com esse pensamento seu cérebro se acendeu com uma ideia.
Ele não estaria roubando se quitasse o valor daquilo que foi pego... Ele seria como qualquer outro cliente, exceto modo e horário cujo qual estaria sendo "atendido".
Livre de seu pequeno debate interno, estendeu, enfim, a mão apanhando uma delicada espátula prateada e cortando uma fatia triangular de um modesto bolo redondo coberto por chantilly branco. Imaginava que quanto mais simples o bolo fosse, mais barato ele seria. O que não esperava foi ver camadas nas cores do arco-íris no interior do bolo quando se serviu. Era tão lindo que o menino sentiu vontade de chorar devido a emoção e com um garfo tão gracioso quanto a espátula, Jisung, provou sua primeira iguaria da Lee SweetCakes…
Se antes já sentia vontade de chorar, agora as lágrimas se derramavam sem nenhum pudor pelo rosto. Era uma sensação que não sentia há muito tempo, mas não duraria muito. Por isso, Jisung aproveitou cada garfada, cada pedacinho, cada sentimento proporcionado, como o presente divino que de fato era.
Até o final…
Quando respirou fundo, pousou o garfo em cima do pratinho de porcelana onde havia comido, abriu sua mochila, pegou um pedaço de papel e escreveu um bilhete ao dono do estabelecimento, explicando o motivo de ter invadido sua loja no meio da noite e prometendo pagar sua dívida em breve.
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𝗹𝗶𝘁𝘁𝗹𝗲 𝗺𝗼𝘂𝘀𝗲 ▸ 𝗆𝗂𝗇𝗌𝗎𝗇𝗀
Fanfiction𖥻 • 「 𝗹𝗶𝘁𝘁𝗹𝗲 𝗺𝗼𝘂𝘀𝗲 」• 𝐀𝐝𝐚𝐩𝐭𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧 ▍𝗝𝗶𝘀𝘂𝗻𝗴 invade a 𝗰𝗼𝗻𝗳𝗲𝗶𝘁𝗮𝗿𝗶𝗮 de 𝗠𝗶𝗻𝗵𝗼 a noite para roubar fatias de 𝗯𝗼𝗹𝗼 e deixa 𝗯𝗶𝗹𝗵𝗲𝘁𝗲𝘀 pedindo 𝗽𝗲𝗿𝗱𝗮̃𝗼. ▂▂▂▂▂▂▂▂▂▂▂▂▂▂▂▂▂▂▂▂ ▎「 𝘀𝗵𝗼𝗿𝘁 𝗳𝗶𝗰 」 ▎「...