Uma rotina exaustiva

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LUÍZA 

Ao sair do centro de treinamento, decidi caminhar até minha casa. Era necessário me arrumar para ir à faculdade, e aproveitei a caminhada como uma oportunidade de relaxar e organizar meus pensamentos.

Enquanto percorria as ruas, refletia sobre tudo o que havia acontecido nos últimos dias. A presença de Pedro ainda me irritava um pouco, mas eu sabia que não podia permitir que esses sentimentos negativos tomassem conta de mim. Era hora de seguir em frente e me concentrar nas minhas metas e aspirações.

Ao chegar em casa, entrei no meu quarto e comecei a me arrumar. Enquanto escolhia minhas roupas e fazia minha maquiagem, minha mente vagava pela dinâmica complicada entre eu e Pedro. Eu não queria mais deixar que sua presença me afetasse tanto, mas ao mesmo tempo, havia uma parte de mim que ansiava por uma resolução pacífica para toda aquela situação.

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Já na faculdade, peguei um café e me dirigi a um canto mais afastado. A noite prometia ser longa e cheia de compromissos. Enquanto saboreava minha bebida quente, meus pensamentos se voltaram para o quanto eu estava cansada. O dia ainda estava longe de terminar, pois, além das aulas, eu tinha um turno de trabalho na balada.

A exaustão começava a se manifestar em meu corpo, mas eu sabia que precisava me manter focada. A faculdade exigia dedicação e esforço, assim como o meu trabalho noturno, e ambos eram importantes.

Enquanto observava meus colegas de classe conversando e estudando, refletia sobre a importância de conciliar todas as áreas da minha vida. Embora fosse desafiador, eu sabia que valeria a pena no final.

Levantei-me, joguei o copo descartável no lixo e me preparei para encarar o restante da noite. Sabia que seria cansativo, mas eu estava disposta a enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgiriam.

Com um suspiro, segui em frente, pronta para encarar as aulas, o trabalho e tudo mais que a noite reservava. Era hora de mostrar meu comprometimento e perseverança, mesmo diante do cansaço.

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Emilly, uma colega de sala, parecia obcecada em saber detalhes da vida pessoal dos jogadores, o que eu achava um tanto invasivo. Eu tentava desviar a conversa para outros tópicos, mas ela persistia em trazer tudo de volta para o futebol e em elogiar Pedro Raul de uma forma exagerada.

Uma pontada de desconforto e tristeza percorreu meu peito. A lembrança das palavras menosprezadoras que Pedro havia dirigido ao meu trabalho artístico ainda ecoava em minha mente. Eu me senti diminuída e questionei meu valor como fotógrafa.

Tentei disfarçar meu desconforto, mantendo um sorriso no rosto e concordando com os elogios direcionados a ele. Mas por dentro, a dor continuava a latejar. Eu precisava encontrar uma maneira de lidar com essas emoções conflitantes e recuperar minha confiança.

Enquanto Emilly mencionava de forma obsessiva o Pedro Raul, confesso que uma leve pontada de ciúmes  também surgiu dentro de mim. Embora eu não quisesse admitir, percebi que aquela admiração exagerada dela pelo jogador despertava um sentimento de desconforto em relação a ele.

Eu me questionava o motivo desse ciúme surgir. Seria porque Pedro Raul havia se tornado o centro das atenções? Ou talvez porque eu mesma estava lutando contra meus sentimentos em relação a ele?

No fundo, eu sabia que era natural sentir ciúmes quando alguém mostrava tanto interesse e admiração por uma pessoa com quem eu já havia tido conflitos.

No entanto, eu também me lembrava de que nossas interações recentes com Pedro foram marcadas por irritação e raiva. Então, por que eu estava reagindo dessa forma?

Um amor que se revela nos campos e nas imagens - Pedro RaulOnde histórias criam vida. Descubra agora