[13] Entre sentimentos não correspondidos e o pedido de distância

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Física com certeza poderia ser considerada a matéria que Sana mais estava odiando naquele momento. A garota estava debruçada sobre a cama olhando aqueles números e os resquícios da borracha das incontáveis vezes em que apagou as tentativas falhas de resolver. O que queria mesmo era jogar aquelas folhas para o alto e gritar um grande foda-se para a física, mas claro, faria aquilo caso quisesse tomar sermões de seu professor. O pior de todos, na humilde opinião de Sana.

O homem era alto e tinha um rosto tão sério que dava arrepios na japonesa só de imagina-lo gritando o quanto ela era irresponsável. Sana não tiraria a razão dele até porque teve tempo de fazer. No fundo podia ouvir sua mãe falando o quanto estava decepcionada. Na real Sana raramente não cumpria suas tarefas, porém com uma pessoa em sua mente a única coisa que pensava era nela e na noite em que poderiam ter dado um passo a mais no que estavam tendo. Mas o que estavam tendo?

Não sabia e como estava sendo bastante pessimista nesta questão, não saberia tão cedo. Aquilo era tão complicado para a mente da Minatozaki.

Agora estava ali naquela tarde ensolarada matando sua cabeça em exatas. O que mais de ruim poderia acontecer? Esperava que nada, até porque não saberia se aguentaria.

Estava gostando da Fiverland, mas tudo ali era mais difícil, tanto as matérias como as pessoas. Sana perdia a conta de quantos olhares de deboche já recebeu por andar por aquele lugar. E bom ser bolsista não ajudava muito, mesmo que não houvessem proferido nenhum xingamento a ela. Agradecia muito que havia arranjado amigas nas primeiras semanas de aula se não estaria surtando.

Como anjo, ou uma salvação, Myoui Mina abriu a porta e adentrou o quarto para a sorte de Sana. A japonesa pulou de sua cama acabando por tropeçar no caminho e foi até Mina que a encarava assustada.

— Pelo amor de tudo o que é sagrado me diz que você é boa em física ou sei lá, entenda o mínimo. Eu preciso da sua salvação, Myoui Mina. — Sana estava prestes a ajoelhar. A Myoui caiu na risada.

— Sério isso, Sana? — Mina ria enquanto andava até a cama da Minatozaki, pegando as folhas em suas mãos e lendo cada questão proposta nelas. — Não tá difícil, senta aqui.

— Claro que pra você não é difícil olha essa carinha de quem passa horas com as caras no caderno. Eu não sou assim. — Mina deu de ombros convencida.

— Deveria ser. Sabe que não vou está aqui pra te ajudar sempre.

— Mina... — Sana resmungou se jogando na cama.

A Myoui sorriu do drama da garota mais se deu por vencida e decidiu ajuda-la a fazer sua atividade. Porém, Mina não sabia que seria tão difícil ensinar Sana. Tinha vezes em elas quase saiam na porrada. Mina perdia a paciência e a Minatozaki acabava perdendo também, ou seja, começavam a bater boca até notarem que não adiantaria em nada.

As japonesas foram terminar após duas horas de puro sofrimento e impaciência. Sana faltava ajoelhar ao chão e agradecer por finalmente ter terminado, mas o problema agora era ver uma Mina emburrada. Pelo menos não veria a cara de bravo do professor de física.

— Porra, graças a Deus. — Mina falou quando saiu de perto de Sana indo até sua cama.

— Você é péssima ensinando, Mina. Nunca vi tanta pressão psicológica pra acertar um cálculo. — Sana disse encarando a Myoui de soslaio enquanto tinha seus braços cruzados.

Mina respirou fundo para não voar em Sana e arrancar seus cabelos fora.

— Péssima? Aquilo era o básico, Minatozaki. — Mina aumentou seu tom de voz e Sana arregalou os olhos. Deveria parar suas provocações por ali, ter visto Myoui Mina brava e quase gritando lhe deixou com medo. Imagina aquela garota nervosa de verdade, credo queria nem sonhar com isso.

Entre amor e confusãoOnde histórias criam vida. Descubra agora