queen of wrath - wenclair [AU]

capítulo 14

Wednesday

— É melhor que isso seja importante. — Coloquei meu telefone no viva-voz e tirei minha jaqueta. — Esta é a primeira maldita pausa que tive desde que aterrissei.

Minha viagem a São Francisco tinha sido um turbilhão de reuniões, sessões fotográficas e lidar com pessoas cujas cabeças estavam tão enfiadas em suas bundas que precisariam de cirurgia para ver a luz do dia.

Eu mal tinha dormido nas últimas quarenta e oito horas, mas finalmente estávamos fechando o negócio com Franco Santeri em duas horas.

Até então, queria tomar banho, comer e, se tivesse sorte, dormir um pouco por cinco minutos.

— Isso é. Houve uma tentativa de assalto na loja Lohman & Sons em Nova York. — Giulio, meu chefe de segurança corporativa na América do Norte, foi direto ao ponto. Era um dos homens de Christian, mas trabalhava para mim há tanto tempo que respondia diretamente a mim em vez de Christian.
— Prendemos os criminosos antes que fugissem. Estão atualmente sob nossa custódia.

— Alguém se machucou?

— Um dos seguranças ficou inconsciente e teve uma concussão. Fora isso, não, senhora.

— Bom. Cuide dele como costumamos fazer. Deixe-o limpo.

Não havia uma tentativa de assalto a uma propriedade do Grupo Addams há dois anos, mas tolos nasciam todos os dias. Mantive-me no lado certo da lei quando se tratava de finanças e negócios na diretoria; Mas quando se trata de pessoas que tentavam me roubar? Não tinha escrúpulos em fazer deles um exemplo.

Ossos e sangue quebrados. Eram uma linguagem universalmente compreendida.

— Claro. — disse Giulio. — Mas, ah, isso não é tudo.

Verifiquei a hora, minha paciência se esgotando depois de uma reunião de três horas de merda sobre projeções que poderiam ter sido um e-mail.

— Vá direto ao ponto, Giulio.

Houve uma pequena pausa antes de ele dizer — Sua noiva estava na loja no momento da tentativa de assalto.

Minha mão parou no fecho do meu relógio. — Enid estava na loja?

— Sim, senhora. Estava fazendo compras e estava no lugar errado, na hora errada.

O sangue rugiu em meus ouvidos e uma sensação de mal estar se formou na boca do meu estômago. — Como ela está?

— Está abalada. Um dos ladrões a segurou sob a mira de uma arma quando foi muito lenta para chegar ao chão, mas nossos homens neutralizaram a situação antes que ela fosse ferida. — Giulio tossiu. — Seu irmão também estava lá. Estava de plantão hoje e foi quem pediu reforços secretamente.

Todos os nossos funcionários em locais de alto risco, como joalherias, usavam relógios personalizados com botões de pânico disfarçados. Tinha sido ideia de Christian. Os criminosos esperavam botões de pânico embaixo de uma
mesa ou perto do caixa; não esperavam isso em um relógio, que era discreto e mais fácil de acessar, mas não estava pensando na eficácia do nosso protocolo de segurança agora.

Um dos assaltantes a segurou sob a mira de uma arma.

A escuridão apagou minha visão. Quando voltou uma fração de segundo depois, a raiva inundou a sala em carmesim.