''Queres vir jantar à minha casa?''

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Três semanas depois, numa sexta feira à tarde, a família da Maria estava a fazer as compras da semana, já Liliana estava a comprar snacks para uma festa que iria fazer com os seus amigos. De repente, as duas encontram-se no mesmo corredor, que era o das batatas fritas. Liliana, sendo naturalmente simpática, decidiu cumprimentar a sua vizinha. 

 - Olá! - Exclamou Lilith.

 - Oii! - Respondeu Maria, a tentar ser agradável para mostrar que já não estava zangada com ela - Tudo bem? 

- Sim, e contigo? 

- Também. O que você faz aqui? - Perguntou Maria, ao tentar continuar a conversa.

 - Estou a comprar cenas para uma festa em casa de uma amiga, e tu? 

- Estou a fazer a compra semanal com os meus pais. 

- Fixe! - Elogiou. 

- O quê?

 - "Fixe" significa legal. - Riu. 

- Ah, desculpa! - Lamentou murmurando - Ainda não me acostumei ao português de Portugal.

 -  Tudo bem, Maria, vais te acostumar. Também demorou imenso para o meu pai se acostumar com Portugal.

 -  Ele também é do Brasil?

Nope, é ucraniano.

- Que legal! 

- Sim! É incrível crescer com influência de duas culturas.

Como não sabia o que responder, Maria sorriu. Lilith devolveu um sorriso meigo. 

- O que achas de trocarmos de números? Assim ficaria mais fácil para falarmos. - Perguntou Liliana. 

- Pode ser.


Uma digitou o número dela no telemóvel da outra, e vice-versa.

Nesse momento, Maria só conseguia pensar numa coisa: Isto significava que ela já fez uma amiga, e essa amiga é a miúda que reparou durante a reunião de boas vindas. Ela estava tão feliz que deixou escapar um sorriso.

 - Maria?! - Exclamou a sua mãe. - Finalmente achei você!

- Ah... Oi mãe - Disse um pouco envergonhada. 

- Boa tarde senhora... 

- Lima - Completou Maria.

- Lima! Senhora Lima! 

- Boa tarde... Quem é você?

- Sou a Liliana Yakovenko, filha dos vizinhos do 6ºA. Prazer.

Que sobrenome lindo! Pensou Maria, enquanto observava-lhes a conversar.

- O prazer é todo meu! - Afirmou a senhora Lima. - Somos os Lima e moramos no 6ºB. 

- No mesmo andar... - Riu Lilith. - Mas que coincidência! ... Lamento, mas está a ficar tarde, tenho que ir andando. Tchau! 

- Adeus!


Depois de Liliana se despedir, foi para a caixa para pagar os seus refrigerantes e batatas. Quando já tinha saído do campo de visão das duas, a mãe da Maria não resistiu a fazer uma pergunta: 

- Então, você já fez uma amiga?

- Acho que sim... 

- Ela parece ser legal. - Afirmou.

Amor na porta ao ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora