13 • SEM GRAÇA

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(Sarah Pov's)

Todo mundo me olhava com outros olhos assim que entrei na sala, exceto isabela, que parecia irritada ao me ver.

Giovanna: você é o novo assunto do momento, em todas as turmas garota - ela sorriu

Sarah: ja posso me matar?

Giovanna: pergunta o porquê antes - ela permaneceu com aquele sorriso

Sarah: por que?

Giovanna: acham que você namora o borussi, e que agora você pode ser uma deles

Sarah: que isso cara - comecei a rir - nunca, e o que é ser uma deles?

Giovanna: Eleonor Borussi e Arthur Borussi, não conhece os pais dele? - ela disse surpresa

Sarah: não - ri meio tensa - o que tem?

Giovanna: em quesito dinheiro, eles poderiam comprar o rio, são advogados muito, mais muito, muito ricos mesmo, o dinheiro que samuel tem, eles tem mais que o triplo, nem aqui eles moram

Sarah: ele não fala dos pais

Giovanna: os pais querem que ele volte a advogar, e odeiam o fato do preferido não obedecer

Sarah: e tem outros?

Giovanna: dois irmãos, Bryan o mais novo, e Apolo, o mais velho, também não sabia?

Sarah: não, novidade isso pra mim - falei meio surpresa

Giovanna: por isso você é o assunto, do nada uma garota "comum" no meio de tanto dinheiro...por isso que isabela esta se mordendo de raiva

Sarah: eu e ele não temos...nada - falei e me lembrei do beijo...

Giovanna: uhuuum - ela me julgou com aqueles olhos verdes penetrantes

...

Cheguei em casa e fiz
um almoço individual, a casa estava vazia...quieta, diferente da minha mente.
Onde eu me meti?
Guerra de egos.

Não tinha noção dessa riqueza, mas acreditava em giovanna, provavelmente os pais de samuel devem ser prepotentes e egoistas, e ele herdou isso deles, não queria pensar demais nisso, eu só preciso terminar meus estudos e me desvincular de toda essa confusão.

Sem me apaixonar.

...

23:33
Olhei no relógio uma última vez, e terminei minha atividade.
Fechei o caderno e respirei fundo, estava na mesa da cozinha, quando escutei o barulho da porta fechando.

Ele chegou, meu coração simplesmente acelerou, tentei focar na minha respiração, mais meus olhos seguiram samuel, quando ele passou pela grande cozinha e foi ate a geladeira, com uma camisa preta,
a calça militar e uma arma na cintura.

Ele pegou um recipiente de vidro com salada e colocou pra esquentar, olhou pra mim com indiferença.

Sarah: você causou um escândalo no colégio

Samuel: obrigado

Sarah: não tem graça, acham que a gente é um casal

Samuel: que estupidez - ele riu e pegou o recipiente de vidro morno e um garfo

Sarah: é...- respirei fundo ainda atordoada e nervosa com a presença dele

Fiquei lhe observando enquanto ele comia tranquilamente sem perceber meu olhar fitando ele...
Tantas coisas passam na minha cabeça.

...

Terminei de guardar meus materiais e desci, apenas atrás de um copo de água, estava tudo escuro, estava descalça pisando no chão frio, com uma camiseta larga branca, e um shorts soltinho azul escuro, o cabelo solto e o coração acelerado, passei pelo corredor e havia apenas uma porta entreaberta com uma luz amarela ligada.

Eu hesitei em ir.
Mas algo me chamava pra entrar ali, pisando nas pontas dos pés, caminhei até antes da porta e tentei ver algo pela brecha.
Então bati e entrei antes de qualquer resposta, era um escritório com diversos livros, estantes altas,
uma mesa de vidro gigante no centro, duas cadeiras, um notebook da apple e Samuel, sentado, me olhou calmamente.

Sarah: não sabia que você estava aqui - falei com o tom seco

Samuel: estou estudando, achei que estivesse dormindo - ele falou sem tirar os olhos do notebook

Sarah: estou indo - dei as costas

Samuel: sarah....

Respirei fundo, meu coração palpitou mais forte, tive até medo de samuel conseguir ouvi-lo.

Sarah: sim?...

Samuel abriu levemente a boca, mas voltou atrás com as palavras e não disse nada, apenas respirou fundo.

Samuel: feche a porta por favor

Sai e fechei a porta, meio irritada com o pedido patético.
Desci pra cozinha e fui atrás do meu copo d'água no escuro mesmo.
Peguei qualquer copo e procurei o filtro com o tato, assim que apoiei o copo, ele caiu e quebrou.

Assustada, fui tentar ligar a luz da bancada, o interruptor era do lado do filtro e com minha idiotice, pisei fundo nos cacos de vidro, assim que liguei a luz, samuel ligou a da cozinha.

Samuel: sabia que tem luz na cozinha? - ele brincou

Sarah: para de palhaçada! eu pisei nos vidros - falei andando na ponta dos pés com dificuldade e com os olhos marejados

Samuel: só podia ser você - ele riu e veio em minha direção, me levantando e me segurando em seus braços

Engoli em seco e por alguns segundos até esqueci da dor, ao sentir o calor do seu corpo tão proximo ao meu, me arrepiei.
Ele me sentou na bancada do outro lado e rapidinho limpou o vidro.
Enquanto eu tirava nervosa os vidros do meu pé, que abriam pequenos ferimentos e sangravam.
Joguei os cacos no lixeirinho.

...

Estava com os dois pés enfaixados, e já havia tomado vários medicamentos pra dor.

Samuel: vai faltar amanhã? - ele me olhou enquanto bebia um gole de água

Sarah: é...né - falei triste

Samuel: quer que eu fique?

Sarah: não precisa, eu sei me virar sozinha

Samuel: ata - ele debochou - tudo bem então

Sarah: só quero ir dormir... - arfei estressada e ele com um leve sorriso, me segurou em seus braços - devagar pra gente não cair da escada

Samuel: devagar? - ele apressou o passo

Sarah: EU NÃO TO BRINCANDO - me debati nervosa - DEVAGAAR!

Samuel subiu as escadas correndo, e eu tentando com todas minhas forças bater nele.
Quando chegamos no segundo andar eu já estava quase chorando e ele com a respiração ofegante ria do meu desespero.

Sarah: nossa, você é muito idiota!

Samuel: foi divertido - ele abriu a porta do meu quarto e fechou

Sarah: agora me larga - falei com raiva

Com delicadeza ele me colocou na cama...e nossos olhares se cruzaram.
Engoli em seco ao ver ele tão perto e encima de mim, ele percebeu meu nervosismo.

Samuel: tá melhor? - ele disse com a voz calma, um tom...gostoso

Assenti com a cabeça perdida em seus olhos.
Ele olhou para meus lábios, ele olhou....
Eu sabia sua intenção, mas eu...eu não sei se era aquilo que eu queria, ou se eu estava certa.

Samuel estava esperando que eu falasse ou fizesse algo.
Não podia decepcionar.

Sarah: posso? - falei olhando para seus lábios

Samuel: não foi um erro?

Me permita errar de novo.

Quis falar isso, mas apenas lhe puxei sem muita cautela, e selei nossos lábios.

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