capítulo 15

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Wednesday

— Tem sangue na minha camisa, Brax. — Arregacei as mangas, escondendo a mancha de sangue em questão. — Esse é o terceiro ataque.

Ele olhou para mim, sua expressão amotinada sob o sangue e hematomas. Estava amarrado a uma cadeira, seus braços e pernas amarrados com corda. Era o único de seus cúmplices ainda consciente.

Os outros dois caíram em seus assentos, suas cabeças pendendo e seu sangue caindo no chão em um constante gotejamento, Vários de seus membros dobraram em ângulos não naturais.

— Você fala demais. — Brax cuspiu um bocado de líquido vermelho escuro.

Brax Miller. Ex-presidiário com uma ficha policial de um quilômetro e meio, bolas de aço e um cérebro do tamanho de uma noz.

Sorrio, depois o atinjo novamente. Sua cabeça estalou para trás e um gemido de dor encheu o ar.

Meus dedos machucados doíam. A sala jocosamente apelidada de Cela de Detenção em meu quartel-general de segurança privada cheirava a cobre, suor e o cheiro espesso e enjoativo do medo.

Dois dias depois da tentativa de assalto na Lohman & Sons, mais tempo do que jamais prendemos alguém. Meus contatos na polícia fecharam os olhos para minhas atividades porque lhes economizei tempo e mão de obra e sabia quando traçar o limite. Nunca tinha matado alguém.

Ainda, mas estava realmente tentado pra caralho agora.

— A primeira rodada foi por tentar roubar uma das minhas lojas. A segunda... — estendi minha mão. Giulio colocou algo frio e pesado na palma da minha mão, seu rosto impassível. — Por ameaçar minha esposa.

Meu punho se fechou ao redor da arma. Normalmente deixo minha equipe lidar com essas coisas desagradáveis. Roubo, vandalismo, desrespeito. Eram inaceitáveis, mas impessoais. Nada mais do que crimes a serem punidos e exemplos a serem dados da forma mais brutal e, portanto, eficaz possível. Não exigiram minha atenção pessoal.

Isso porém? O que Brax fez com Enid? Foi pessoal pra
caralho.

Um novo tsunami de raiva passou por mim quando imaginei o pedaço de merda na minha frente apontando uma arma para ela. Ainda não era minha esposa, mas era minha.

Ninguém ameaçava o que era meu.

— Então ela é sua esposa. — Brax tossiu, sua bravura amassada, mas intacta. — Entendo por que está chateada. Ela é linda, embora teria sido muito mais bonita com sangue pintando aquela linda pele dela.

Seu sorriso era feito de escárnio e carmesim, estúpido demais para perceber seu erro.

Como eu disse, um cérebro do tamanho de uma noz.

Coloquei minha soqueira, me aproximei e puxei sua patética cabeça para trás. — Não sou eu que falo demais.

Um segundo depois, um uivo de agonia rasgou o ar.

Não fez nada para aliviar a ira dentro de mim, e não parei até que os uivos parassem completamente.


***

Deixei meus homens limparem a bagunça na Cela de Detenção.

Cheguei perto de matar Brax, mas o bastardo mal sobreviveu. Amanhã, ele e seus cúmplices se entregariam à polícia. Era uma alternativa muito mais atraente do que ficar com minha equipe.

O apartamento cheirava a sopa e frango assado quando voltei para casa. Greta se preocupava com Enid desde o assalto, o que em seu mundo significava encher Enid com comida suficiente para alimentar todo o centro de Manhattan durante a hora do almoço.

queen of wrath - wenclair [AU] Onde histórias criam vida. Descubra agora