beach killer - Taennie

capítulo 4.1

O direciono até uma sala, então me desvencilho e pego o celular, caço o número desconhecido que me ligo e adiciono como o contato da Jennie, e enfim, mando mensagem pedindo para ela trazer Lisa até a sala de química, mas tinha que ser tudo rápido enquanto estávamos em horário de clube.

-- Então, pelo seu sorrisinho, você e a Jennie estão tendo um rolo? -- Jungkook pergunta com um tom insinuante.

-- O que -- Saio da tela do celular -- Não, só somos amigos -- digo com pesar.

-- Você não tá seguindo de verdade meu conselho. Escuta, você tem que ser atacante, tá na cara que a Jen é o tipo de garota que tem atitude, mas quer que o cara de o primeiro passo -- Jk me aconselha e eu de fato o escuto.

-- Mas como vou tomar esse primeiro passo? -- pergunto curioso.

-- Simples. Primeiro você... -- ele começa a falar, mas é interrompido pelas vozes das meninas no corredor.

Eu pigarreei e o olhei.

-- Chegou o seu momento de ser "atacante" -- falo com sarcasmo. Jk não compreende e fica me olhando como se tentasse decifrar um enigma.

Eu começo a andar até a porta.

-- Fique aí, eu já volto -- falo antes de sair da sala.

Em seguida esbarro na Jennie sem querer, ela parece normal, mas eu fico meio desconcertado, vejo de canto de olho a Lisa analisando nossa breve interação.

-- Perdi alguma coisa? -- Lisa questiona com os olhos semicerrados.

-- Não -- Jen responde calmamente -- Agora entre aí -- ela fala para a amiga.

-- Jen, por que eu tenho que entrar aí?

-- Só entra, pense nisso como seu castigo por me atormentar ontem de madrugada me ligando para falar do Jung- -- antes da Jen terminar a frase a menina de franja a corta.

-- Ei! -- ela arregala os olhos para a amiga.

-- Tá bom, agora entra -- Jennie fala com voz de tédio.

Lisa a obedece sem pestanejar, em seguida com rapidez eu fecho a porta e a seguro, logo escuto Lisa gritar para abrirmos.

-- Jen, droga. Me ajuda! -- falo em desespero, pois Jungkook está do outro lado puxando a porta com força.

Ela me olha de um jeito estranho, então tira um molho de chaves do bolso, me afasta um pouco da maçaneta e tranca a porta.

-- Onde você- -- ela me interrompe.

-- Sou monitora dos corredores e salas em horário de clube -- e finaliza com orgulho na voz.

As palavras de Jimin vem a minha mente, percebo então que fiz de novo, um comportamento egoísta, isso pode não me prejudicar, mas e a menina a minha frente?

-- Jen... -- falo tentando deixar minha respiração em um ritmo normal após eu gastar meu fôlego segurando a porta -- Isso não pode te prejudicar?

-- O que? -- ela analisa meu rosto -- não, relaxa. Você não é o único que sabe se divertir.

-- Como assim?

-- Ser sua tutora, monitora ou qualquer outra coisa nesse colégio -- ela fala olhando em volta -- Não me impede de me divertir de vez em quando. O ponto chave é fazer as coisas no silencio -- ela sorri de canto me deixando mais relaxado.

Dou uma risada de alívio e ela me lança um olhar questionador.

-- Você é uma caixa de surpresas as vezes -- penso em voz alta.

-- Por quê? -- ela pergunta curiosa.

-- Se eu tivesse te conhecido na escola eu ficaria em choque de te ver na festa aquele dia... -- falo pensativo.

Ela da de ombros indiferente.

-- Eu gosto de me divertir as vezes, não vejo nada de errado nisso.

-- Não... Você não tá errada. Isso te deixa ainda mais legal -- falo sem jeito passando a mão na minha nuca.

Então ela me olha de forma intensa, aquela forma que buga meu cérebro, talvez eu até esqueça meu nome se ficar preso nesse olhar por muito tempo.

-- Para de me olha assim -- falo desviando meu rosto do seu.

-- Assim como? -- ela parece realmente não entender o que eu disse.

-- Sei lá -- digo agora olhando para o lado oposto ao seu rosto -- como se fosse devorar minha alma.

Ela ri. Uma risada diferente, gostosa de ouvir. Espontânea.

-- Acho que nunca ouvi isso, essa é nova -- ela fala parando de rir.

Dou risada de volta, agora olhando em seu rosto. Ficamos por rápidos segundos sorrindo um para o outro, como dois bobos. Gostaria que o tempo parasse, mas é algo impossível.

Logo somos interrompidos por uma menina.

-- Licença, vocês viram o Jeon Jungkook?

-- Não, por quê? -- pergunto cínico.

-- Um policial veio procurando ele de novo.

Eu e Jennie nos olhamos, vejo ela comprimir o lábio, como ela sempre faz quando está pensativa.

-- Não vimos não. Agora, estamos indo. Com licença -- Jen fala de jeito simpático para a menina, enquanto ela pega em meu pulso e me encaminha para fora dali.

Paramos no pátio e sentamos no banco em baixo de uma árvore.

-- Posso pergunta porquê a polícia está procurando o Jungkook? -- ela me olha curiosa.

-- Algum babaca dedurou ele, o que parecia inevitável desde o início, ele é o vocalista dos Killer fangs -- respondo neutro.

Então ela pigarreia antes de voltar a falar.

-- Você procurou ajuda?... Tipo um psicólogo -- ela tenta falar da forma mais suave possível.

Suspiro lembrando da nossa briga.

-- Minha mãe me obrigou -- falo dando de ombros.

-- Mas você está se abrindo para o tratamento? -- ela parece hesitante, sinto que ela também quer evitar repetir nossa briga.

Fico em silêncio por um tempo olhando em volta, vendo as pessoas caminharem na grama do pátio tomando sol, tudo para não olhar no rosto da menina ao meu lado.

-- Olha, Taehyung, não sei de que forma você está lidando com aquela situação, mas só digo uma coisa sobre isso -- ela diz séria -- Não vou continuar me aproximando de você -- eu a olho surpreso e chateado ao mesmo tempo -- Já tenho coisas demais para lidar em minha mente, não posso me envolver com alguém emocionalmente instável e que nem quer procurar ajuda -- ela finaliza desviando o olhar de mim.

Sei que ela não quer se afastar, assim como eu.

-- Jen, eu... -- ela me corta.

-- Não me chama de Jen assim, tá legal. E se for procurar ajuda, faça isso por você, não por outra pessoa -- ela diz ainda sem me olhar -- no máximo me use como incentivo, e não como o motivo.

Então eu volto a olhar o pátio. Agora nós dois estamos em silêncio, apenas contemplando o sol, fingindo não estarmos magoados.

Tenho quase 90% de certeza que um romance escolar não deveria ser tão complicado assim...

-- Sua maturidade me assusta... -- resmungo.

Ela me olha de canto por alguns segundos, mas não responde nada.

No fim do horário do almoço eu e Jennie fomos até a sala de química, se passaram 1 hora e meia desde que trancamos Lisa e Jk na sala, não fazia muito tempo, mas ao chegarmos lá percebemos que os dois fugiram pelas janelas, o que parecia ser inevitável, porém ainda torço para que os dois tenham conversado o suficiente a ponto de dar uma trégua, porquê ninguém merece esses dois brigando no seu ouvido o tempo todo.

Nota do autor:
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