Capítulo 1: O Andarilho!

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Lendas não nascem, elas são forjadas pelo tempo, escritas através da história, algumas gloriosas, histórias de grandes guerreiros, construtores, filósofos, dentre outros. Mas algumas são escritas com sangue e guerras, histórias contadas através do tempo para assustar as crianças, criar medo. Histórias vindas da escuridão mais profunda do planeta, para alguns tudo isso não passa de meros contos de fadas assustadores, porém há pessoas que acreditam fielmente nesses contos, afinal toda lenda tem uma gota de verdade.

Londres, Inglaterra. 02 de Outubro de 2025.

O mundo em que conhecemos havia mudado para sempre. Aquilo que um dia foi dado como apenas teoria, se tornou real, e a humanidade comprovou que não estava sozinha no universo. E então chegou um dia, um dia como nenhum outro, onde os heróis mais poderosos da terra se viram unidos contra uma mesma ameaça, nesse dia, Os Vingadores nasceram.

Mas enquanto esses heróis se mantinham na luz, haviam aqueles que cuidavam das Trevas. Que protegiam o planeta a sua maneira, através do oculto e do anonimato...

Londres estava calma, era fim de tarde e suas ruas movimentadas começam a dar espaço a iluminação da noite. Praças se enchiam de casais a beira de suas belas fontes de água, artistas de rua faziam a alegria de quem passeava pelo centro sejam com música ou apresentações artísticas.

Londres estava bela como sempre esteve, seria mais um dia normal, principalmente para Elizabeth Stroke. Uma renomada advogada com seus 35 anos de idade que acabava de encerrar seu expediente, trabalhava num escritório perto centro já há algum tempo. Elizabeth costumava pegar casos grandes, e naquele dia, havia terminado uma última reunião, algo sobre o desaparecimento de 3 pessoas de uma família onde o principal suspeito era alguém próximo as vitimas.

Aquele não era o primeiro caso do tipo que surgia em seu escritório, os jornais anunciavam toda semana o desaparecimento de pessoas, porém só agora o suspeito de um dos casos parecia ter sido encontrado, o caso foi passado para o escritório de Elizabeth que buscava entender os fatos por trás do ocorrido e assim, buscar um meio de defesa para o suspeito.

- Max! – gritou Elizabeth para seu chefe, um homem alto, bem arrumado aparentando seus 48 anos. – Vou levar alguns arquivos comigo, quero continuar em casa. Dizia a mulher.

- Fique a vontade Beth, só tome cuidado, não quer que eu a leve? – perguntou Max.

- Não, eu sei me cuidar, até amanhã. – dizia Elizabeth com um sorriso tímido no rosto fechando a porta.

A mulher seguiu rumo à estação, porém algo chamou sua atenção. Naquele instante antes de virar a esquina e seguir rumo a seu destino, Elizabeth achou estar sendo observada, não havia ninguém a suas costas com esse objetivo, mas aquela breve sensação percorreu sua espinha lhe fazendo ter arrepios.

Após algumas horas, Elizabeth já estava em casa, morava em um apartamento num bairro distante, tomou seu banho, comeu algo que comprou na lanchonete ao lado de casa e começou a analisar os arquivos de seu novo caso. Enquanto passava o tempo lendo cada folha, algo lhe chamou atenção do lado de fora, a figura de um homem todo de preto observando sua janela. Ao fechar a janela e observar pela pequena brecha se o mesmo ainda estava lá, aquele ser havia sumido.

Logo aquele mesmo arrepio havia percorrido seu corpo novamente, uma sensação de frio que não dava pra explicar, de repente, Elizabeth sentiu uma respiração a suas costas.

- Delicioso... Fresco... Como deve ser...

Ao ouvir aquelas palavras a mulher se virou e novamente não viu nada, as luzes começaram a falhar no mesmo instante e então, algo a jogou contra a parede sem ter como reagir. Um homem, o mesmo da sua janela de agora a pouco surgiu ficando por cima de seu corpo, quando Elizabeth conseguiu olhar para o mesmo, notou aqueles olhos vermelhos e sua pele branca e pálida, porém o que lhe chamou atenção foi as presas em seus dentes.

- A verdade... Não pode ser... Revelada... – dizia o homem. – Seu sangue... Me pertence.

Elizabeth não sabia o que fazer, todas as suas tentativas de se soltar foram em vão, a força do homem era fora do comum. Seus braços já estavam machucados e seus pés presos pelo peso que o homem fazia sobre si. Aquele misterioso homem se aproximou de seu rosto descendo até seu pescoço com uma vontade imensa de consumir sangue.

Elizabeth gritava e chorava de medo, não sabia mais o que fazer naquela situação, morava sozinha desde os 20 anos, e não sabia se seus vizinhos haviam ouvido a confusão que se desenrolava naquele quarto. Quando o homem se preparou para morder seu pescoço algo aconteceu.

Sangue espirrou pelo corpo de Elizabeth, o homem soltou um fraco grito de dor. Elizabeth sentiu o peso sobre seu corpo ceder, seus braços aos poucos foram libertos revelando as marcas roxas nos punhos devido a forca daquele ser. Ao abrir os olhos a mulher viu o homem com uma espada cravada em seu peito.

Espada essa que foi retirada rapidamente e após um breve momento, passou pelo pescoço do homem que caiu para o lado. Elizabeth estava assustada demais para compreender o que via na sua frente. O corpo morto do homem que lhe atacou se desfazia em cinzas deixando apenas marcas de sangue no local, e mais afastado observando tudo estava outro homem.

Negro, muito bem vestido com um sobretudo preto e um uniforme de combate também preto por baixo, usava óculos escuros e em suas mãos havia a espada que matará aquele invasor.

- Vai ficar tudo bem. Tudo isso acabou. Descanse um pouco. – dizia o homem.

- o que está acontecendo? – perguntou Elizabeth.

- Você estava perto de descobrir a verdade sobre os desaparecimentos e enviaram um batedor para te silenciar. – respondeu o homem guardando a espada em suas costas.

- batedor? Verdade? Quem é você? O que é isso? Preciso de ajuda! – gritava Elizabeth que ao encontrar forças para fugir, conseguiu sair correndo pra fora de seu quarto.

Porém o que viu no corredor era a mesma cena de seu quarto, sangue e cinzas ao vento.

- seus vizinhos foram vítimas, não consegui salvar todos, porém eliminei os assassinos. Queria ter chegado a tempo de evitar tudo isso. Sinto muito. – dizia o homem de preto. – você quer a verdade? Eles eram vampiros, criados para consumir sangue, eu estava rastreando esse grupo há um tempo, porém era difícil seguir seus rastros, até que descobri sobre os desaparecimentos por aqui, e então cheguei em você.

Ao ouvir tudo aquilo, Elizabeth não sabia se aceitava a verdade ou não, não sabia se agradecia por ter sido salva ou se lamentava pelas outras poucas vítimas.

- Tome cuidado moça, tenho que ir agora. Esperava ao menos um obrigado. – disse o homem caminhando pelo corredor.

- Q-qual o seu nome? – perguntou Elizabeth instintivamente. Aquele homem então parou, olhou de canto com um sorriso e respondeu. - Blade... A seu dispor.

Logo as luzes se apagaram e o homem já não estava mais naquele corredor.

Lendas não nascem, são forjadas. Escritas com sangue, em meio às trevas. Vagando pela escuridão da noite, os vampiros existiam, e aquele que os caçava também. Este era Blade, o Andarilho do dia, um Caçador de vampiros...

Continua

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Continua...

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