─────•⊰•► [...] Jung Wooyoung, um modelo renomado que tinha tudo aos seus pés. Bom, isso até Choi San chegar e virar não só a agência em que trabalhava, mas toda a sua vida de cabeça para baixo. Tudo isso por causa de um único objetivo, o qual ele...
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San:
— Olha só, o que temos aqui. — ouvi Jongho dizer ao me ver parado ao lado de sua porta. Ignorei completamente o indivíduo que saiu de cabeça baixa do seu cubículo com as mãos no bolso e sem pedir permissão passei por si e adentrei o cômodo bagunçado. — Deveria ficar surpreso por essa visita sem aviso, hum, esqueci de alguma data especial? — sua voz debochada me fez revirar os olhos, ao mesmo tempo em que um sentimento bom preenchia meu peito. — Sabe, você costumava ser mais educado, há alguns anos atrás. — tagarelou enquanto me observava tirar os óculos escuros e o casaco pesado e jogá-los sobre um pedaço do que deveria ter sido um sofá na antiguidade. — A que devo a honra, Alteza? — perguntou, antes de fechar a porta, acender um cigarro e dar um trago.
Após a confraternização acabar de modo decepcionante para mim, decidi voltar para o meu apartamento o quanto antes, a maioria dos convidados já haviam deixado o museu e o motivo de todo o meu empenho desnecessário também. Eu não fazia ideia qual tinha sido a sua escolha naquela noite, mas com toda certeza nenhuma delas eram ruins vendo pelo lado lógico. E ter ciência que parte do meu cérebro estava se culpando involuntariamente por isso me dava nos nervos. Passei meia hora inquieto, andando de um lado para o outro como se estivesse desnorteado.
Sozinho. Não queria me sentir assim no momento, eu precisava me distrair e foi pensando exatamente nisso que peguei apenas dois adereços para ocultar minha imagem dos poucos cidadãos que encontraria pelo caminho. Andei mais alguns quarteirões a fim de não deixar tão evidente quem estava pegando o automóvel solicitado numa esquina, parando enfim no subúrbio de Seul. Um lugarzinho um tanto peculiar comparado a toda grandeza e majestade do outro lado da cidade, do qual estou parcialmente acostumado.
Choi Jongho, ou Ho como costumava chamá-lo, era o filho caçula de um ator bastante rico e conhecido nos cinemas e novelas do país, mas como sua existência foi resultado de um casinho à parte de um casamento entre duas celebridades, ele acabou sendo esquecido como normalmente acontece. Sua mãe havia falecido quando deu à luz, devido a algumas complicações durante toda a gestação, fazendo com que fosse criado por uma vizinha velha e ranzinza.
Quando nos conhecemos, ele não passava de um pirralho encrenqueiro que tinha roubado de um policial à paisana. Eu estava saindo de uma empresa quando acabei dando de cara consigo, nosso encontro inesperado findou com meus documentos e suas notas de dinheiro indo ao chão. Naquele momento, Jongho pareceu estar numa briga interna entre parar e pegar o dinheiro ou correr do homem que vinha como uma fera atrás de si. Não faço ideia do motivo de ter intervindo, porém, foi o que fiz, me desculpei com o policial pelo incidente como se aquele garoto desconhecido fosse alguém da minha família e lhe devolvi todo o dinheiro mesmo que a contragosto.
Nesse mesmo dia, após o homem desistir de prendê-lo e ir embora, Choi me xingou de panaca intrometido e como uma forma de reconciliação entre nós, optei por lhe pagar um almoço num restaurante próximo de onde estávamos, logo o oferecendo metade do que tinha ganhado pelo meu dia de trabalho. Apesar da relutância no final das contas ele acabou aceitando a refeição, mas o dinheiro…
