O mundo não dá voltas, ele capota. Para mim, demorou um pouco mais do que eu gostaria, mas veio deliciosamente em boa hora.
A minha ida ao bar no sábado se mostrou o meu pote no final do arco-íris, e só essa alegria para me deixar animada para sair de casa no friozinho de 5h30 da manhã de uma segunda-feira.
Não sendo tão insensível, o vídeo do qual Chanyeol tanto falava me chocou bastante, e por um segundo eu pensei mesmo que o melhor seria mostrar à polícia - acho que mais para imaginar o patrãozinho atrás das grades do que para fazer justiça, mas já é uma ponta de altruísmo. No entanto, ao que me parece, nenhum anjo foi designado para mim e os dois diabinhos sobre meus ombros cochicharam de uma forma bem mais convincente do que o senso moral.
Não era uma surpresa eu ser um tanto sórdida, por isso não me espantei quando o meu planinho baixo foi se arquitetando.
Apressei os passos para chegar depressa na casa dos Byun e entrei pelo portão traseiro no muro vivo que protegia os fundos da propriedade. Passei pela piscina, tendo em mente que, se tudo desse certo, eu ainda iria dar uma mergulhada nela. Sempre tive vontade de cair nessa água. E também, chegaria o fim da era de entrar pelos fundos como uma pestilenta, porque eu vou começar a passar pelas portas principais como uma verdadeira rainha. Só esse pensamento já me fez esticar um sorriso digno de quem está prestes a matar o Batman.
Repassando as palavras que eu usaria, inspirei bastante ar que pudesse acalmar a aceleração de meu pulso. Estou um pouco nervosa. E como não estaria? Era um jogo muito arriscado. Passei pela entrada que dava acesso à cozinha, satisfeita por ver que a sra. Park ainda não havia chegado. Melhor assim.
Como de praxe, a casa inteira estava mergulhada no silêncio típico do horário, mas eu sabia muito bem que a essa hora o patriarca deveria estar no escritório arrumando suas coisas para o trabalho, e foi inevitável que meu estômago gelasse assim que cruzei a sala até parar de frente para o cômodo. O Byun era um homem autoritário, rígido, com uma presença que fazia você pensar duas ou até três vezes antes de proferir qualquer palavra. Só que eu precisava ser firme. Eu já sou miserável mesmo, a cadeia seria como um hotel cinco estrelas. Era dessa forma que eu me tranquilizava.
Dei duas batidas na porta. Segundos silenciosos se passaram antes de eu decidir bater outra vez, com mais força, e o som mais audível logo percorreu o outro lado.
- Entre. - A voz grave soou de lá de dentro.
Vamos, queridinha. Me encorajei. Se orgulhe da diaba que você pode ser.
Abri a porta, tendo a visão do Byun de pé atrás de sua mesa, concentrado em colocar um monte de papéis dentro de sua maleta preta e cara.
- Bom dia. - Falei depois de lembrar de não vacilar. Seu olhar veio até mim no mesmo minuto.
- Você? - Embora tentasse não demonstrar, era óbvio que não se lembrava de meu nome. Que piada. Sabe Deus por quanto tempo eu já trabalho aqui e o gabiru não gravou nem o meu nome, que era o mínimo a se fazer.
- S/n, senhor. - Respondi sua pergunta silenciosa.
- Perdão, eu normalmente não tenho tempo para me preocupar com nomes. - Voltou-se para a papelada. Claro, ele tem tempo de decorar nomes de milhares de investidores, mas não lembra o nome da empregada que passa mais da metade do dia na casa dele. Normal e totalmente compreensível. - Diga logo o que você quer porque eu estou atrasado. Espero que não seja um aumento
Ele terminou de falar sem olhar para mim uma única vez, o que começou a me irritar.
- Eu tenho uma proposta para fazer, senhor. - Fui direto ao ponto, recebendo o olhar dele por um instante só para voltar a ser ignorada
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Lótus (Imagine Byun Baekhyun)
FanfictionMuitas pessoas dizem que o mundo dela não girava em torno do dinheiro, mas que era o próprio dinheiro. Muitos dizem que, por dinheiro, ela seria capaz de vender a própria mãe ao diabo. Ah, ela era ambiciosa sim, mas não tinha nada. De uma família co...