Epílogo: Plantas para futuros lares

136 19 8
                                    


Uma brisa fria surgiu, balançando seu cabelo por seu rosto. Becky levantou uma mão e colocou as mechas soltas por trás da orelha enquanto se apoiava na grade de metal, inspirando o ar marítimo matutino. O súbito cheiro de gasolina despertou seus sentidos enquanto um sorriso se alastrava por seus lábios rachados. Fechou os olhos, a forte luz do sol nadando por fora de suas pálpebras. Era calmante. O libertador e leve sentimento se espalhou por seu peito e fez sua respiração ficar cada vez mais calma. O som de gaivotas e buzinas distantes iam de encontro com seus ouvidos quando dois braços a abraçaram pela cintura, a puxando para perto.

Becky suspirou, virando a cabeça para suavemente roçar a bochecha na pele macia. A garota riu, a apertando um pouco mais e repousando o queixo no ombro da loira. Levou seus olhos de volta para a água, a Ponte da Baía de Sidney se estendendo para ambos os lados. A vista era linda. Turistas e residentes locais lotavam a borda do porto e mais adiante na entrada do Teatro de ópera. Estava cheio e mesmo assim uma sensação de calma permanecia no ar. Becky foi para muitas cidades em sua vida, de Paris e New York para Saigon e mais recentemente Joanesburgo. Mas tinha algo sobre Sidney com sua água azul e praias limpas que deixava tudo diferente para ela.

«Olha, não quero que você me julgue.» A mais alta murmurou suavemente em seu ouvido. «Mas sua namorada é muito estranha.»

«Eu ouvi isso.»

Becky e Ellen ambas se viraram com o som daquela voz, o tom da garota com um leve divertimento. Freen estava ao lado do namorado de sua melhor amiga, Ethan, alguns metros de distância delas perto de um poste de luz, sua câmera na mão. Aquele sorriso iluminava suas feições, fazendo com que borboletas aparecessem no estômago de Becky enquanto seus lábios espelhavam os dela. As duas garotas sorriram, a loira se virando para encarar Ellen com um sorriso.

«Sim, eu sei.» Ela sorriu, olhando para Freen enquanto falava. «Mas ela é tão boa na cama.»

«Também ouvi isso.» Freen disse, indo para elas ainda com o sorriso no rosto.

«Você não foi a única.» Ellen reclamou, passando por ela enquanto ia para Ethan e começavam a andar para longe deixando as duas sozinhas.

«Oi para você.» Freen disse suavemente, colocando as mãos na cintura de Becky.

«Oi.» Ela suspirou, gentilmente encontrando seus lábios com os da garota. Freen gemeu contentemente contra sua boca enquanto Becky levava a mão esquerda para descansar em sua bochecha, seu dedo passando pela pele macia. A morena interrompeu o beijo após um momento, apenas para pressionar os lábios contra a parte de dentro do pulso de Becky e por cima da discreta tinta preta. Ela sorriu com o gesto, seus olhos indo para as mesmas palavras no pulso de Freen.

Três semanas.

Elas estavam pensando em fazê-las por um tempo, mas como é normal de Freen, não foi até passarem por um local a tarde alguns meses atrás que a arrastou para dentro. Isso foi uma coisa que nunca mudou. Havia passado quase um ano desde o estúdio de dança e a morena nunca parou de ser aquela garota. A que fazia tudo do nada e a por qual Becky se apaixonou tantos anos atrás.

«Você tem sorte que eu te amo.» Freen murmurou, passando os dedos pelas palavras.

«E por que será?»

«Porque sua letra é absolutamente terrível.» Freen brincou, colocando o próprio pulso entre elas. Becky sorriu com a clara diferença nas escritas. Na época parecia romântico quando a morena contou que queria que ela escrevesse as palavras. E concordou, sabendo que a sua tatuagem estaria perfeita.

«Ei, a ideia foi sua. Será que alguém está se arrependendo?»

«Não, só estou comentando.»

Freen fez um bico adorável, Becky se aproximando novamente. Pressionou os lábios contra os dela numa tentativa de se livrar da feição divertida em seu rosto, a morena sorrindo antes de se afastar. Ela manteve seu aperto leve no metal, prendendo a loira contra a grade.

Como se nunca tivessemos dito adeus [Versão FB]Onde histórias criam vida. Descubra agora