Tão linda

117 11 76
                                    

PEDRO RAUL

Avistei Luíza e Pec conversando na beirada do gramado. Decidi me aproximar para pegar uma garrafa d'água e, ao mesmo tempo, cumprimentá-los. 

Quando me viram, ambos pareceram um pouco desconcertados, Luíza se mexeu de forma ansiosa e Pec coçou a cabeça. Perguntei se estava tudo bem, mas eles apenas balançaram a cabeça em um sinal de sim. 

Bebi a água e observei Luíza, que desviou o olhar de mim, aparentemente sem jeito. Então, olhei para Pec, que deu de ombros e disse que iria ao banheiro. Ficamos ali em silêncio por alguns instantes, e eu me perguntava o que poderia ter acontecido entre eles para estarem agindo daquela maneira.

Decidi não tocar no assunto, mesmo suspeitando que Pec poderia ter contado a Luíza sobre o plano da entrevista. Não queria tornar as coisas estranhas entre nós, pois sabia que a intenção de meu amigo era que algo de fato acontecesse entre mim e Luíza. 

Fingi estar chateado com Luíza por não ter me dado todos os detalhes logo de cara, e ela riu, parecendo se divertir com minha atitude brincalhona. Então, ela começou a me contar como foi a reação dos colegas à minha presença em seu trabalho. Fiquei feliz em saber que fui bem-recebido.

Entretanto, enquanto conversávamos, percebi que Luíza não estava muito bem. Ela parecia desinquieta e demonstrava sinais de não estar se sentindo bem. 

— Luíza, você está bem? Parece que não está se sentindo muito bem. Posso te ajudar de alguma forma?

— Estou me sentindo um pouco fraca e tonta, Pedro. Acho que preciso sentar — respondeu um pouco tremula.

— Claro, vamos para o banco de reservas ali. Apoie-se em mim, vou te levar até lá.

Luíza segurou meus ombros e, juntos, caminhamos devagar em direção ao banco de reservas. Com cuidado, a ajudando a se sentar, perguntei novamente como ela se sentia.

— Ainda não se sente melhor?

— Acho que é só um mal-estar passageiro. Talvez eu só precise descansar um pouco.

— Luíza, acho que seria melhor chamar o enfermeiro para te avaliar. Não quero correr nenhum risco.

— Tudo bem, se você acha melhor.

— Ei, Marcos! Poderia nos ajudar aqui por um momento?

— Claro, o que aconteceu? — perguntou enquanto se aproximava. 

— A Luíza não está se sentindo muito bem, ela está fraca e tonta.

— Tudo bem, vou verificar como ela está.

Marcos, o enfermeiro, realizou algumas verificações básicas, como medir a pressão arterial e a temperatura de Luíza. Após a breve avaliação, ele tranquilizou a ambos:

— Parece ser apenas uma indisposição passageira. Nada com que se preocupar. Talvez ela tenha se sentido sobrecarregada ou com falta de hidratação. Recomendo que descanse um pouco e beba bastante água. Se os sintomas persistirem, é melhor procurar um médico.

— Obrigada, Marcos.

— Ainda bem que não é nada grave.

— De nada, estou aqui para ajudar. Se precisarem de mais alguma coisa, é só me chamar.

Após um tempo juntos, percebi que Luíza estava com o olhar distante, aparentemente preocupada com algo. Decidi perguntar se ela estava bem, mesmo com o mal-estar, e ela pareceu se livrar dos pensamentos momentaneamente, voltando sua atenção para mim. 

Ela balançou a cabeça positivamente e ofereceu um sorriso fechado, mas seu olhar logo se voltou novamente para o campo. Quando respondeu "estou bem!", tive a sensação de que ela mais dizia isso a si mesma do que a mim. 

Um amor que se revela nos campos e nas imagens - Pedro RaulOnde histórias criam vida. Descubra agora