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MARIA LUISA

3 meses depois... - Março, 2024

Luisa: Faz tempo que a gente não vem aqui. - lembrei, olhando para a vista.

Batman: Papo reto. - me apertou mais em seus braços. - E você tá morando aqui a mó cota.

Luisa: Só prova que a nossa vida anda bem corrida... - desviei o olhar para o meu colo, puxando um pouco mais do beck.

Passei pra ele, que deu a última puxada e então jogou fora.

Murilo ficou em silêncio, me observando. Ele sabia do que eu estava falando. Já haviam se passado três meses e, durante esse tempo, quase não tínhamos momentos como esses. Ele andava ocupado com as coisas do seu morro, eu com a minha faculdade e... ainda tinha a Raissa com o bebê.

Não estou dizendo que sinto raiva dela ou a culpo por estarmos afastados, pois sei das necessidades e responsabilidades que ele precisa ter como pai. Pai. As vezes era difícil de acreditar. O meu namorado ia ser pai e a mãe não era eu.

Mas eu me pergunto, será que eu gostaria disso? Dessa vida de mãe nova e correndo perigo de algum dia virar mãe solo...?

Me arrepio com o pensamento, saindo de meus devaneios.

Batman beijou o topo da minha cabeça e acariciou o meu braço, subindo e descendo levemente pelo ombro. Acho que ele não sabia o que falar.

Estávamos no alto do morro. Fumando maconha de madrugada enquanto víamos o sol nascer.

Nostálgico, não?

Era uma sexta feira, agora, um sábado. Hoje seria o chá de bebê.

Pensei em fazer em um domingo porque todo sábado costuma ter baile no morro, mas o Murilo insistiu. Disse que ia cancelar. Inclusive, até tentou me ajudar nos preparativos, mas eu estava com medo dele descobrir algo, então não deixei. Organizei tudo sozinha, com uma ajudinha aqui e ali da Duda e Camilla para tirar algumas dúvidas e indecisões, mas foi só isso.

Batman: Para com isso, princesa. Os corre do dia podem surgir como forma de tentar diminuir nosso amor, mas nada vai me fazer te amar menos. - levantei o olhar, ficando surpresa com o seu jeitinho fofo.

Acabei rindo. Ele me olhou de testa franzida, perplexo, eu diria.

Batman: Já tá na onda né?

Luisa: Acho que sim. - sua cabeça sacudiu em negação e sua língua estalou.

Batman: Faço uma gracinha e a palhaça não se aguenta. - belisquei a sua perna, fingindo seriedade.

Luisa: É que você fica fofo do nada. Me surpreendeu.

Batman: Não falo mais então. - revirei os olhos com o seu drama.

Agarrei a sua bochecha e forcei ele a se virar para mim, lhe dando um selinho. Ele fez careta, puxando levemente o meu cabelo para me afastar.

Luisa: Fala de novo! - pedi, baixinho, ainda apertando as suas bochechas para formar um bico.

Novamente, sua cabeça balançou, tentando empurrando minha mão para longe de seu rosto.

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