Nove dedinhos e um tapinha.

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A música do capítulo é Have I Told You Lately do Van Morrison

É uma das minhas preferidas e não tinha outra música na minha mente na cena do berçário.

"Have I told you there's no one else above you?
Fill my heart with gladness, take away all my sadness..."











Eu estava no meio de um parque lindo. No meu colo havia essa bebezinha careca, poucos fios loiros, olhos verdes acinzentados, linda, e ela estava segurando meu dedo, ela estava mostrando algumas gengivas perfeitamente rosadas num sorriso feliz. Era um dia de sol perfeito. Eu sorri para ela e então havia luz do sol direto no meu olho.

"Yelena." Alguém me chamou em volta, eu não vi ninguém.

Brinque com a bebê. Está um dia tão bonito.

Eu sinto o cheiro de sabão e álcool, não, hoje é minha folga. Nada de hospital, somente eu e minha garota.

"Yelena." Eu ouvi ao longe. A luz do sol voltou aos meus olhos.

Todo o parque e a menininha se foram como se tivessem sido sugados pela luz do sol. Eu comecei a sentir o ambiente em volta.

Foi um sonho?

Era Anya?

Sonya estava praticamente enfiando uma lanterna na minha pupila quando eu abri meus olhos. Eu me levantei da cama assustada. Havia uma barriga enorme na minha frente. Tinha um pequeno pé marcado alí de novo.

"Olá baby Anya..." Eu sussurrei colocando um dedo no pezinho. A mãe dela se mexeu deitando de barriga para cima mas não acordou. Eu lamentei não poder tocar o pezinho da minha nova amiga.

"Você terminou? Estou te chamando a uns 10 minutos, estava checando seus sinais vitais, você parecia uma morta viva..." Eu ouvi a voz de Sonya ao meu lado e finalmente despertei. Eu me levantei preocupada olhando para o meu relógio. Eu dormi 3 horas.

"Porra. Eu preciso ver meus outros pacientes." Eu disse afobada. "Você pode cuidar delas enquanto eu..."

Eu me atrapalhei com meu estetoscópio e Sonya segurou meu ombro sorrindo. Tudo no rosto dela mostrava a diversão de me ver desorganizada. Irmãos... eles te amam e te odeiam... tudo no meio termo é sobre rir da sua desgraça.

As minhas irmãs me amam e jamais me deixaram para trás. Elas me ajudaram quando eu mais precisei. É tudo bem se elas rirem um pouco então.

"Eu já cuidei de tudo. Seus pacientes estão bem. Acalme-se. Você conseguiu descansar?" Ela perguntou, organizando meu jaleco e cabelo amassados. O sono me fez bem, mas me deixou desorientada. Parece que dormi 20 horas seguidas.

Eu fui para o frigobar do quarto e olhei para todos os itens ali. Disseram que ela é alguém importante, eu estou vendo, tem um champanhe caro ali... quem diabos colocou isso ali? Ela nem mesmo pode beber... Ela é rica. Ela não vai se importar de me pagar uma água, vai?

Eu entornei a garrafa inteira olhando para ela. Parece que toda vez que entro nesse quarto meus olhos ficam presos nela o tempo todo.

Comporte-se, Belova.

Eu quase não consegui sair para chamar Natasha e Sonya antes, eu queria ter ficado aqui o tempo inteiro com elas, mas eu precisava pedir autorização e então convencer minhas irmãs idiotas a virem me ajudar.

A conversa com a diretora do hospital muito conhecida por ser minha mãe e eu ser a preferida dela, me fez andar minutos a fio com ela pela ronda dos pacientes dela, enquanto eu explicava o caso e a necessidade de aplicação do procedimento. Ela tinha ouvido falar de Kate Bishop, me disse que o hospital inteiro sabe de seus modos gentis, e para ter cuidado com a minha ideia de dança.

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