- Você tem certeza que não vai dar treta, cara? - Jongin perguntou se tremendo tanto que quase se podia ouvir os ossos batendo uns contra os outros. - Ai ai, o seu pai vai ficar uma fera quando descobrir... E a minha mãe vai ficar uma fera quando o seu pai contar pra ela!
- Você falando disso o tempo inteiro só vai me deixar mais nervoso. Eu sei que fiz merda. - Meu rosto se contorceu em uma careta, não tendo o menor saco para ouvir as paranoias do Jongin a essa hora da noite. - Não tem como o meu pai descobrir.
- Eu não sei não, ein. Eu não sei não! Aqueles caras que vivem atrás de você vão abrir a boca, eu sei disso, eu sei.
- Para de ser tão medroso, cara. Nenhum guarda-costas me viu sair. - Pelo menos eu acho. Encostei a cabeça na janela, de olho já nas ruas que passavam do bairro nobre enquanto Jongin me levava até em casa.
Eu estava de carona havia uns dias desde que meu carro foi para o conserto depois que precisei forçar o freio mais do que ele aguentava.
- Disse o iludido. - Debochou sem conseguir disfarçar o nervoso muito bem.
- A única coisa que importa é que o coitado ta vivo, tá legal?
- Porque eu liguei do orelhão, né colega. Você tremia tanto que mal conseguia segurar a moedinha. - Como se ele estivesse diferente disso... - À essa hora, o pobrezinho já podia estar acenando para os anjinhos do céu. Te falei que não era uma boa envenenar o seu carro, eu te falei. Mas como sempre você não me escuta e olha no que deu!
- Vamos mudar de assunto. Não aconteceu nada de pior e o D.O garantiu que desativou as câmeras das redondezas antes da racha. Não precisamos nos preocupar. - Era isso que eu dizia para mim mesmo toda vez antes de dormir desde então.
- Eu não confio no Kyungsoo não, ein. Não confio nele não. - Comentou, estacionando o carro de qualquer jeito na rua dos fundos da minha casa.
- Tchau. - Abri a porta com um revirar de olhos antes de saltar, me aproximando logo do portão.
Entrei em casa procurando ser o mais discreto possível para não acordar meus pais, que odiavam quando eu chegava tão tarde, e tudo o que eu menos queria ouvir agora era alguma bronca.
Subi as escadas, cruzando o corredor até o meu cômodo. Ao chegar de frente para a porta, a empurrei o bastante para abrir apenas uma brecha larga o suficiente para que eu passasse. Mesmo o alívio de estar no quarto não me impediu de libertar um suspiro frustrado, com a mente remoendo a conversa de a pouco com Jongin. Mas que grande inferno...
- Fico imaginando que tipo de preocupação um transviado como você deve ter. - Meu estômago pareceu congelar por dois segundos, que foi mais tempo do que levei para acender a luz e virar os olhos até a cama.
- Quase que me mata do coração! - Cristo, que susto! - Céus, pai, o que está fazendo aqui?
- Isso é hora de chegar em casa, Baekhyun? - A voz tão séria quanto as feições do homem sentado na beirada do colchão.
- Isso foi bizarro. Ficou sentado no escuro esse tempo todo me esperando?
- O que mais eu podia fazer já que meu filho delinquente é mais esperto do que os imbecis que eu pago para vigiá-lo? - Cruzou os braços, continuando o sermão. E era tudo o que eu menos queria receber hoje. - São quase três da manhã, Baekhyun. Você se importaria se não fosse tão desocupado.
Você se importaria se não fosse tão desocupado, repeti em minha cabeça com uma vozinha irritante.
- Na boa, pai, eu não tô afim de levar ralho agora.
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Lótus (Imagine Byun Baekhyun)
Fiksi PenggemarMuitas pessoas dizem que o mundo dela não girava em torno do dinheiro, mas que era o próprio dinheiro. Muitos dizem que, por dinheiro, ela seria capaz de vender a própria mãe ao diabo. Ah, ela era ambiciosa sim, mas não tinha nada. De uma família co...