2. Hippeastrum hybridum - A angústia causada pela perda de um amor.

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10/08/XX - A açucena pode simbolizar a angústia ou tristeza causada pela perda de uma pessoa amada. Um vaso com três açucenas é muitas vezes uma alusão à Santíssima Trindade.

Cara, Açucena.

Você é a minha memória inconsolável daquilo que tudo nasce, cresce e morre.

O meu primeiro amor foi como um mergulho de mar para quando submergir das águas, lembrar que ainda estou vivo. Foi como respirar fundo e poder deixar o ar partir dos meus pulmões.

Lamentavelmente, não registrei nenhuma memória no papel porque tinha segurança da eternidade sobre nós. Não sou um homem e sim, um covarde, mas hajo como um cão fiel ao seu dono ou um mero religioso que teme as crenças. Eu sei que a minha boca não soltou verbos e a minha expressão não denunciou a minha alma.

Eu sei que a minha decisão foi ir na direção oposta ao mundo que podíamos ter cercado e o transformado em nosso.
Eu penso sobre aquelas ligações de madrugada que fazíamos para compartilhar os nossos sonhos.
Éramos uns tolos prestes a sucumbir na própria loucura que é viver nesta realidade hostilizada. O evento mais triste foi quando comecei a esquecer e de repente, não lembrava mais do seu rosto, nem da sua voz, nem das nossas conversas e o pior aconteceu, não era capaz de reproduzir os sonhos que tínhamos projetados juntos.

Passei a sonhar todos os dias com uma figura desenhada da maneira mais confusa porque era o que restara de proteger aqueles preciosos sentimentos que estavam por um fio de desaparecer para sempre. E dentro do meu coração, eu te amei de forma tão singela que o céu não me traria a paz que encontrava quando você abria a porta para mim. Eu só não tinha descoberto isso quando você me encarou segurando as nossas promessas se definhando conforme a distância entre nós era similar ao inferno com o céu.

Eu acreditei nas palavras de alguém que só queria me dizer o que ansiosamente esperava ouvir, não que fossem verdades para serem ditas ou mentiras para acalentar um coração desesperado. Eu apenas queria tentar alcançar os céus e tocar as estrelas que você apontou nas noites barulhentas. A nebulosa que existia nos seus olhos me trazia tantas questões que jamais deixaria me levar pela rebeldia de ir contra o silêncio divino.

Se os de lá de cima nada expuseram, era porque assim que há de ser feito, certo? As suas perguntas jogadas no vácuo conseguiram ter as respostas? E o que foi respondido com o tempo, foi suficiente? Você ficou parado, roubando todas as letras que eu não tive tempo de reformular como um quebra-cabeça.

Desde o princípio, ficamos um debaixo das asas do outro vendo o amanhecer passar por uma metamorfose noturna. Se porventura, estiver andando próximo a rua das palavras organizadas em ordem alfabética daqueles sentimentos que precisam ser lidos, pegue o meu livro favorito e tome um café. Eu vou voltar quando os meus lábios forem oportunos em retribuir o beijo que me deu.

Com amor,
"A voz engraçada de Deus".

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