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“Isso, continue assim que serais um alfa de prestígio.”

“Que merda é essa? Isso não é coisa de alfa!”

Jaeyun ouviu muito isso ao longo de seu crescimento. Era sermão, atrás de sermão por coisas tão estupidas vindas de seu pai que pareciam tão certas.

Lembrava bem do dia em que foi pego brincando de boneca com uma colega de escola. Tinha apenas 7 anos quando levou uma baita surra e nunca mais chegou perto da garota novamente. Não era a primeira vez que isso acontecia, Haebom lhe criava da forma cuja também fora e não perdoava erros.

Lee Haebom não via a hora de mostrar como seu filho era o melhor alfa de todos e o ensinou a ser um rapaz respeitado, isso quando não estava ocupado no trabalho e deixava o garoto em casa por vários dias. Não via a hora daquele cheiro de menta de Jake provar, de uma vez por todas, que havia gerado um alfa melhor do que de seu irmão.

Jake nunca tinha visto seu pai sorrir tão genuinamente feliz como no dia em que os documentos pós-primeiro cio chegaram. O mais velho fez um jantar e todos festejaram aquilo e o pequeno Jaeyun de 17 anos sentiu-se mais leve, como se uma montanha tivesse sida tirada de suas costas e pode viver mais feliz, dentro do que achava ser legal na época.

Porém, havia crescido e, passando o último ano sem a presença tão firme do progenitor e depois de conhecer Cris e Sunghoon, o loiro percebeu que aquilo não valia a pena e não queria mais participar das loucuras que seu pai inventava, só precisava de um pouco de coragem para falar com o mais velho.

Chegando em casa, após se despedir de seu assistente, com vários beijos antes de entrar no carro, o alfa notou que as luzes estavam acesas e viu um veículo familiar na esquina. Sentindo um frio na barriga, estacionou na frente e apressou o passo para entrar. Diferente do habitual, Layla não o recebeu, mas seu pai sim. O mais velho estava sentado no sofá com um cigarro em mãos.

— O que o senhor tá fazendo aqui? — indagou, deixando sua maleta de lado e fechou a porta. — Cadê a Layla?

Jake não tinha a mínima ideia do que o mais velho sentia, seu rosto era inexpressivo e assoprou o cigarro antes de se pronunciar:

— Está no seu quarto.

— Por que a deixou lá e o que está fazendo na minha casa?

Silencio.

— Jaeyun, o que você é?

— Sou um alfa. — a resposta saiu costumeira e confusa.

— Se você é um alfa, porque eu encontrei isso no seu quarto? — mostrou um vidrinho.

— Por que diabos você mexeu nas minhas coisas? — perguntou aumentando um pouco o tom de voz, extremamente puto.

Jake engoliu a seco quando seu pai se levantou do sofá, jogando o resto do cigarro e o encarou. Porra, aquilo gelou sua espinha e sentia-se como uma criança imediatamente. Por isso não reagiu ao receber um tapa forte em sua bochecha. Haebom era mais alto que si e, mesmo estando quase do seu tamanho, sentiu-se como uma formiga perto de um elefante.

— Como pode fazer isso comigo? — o bafo de tabaco deixou o Shim com náuseas. — Você não é um alfa? Então me responde! Me responde, Jaeyun!

O loiro se encolheu com a voz dominante machucando seus ouvidos e a presença dele era forte de mais. Ele havia descoberto e não estava preparado para isso. Não era para acontecer. Jake tremia levemente pelo medo e ansiedade e o segundo tapa lhe atingiu em cheio, deixando a pele vermelha.

— Tem a noção do quanto eu investi em você? Do quanto me esforcei para você chegar onde está e, além de esconder essa merda, VOCÊ ME APARECE NAMORANDO UM ALFA, JAEYUN? Foi por isso que veio com aquele papo de que não queria demitir aquele pedaço de merda que é tão incompetente quanto você?

Chefe TemporárioOnde histórias criam vida. Descubra agora