Um mundo completamente novo

213 34 6
                                    


A arquitetura de pedra e madeira subia três andares para cima com não mais do que quatro metros de pedregulhos entre cada um deles. Lojas de vestidos, máscaras, e joias de qualquer extravagância eram encontradas em cada esquina. Pequenos restaurantes ostentavam lindos e exóticos cheiros e conversa alta em cada loja a frente. Era uma emboscada tão grande em seus sentidos que deixou Becky desorientada enquanto andava um pouco atrás de Freen, tentando apreciar tudo de Veneza ao mesmo tempo.

«Onde estamos?» Becky pergunta distraidamente, os olhos se movendo de uma vitrine de renda para uma trepadeira que seguia a rachadura na parede de pedras de uma casa à sua esquerda. Seus olhos a seguiram subindo a parede, tentando ver para onde a leva, o sol brilhando demais e cegando sua visão.

«Eu não sei.» Freen respondeu, virando-se para encontrar o olhar de Becky com um sorriso atrevido, antes de se virar novamente.

«Como assim você não sabe?» A loira questionou, colocando seus óculos escuros no rosto e correndo para alcançá-la. Duas mulheres, que pareciam ter acabado de sair de uma sessão de fotos para a Vogue, esbarraram nelas vestidas em casacos de pelos da Versace e da Prada, fazendo com que Becky cambaleasse.

Definitivamente não estamos mais na Tailândia.

«Quero dizer, estamos perdidas, sem direção ou destino.» Ela disse sorrindo. «Mas essa é a beleza de Veneza. Você pode não fazer ideia de onde está, mas ainda estar exatamente onde precisa.»

«Isso não faz o menor sentido.» Becky reclamou, mas ainda seguiu Freen quando esta virou à esquerda e começou a caminhar em um beco cheio de flores de todas as cores em cima de bancadas de ferro. «Estou te seguindo pelas últimas duas horas passando por ruas estreitas sobre pontes e canais.»

«Uh-huh.» Freen murmurou suavemente, parando de repente, Becky indo de encontro com suas costas. ‹Somente quando você está realmente perdido encontrará o melhor que Veneza tem para oferecer.› Becky estava tão distraída com o fato de que seu corpo se encaixava perfeitamente contra o de Freen que ainda estava corando quando a garota mais baixa rodou para encontrar seus olhos. Ela piscou e acenou para uma loja à sua direita. «Vamos lá.»

Becky foi de encontro com cores de todos os espectros assim que passou pela porta. A loja ainda ia mais dez metros para frente e toda superfície estava coberta com as mais lindas máscaras que já viu. Elas estavam em todas vigas, paredes e prateleiras.

«Uau.» Ela exclamou em espanto.

«Eu sei.»

Becky passou os dedos sob uma máscara vermelha e preta com um longo nariz sobre uma prateleira de exposição. Uma filigrana de ouro estava ao redor dos olhos, a superfície lixada suave ao toque. Ela a pegou cuidadosamente e a colocou no rosto, admirando sua reflexão em um pequeno espelho pendurado em uma das prateleiras de madeira.

«Medico Della Peste.»

«O que?» Becky girou ao ouvir o som da voz de Freen, a máscara ainda em seu rosto. Seus olhos foram de encontro com uma máscara verde e marfim, e olhos com detalhes prata e filetes de ouro.

«Uhm, o que você disse?» Becky gaguejou, perdendo sua linha de pensamento. A seda verde da delicada máscara fez com que os olhos de Freen brilhassem por trás do material que cobria apenas suas maçãs do rosto e seu nariz esbelto.

Linda.

«Máscara do Médico da Peste.» Freen explicou. Virou Becky na direção do espelho enquanto falava. «Eles usavam isso na esperança de não contrair a doença quando estavam cuidando das vítimas.»

«Você é como um Google ambulante.» Becky comentou, completamente consciente das mãos da maior repousando gentilmente em seus ombros enquanto olhavam uma para a outra pelo espelho. «Como você sabe tudo isso?»

Como se nunca tivessemos dito adeus [Versão FB]Onde histórias criam vida. Descubra agora