2018
Me peguei como qualquer outra garota do colegial, pensando em garotos e como parecer bonita para eles, na verdade, um único garoto me interessava, e melhor, ele é todo meu.
Dil Willian, bad boy, o garoto mais desejado da escola, chame como quiser, eu o chamo de amor, docinho e, o meu preferido, pequeno príncipe, se eu pudesse definir com uma palavra seria perfeito, que é o que ele é. Fala de uma boba apaixonada? Talvez, mas eu o amo, e ele também me ama e isso é incrível.
– Você não acha que é muito nova pra ele? – Cristy para de passar seu rímel e me olha.
– De novo com essa história Cris? Idade é só um número, e ele me ama.
– Sei, te ama – Ela faz uma cara de deboche e volta a se maquiar.
– O que quer dizer com isso?
Cruzo meus braços e vejo meu reflexo no espelho enquanto a encaro terminar de arrumar seus longos cílios.
– Nada, só cuidado, você sabe muito bem a fama dele, e você mesma não teve uma boa impressão dele no começo, ele não é flor que se cheire
– Disse certo, "no começo", e o que dizem são só mentiras, eu conheço ele, faz quase 6 meses que estamos juntos
– Ele pode estar só te manipulando, não faz sentido um cara de 17 anos...
– 18 – a interrompo – Ele está fazendo 18 hoje, esqueceu?
– Pior ainda, somos novas – Ela coloca as mãos nos meus ombros – Querendo ou não, somos mais fáceis de manipular e usar.
– Ele nunca seria capaz disso – Tiro suas mãos dos meus ombros e paro de frente ao espelho – agora para com isso, temos que terminar de nos arrumar para a festa dele, acha que esta roupa me deixa bonita?
Ela me encara com uma careta enquanto faço pose para o espelho com meu vestido preto tubinho cheio de brilho e decote nos peitos que eu nem tenho.
– Não acha que está muito... – Ela me olha de baixo para cima – Curto? Desde quando gosta dessas coisas?
– Não gosto – Eu puxo a bainha do vestido na intenção de deixa-lo maior – Mas ele sim, foi presente dele.
– Eu não falo é nada.
– Não começa com isso de novo não Cristy, termina aí de se arrumar e vamos, já estamos atrasadas.
Bem, quem tinha atrasado a gente fui eu, mas deixamos isso de lado, estava ansiosa para ver como meu pequeno príncipe estaria lindo na sua festa de 18 anos.
Ele mandou um motorista nos buscar na casa de Cristy, muito romântico né? Já estávamos chegando em sua mansão e, nossa, estava tudo tão lindo, cheio de luzes de balada e pessoas importantes. Estava me sentindo naqueles filmes adolescentes românticos, já estava até vendo, eu entrando, ele me vê e seu mundo para, aí ele vem até mim e me beija, tão romântico, essa noite tem tudo para ser perfeita.
– Tenta não sumir Kate, quero conhecer o irmãozinho dele.
–Nem eu conheço, ele nunca deixou, fica comigo que quem sabe vemos juntas – Sorrio para ela – E quem costuma sumir aqui é você.
– HaHa, não vou sair do seu lado dessa vez, vamos.
Mentira, a bonita sumiu segundos depois de botarmos os pés na festa, de qualquer forma é melhor assim, ela iria ficar de vela se ficasse comigo, agora posso procurar e ficar com meu amorzinho perfeito em paz.
Procurei ele por um tempo e finalmente achei, ele estava lindo, dançando em seu terno azul marinho, e quando me viu, veio até mim com um sorriso no rosto e me beijou, exatamente como imaginei, estava explodindo de felicidade a esse ponto.
– Nossa, como minha princesa ficou gostosa com esse vestido que te dei – Ele me puxa para mais perto pela cintura.
– Obrigada – Digo envergonhada e puxo novamente a bainha do vestido para baixo – Você também está, muito bonito.
– Eu sei.
– A festa está muito boa.
Ele dá uns resmungos como se estivesse concordando, mas não parece nem ter me ouvido, parece meio distraído olhando para o lado.
– Você me ouviu?
– Que? Ah, sim, pega uma bebida pra gente, meu docinho, caipirinha – Ele retorna a olhar para o lado tentando disfarçar.
– Sou de menor, não vão me deixar pegar – Digo esticando a cabeça tentando ver o que ele estava vendo.
– Hoje o bar está liberado para todos, meu amor, vai lá buscar vai.
Obedeci a ele, fui até o bar e peguei uma caipirinha para ele e um coquetel sem álcool pra mim, sou doida, mas não a ponto de beber sendo de menor.
O caminho de volta até a pista foi difícil, estavam todos pulando e se divertindo, estava quase derrubando nossas bebidas, tudo se acalmou quando começou a tocar uma música romântica, a minha preferida, Like I'm Gonna Lose You, todos pegaram pares e começaram a dançar juntos, comecei a andar mais rápido para poder dançar ela com Dil também, porém ele não me esperou. Meu mundo parou ao ver ele beijando outra, uma garota padrão, perfeita, eu não estava muito perto, mas era o suficiente para ele ouvir o barulho dos copos se quebrando no chão, mesmo camuflados pela música alta.
– Kate.
– Essa é a sua namorada Dil?
– Fica quieta, Lucia – Ele tenta se aproximar de mim – Eu posso explicar.
Não deixei ele se aproximar, sai correndo enquanto minha música preferida terminava de tocar, passei correndo por Cristy e só ignorei seus gritos me chamando, fora da mansão cai de joelhos e não tive forças para levantar, só conseguia chorar.
– Ei moça, tá tudo bem?
Alguém encostou no meu ombro, tirei forças de não sei onde e me levantei sem olhar na cara da pessoa e sai correndo, não queria que ninguém visse o estrago que eu estava, só queria minha casa o mais rápido possível.
Peguei meu celular quando já estava um pouco longe da mansão e mandei mensagem me desculpando com a Cristy e falando que depois explicaria tudo com mais calma, não queria que ela ficasse chateada comigo por eu tê-la ignorado antes, já estava com problemas demais, não queria mais um.
Não sei como cheguei em casa, já era tarde e eu não tinha dinheiro para nada, já não importava mais, estava em casa, trancada no quarto chorando no chão do quarto somente com roupas intimas, vou queimar aquele vestido quando tiver a chance. Minha mãe nem me viu chegando, e é melhor assim, não estou com cabeça para explicar nada agora, minha fixa ainda nem sequer caiu.
Depois de tanto chorar decidir botar uma roupa e ir dormir, parei de frente ao espelho do meu armário, ao me ver comecei a pensar se a culpa não foi da minha aparência, nunca fui bonita, meu cabelo não era liso ou longo como os das meninas mais desejadas, talvez esse tenha sido o problema. Mudei meu rumo, ao invés de pegar uma roupa no armário peguei um pente, uma chapinha e uma tinta velha que achei no fundo da gaveta, e fiz meu cabelo em plena madrugada.
– Filha, o que você fez com seu cabelo? – Perguntou minha mãe surpresa ao me ver sair do quarto pela manhã.
– Pintei de azul e alisei, senti que precisava mudar.
– Ficou lindo filha.
– Obrigada.
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Não reviva meu passado
RomanceDecidi esquecer meu passado, seguir em frente sem ligar para o que já passou, ao invés de aprender com aquilo me perdi num mar de inseguranças, quando pensei me encontrar tudo o que me atormentava antes volta como um tiro no meu coração, estar apaix...