queen of wrath - wenclair [AU]

capítulo 9

Wednesday

— Outro morde a poeira. Alguma coisa deve estar na água, com o jeito que todos ao meu redor estão de repente se envolvendo. — Christian falou lentamente. — Como estão as coisas com sua noiva corada? Feliz, espero.

— Pare com essa porcaria, Harper, ou vou expulsá-lo eu mesmo. — Rosnei. Minha festa de noivado estava insuportável o suficiente sem lidar com ele.

Ainda estava inquieto com o meu beijo com Enid na semana passada, e agora tinha que conversar com um monte de pessoas que particularmente não gostava.

Um sorriso perverso cortou o rosto de Christian. — Não feliz, então.

Nos quatorze anos que conhecia Christian Harper, nem um único havia passado sem que me incitasse a quase assassinato. Era quase impressionante da sua parte.

Em vez de estrangulá-lo como queria, alisei uma mão casual sobre minha roupa. — Comparado ao seu desejo? É a porra do paraíso.

Seus olhos se estreitaram. — Eu não torço.

— Não. Simplesmente reduz o aluguel para todos que querem morar em seu prédio sem uma boa razão.

Ele não era o único que mantinha o controle sobre as pessoas em seu círculo. Como um gênio da computação, dono de um prédio de luxo em DC e CEO da Harper Security, uma empresa de segurança privada de elite, Christian tinha olhos e ouvidos em todos os lugares.

Sabia da chantagem de Francis. Inferno, era aquele que eu tinha encarregado de rastrear e destruir as evidências. Era também um idiota que gostava de ver o quão longe poderia empurrar as pessoas. Alguns empurravam de volta. A maioria não.

Infelizmente para ele, fui uma dos poucos que o chamou de besteira sem hesitação.

— Não estou aqui para discutir minhas decisões de negócios com você. — Disse friamente. Se alguma coisa podia irritar o cristão normalmente composto, era a menção, ainda que indireta, de um certo inquilino em seu prédio. — Estou aqui para celebrar este excitante novo capítulo da sua vida.

— Ergueu o copo. — Um brinde a você e Enid. Que tenham uma vida longa e feliz juntas.

— Foda-se.

O bastardo riu em resposta, mas a menção de Enid involuntariamente trouxe meus olhos para onde ela estava conversando com um elegante casal mais velho. Tinha sido a anfitriã perfeita o dia todo, misturando e encantando os convidados até que não consegui dar dois passos sem que alguém me falasse sobre o quão adorável ela era.

Era irritante.

Meus olhos se demoraram na extensão do cabelo em cascata sobre seu ombro e o redemoinho de seda em torno de seus joelhos. Seus pais estavam aqui, mas ela não usava tweed, graças a Deus. Em vez disso, usava um vestido marfim
que fluía sobre suas curvas e fazia meu pulso acelerar.

Mangas curtas, gola modesta, corte elegante. O vestido não era atrevido de forma alguma, mas o jeito que brilhava nele – o jeito que sua pele parecia mais suave do que a seda e o jeito que a saia esvoaçava na brisa – fez meu sangue arder um pouco mais quente.

Enid riu de algo que o casal disse. Seu rosto inteiro se iluminou e percebi que nunca tinha visto seu sorriso genuíno e descuidado antes. Sem sarcasmo ou fachada empertigada, apenas olhos brilhantes, bochechas rosadas e uma leveza aérea que a transformou de linda em deslumbrante. A consciência acendeu em meu peito, ardente e indesejada.