Nas proximidades de Bucheon, parei o carro no pátio do posto de gasolina já muito familiar para mim, no meio de, pelo menos, outros cinco carros de luxo - indo de BMW, Porsche, Mustang, Corvette e Mercedes -, ouvindo o ranger característico do freio de mão após puxá-lo. Logo ao lado, conversando uns com os outros, estavam os donos dos esportivos não vendo a hora de correr; enquanto isso, alguns espectadores – a maioria responsável pelas motos e demais carros de menor valor espalhados pelo lugar -, rostos conhecidos de outras rachas, estavam vibrando ansiosos rente à pista, esperando os primeiros corredores retornarem.
- Pequeno Byun... – Leeteuk, o mais velho de nós, filho do dono do posto de gasolina e aquele que sempre organizava as corridas clandestinas, se aproximou de mim assim que me viu saindo de meu carro. Assobiou, dando a volta na minha mais nova máquina. – Olha esse carango, que beleza! É aquele Audi R8 de 610 cavalos? Estou vendo que aposentou o seu Nissan.
- Pois é. – Sorri orgulhoso, apoiando o braço no topo da porta do motorista ainda aberta. – O Nissan precisou ir para o conserto, mas isso desvaloriza demais, você sabe. Então o meu pai me comprou esse daqui que é muito melhor do que o outro. – De repente, manter o bom humor ficou mais difícil do que deveria.
- Diz aí, quantos quilômetros essa belezinha faz? – Leeteuk perguntou, se inclinando para dentro do carro para dar uma olhada no velocímetro. – Velocidade máxima de 330km por hora, uau!
Continuei sorrindo, mesmo que a minha consciência pesada tenha voltado a martelar minha cabeça, não bastasse ter feito isso o caminho inteiro até aqui – bem como no resto do dia.
- Chega a 100 km/h em quase três segundos redondos. – Respondi sua pergunta. – Com uma pequena variação de 2 décimos, na teoria.
- Ah, mas eu quero saber na prática! – Se voltou para mim. – Vai estrear ele hoje, não vai?
Assenti com a cabeça, batendo a porta com mais força do que deveria. Em outro momento, eu seria capaz de matar qualquer um que fizesse isso. Se ao menos o comprado tivesse sido só o carro... pensei, me sentindo zombado pelo meu próprio automóvel. Tentando me livrar dessas besteiras, forcei-me a focar apenas em seguir Leeteuk até os outros corredores, estes que já vinham me cumprimentar ao notarem minha presença.
- Baekhyun, quanto tempo! – Minho deu tapinhas nas minhas costas. – Achei que tinha desistido das corridas.
- E eu achei que tinha amarelado depois de perder para a minha Mercedes na última vez. – Kibum, ou Key, como o chamávamos por aqui, esticou um sorriso convencido, olhando por cima de meus ombros logo em seguida.
- É muita arrogância para quem só teve um golpe de sorte. – Zombei, ouvindo-o rir.
- Estou vendo que trocou de carro. Fez bem, aquele outro era uma porcaria, embora não vá resolver de muita coisa.
- Hah, vamos ver se esse teu motor V8 supera o meu V10. – De todos, eu ia menos com a cara de Key. Éramos amigos por tabela, por fazermos parte do mesmo grupo, mas, por algum motivo que só Deus sabia, eu era o constante alvo de sua pegação de pé.
- Rapazes, rapazes... – Uma mulher, que antes estava junto dos espectadores, se aproximou. Embora não fosse corredora, fazia parte da turma. Sempre era a garota que dava início à corrida, e por isso ainda segurava a bandeirola em uma das mãos. - Rivalidade é saudável até certo ponto, não precisam levar tão a sério.
- Não adianta, noona. – Taemin, o que dirigia o Corvette, se intrometeu, apoiando o braço no ombro da irmã mais velha. – Sabe como esses dois são.
- É bom ter você de volta, moleque. – Sorriu para mim, um pouco menos espontânea do que costumava, fazendo Key revirar os olhos. – Meu pai me contou que você está noivo... E aí, é verdade mesmo?
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Lótus (Imagine Byun Baekhyun)
FanfictionMuitas pessoas dizem que o mundo dela não girava em torno do dinheiro, mas que era o próprio dinheiro. Muitos dizem que, por dinheiro, ela seria capaz de vender a própria mãe ao diabo. Ah, ela era ambiciosa sim, mas não tinha nada. De uma família co...