Dez simples regras

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Se aqueles sorriso e olhos eram uma droga; uma viciante e nociva droga, então aqueles lábios e a sensação deles contra os seus eram a cura. Seus pensamentos viraram um nada. Suas hesitações e medos desapareceram, deixando apenas o desejo e sua necessidade de estar em todos os lugares que a garota estava. Aqueles lábios fizeram com que pegasse a camisola da morena e empurrasse a garota até que a parte de trás de seus joelhos atingissem a poltrona, fazendo com que Freen caísse nas macias almofadas ali.

Dedos finos passavam por sua mandíbula, deixando um fogo pelo caminho e uma queimação em seus pulmões devido a falta de oxigênio. Pegou os braços da poltrona com ambas as mãos enquanto as curtas unhas de Freen arranhavam seu pescoço e sua clavícula, marcas vermelhas começando a aparecer em sua pele. Becky gemeu contra a boca dela, suas próprias unhas enfiadas no estofamento da poltrona.

Não conseguia respirar sem pegar uma parte de Freen e não conseguia conjurar um pensamento que não terminasse em xingamentos. Tudo que podia ver eram as pálpebras dela que se contraíam com cada toque suave que sua língua tinha com aqueles lábios. Tudo que podia ouvir era Freen ofegando contra sua boca aberta. Tudo que podia provar era o batom sabor baunilha e o sabor salgado das lágrimas já secas que escorreram por seu rosto e ficaram em seus lábios. E tudo que podia sentir era paraíso e fogo, simultaneamente a levantando e a queimando.

O fogo mascarou todos os outros sentidos, então tudo o que podia fazer era sentir. Sentir a língua de Freen passar por seus lábios. Sentir suas mãos apertarem seu pescoço e a puxar para mais perto. E sentir o calor que começava em seu coração e parava no meio de suas pernas.

Freen Chankimha está me beijando e não está parando.

Ela não está parando.

E eu não estou acordando.

Estas são as mãos dela passando pelo meu cabelo.

E é a sua respiração se misturando com a minha.

Puta merda.

Becky mordeu o lábio inferior dela antes de colocar a língua de volta em sua boca, suas mãos indo de encontro com a parte de cima de suas coxas enquanto se ajoelhava na frente dela. A puxou contra si o máximo que a poltrona permitia, movendo as pontas de seus dedos mais para cima e os colocando de baixo da bainha do short. Conseguiu sentir arrepios pelo corpo da garota.

Becky se separou daqueles lábios perfeitos e foi de encontro a um par de olhos chocados a encarando. As mãos de Freen pairavam sobre as bochechas de Becky, quase tocando a pele. Sua respiração ficou mais pesada assim como seu coração a cada segundo que passava.

«Meu Deus.» Freen soltou mordendo seu lábio inferior. Seus olhos estavam arregalados enquanto suspirava pesadamente, deixando sua cabeça encostar na parede atrás. ‹Merda.› Levou ambas as suas mãos para a boca, balançando a cabeça de um lado para o outro enquanto encarava o teto. As mãos mascaravam as palavras incoerentes que saíam de sua boca. Respirou fundo e olhou para Becky mais uma vez com um olhar confuso. «Me desculpa. Eu não tive a intenção... puta merda.»

Sua cabeça atingiu a parede novamente enquanto o coração de Becky batia mais rápido com cada suspiro, tentando entender a súbita mudança em sua amiga. Olhou para as coxas da garota, nas quais as mãos de Becky ainda estavam posicionadas. Começou a entender quando engoliu o nó que se instalou em sua garganta e sua mente começou a acompanhar seu coração. Com cada suspiro, seu peito doía, parecendo que iria explodir.

Freen a beijou e agora está se arrependendo.

Ela está se arrependendo.

«F, está tudo bem, eu entendo.» Becky disse, não encontrando seu olhar. «Ar montanhoso e tal.»

Como se nunca tivessemos dito adeus [Versão FB]Onde histórias criam vida. Descubra agora