01. Negociações.

209 18 13
                                    

     
CAPÍTULO UM


_⁠_⁠_⁠_⁠_⁠_⁠_⁠_✧_⁠_⁠_⁠_⁠_⁠_⁠_⁠_⁠_

      ASSIM QUE saíram do hiperespaço, a primeira coisa que chamou a atenção de Alura foi a vegetação abundante do Planeta Ke'erKhan.*

      Os nativos viviam reclusos dentro do coração de imensas e densas florestas que ocupavam quase todo o território catalogado. Quando ainda estava no Templo, ocupou seu tempo lendo informações cartográficas do planeta; sua biodiversidade, flora, fauna, sistema governamental, cultura e as rotas de saída mais fáceis. Segundo os dados que obteve, que não eram muitos, um lhe chamou atenção: as vias no hiperespaço que ligavam aquele mundo ao resto da República encontravam-se parcialmente bloqueadas. Ela sabia qual era o motivo daquela missão e o peso de uma manobra mal executada, porém, desde que entraram na atmosfera do planeta ela se sentia inquieta. 

     Suas preocupações não eram validadas porque acreditava sinceramente no que a Ordem dizia, e, enquanto observava dados no datapad, sua mente vagueava entre incursões feitas anteriormente por ela e Una Loreen. Já devia estar acostumada ao modo como as coisas eram. Seu dever como Padawan vinha em primeiro lugar, não importava o que acontecesse. Por hora estava satisfeita em seguir as ordens que lhes foram dadas.

     A nave pousou no solo e a rampa de acesso foi aberta, permitindo que ambas descessem, o ar puro  encheu as narinas dela, e seus pulmões agradeceram. Alura sentiu, através da Força, que os sentimentos de Loreen haviam mudado à medida que desbravaram a selva. Fora àquela sensação de estar sendo mantida no escuro que a incentivou a questionar: 

    — Por que estamos aqui se esse Sistema não faz parte da República? 

    — Essas pessoas precisam de ajuda, não importa de qual lado estejam. Ainda somos guardiões da paz, e, haverá um tempo em que precisará deixar de lado o preconceito. 

  — E se não quiserem nossa ajuda? — Insistiu.

  — Vamos fazer a nossa parte. E isso é o bastante. — E a conversa cessou.

   Ela ajeitou o capuz sobre a cabeça, de modo que sua expressão fechada não fosse vista pela mais velha. Alura não sabia o que passava na mente meticulosa de sua Mestra, mas podia arriscar um palpite. E atravessar a folhagem úmida e rasteira dava a ela tempo para pensar num diálogo que ouvira tempos atrás entre os Mestres do Alto Conselho Jedi. Algo sobre uma mudança que ocorria na galáxia. 

    Na época não parecia uma coisa importante, mas agora, ela sentia as mudanças. 

    Alura era uma pessoa bastante observadora, mas raramente dava atenção a assuntos que não fosse do seu seu interesse, e política definitivamente não era um deles. Ela sabia que a República era essencial para o bem estar de todos; união, esse era o objetivo central de uma democracia, sem a qual não haveria ordem. E o cumprimento desse objetivo era responsabilidade de todos. Então por quê raios isolar um planeta inteiro do resto da galáxia? A resposta, no entanto, parecia envolta num casulo impenetrável que nem mesmo a arma poderosa de um Jedi, o Sabre de Luz, poderia violar.

   Demorou meia rotação para chegar ao seu destino: o assentamento dos povos nativos de Ke'erKhan, que não era mais do que um acampamento. Foram recebidas pelo conselheiro do líder tribal e levadas a ele. Enquanto caminhavam em direção à tenda principal, Alura acessou a Força e o que sentiu não lhe surpreendeu nem um pouco. Havia agitação, medo e desconfiança por parte dos habitantes. Também viu alguns deslizadores, o que era estranho. Como usariam deslizadores no meio daquela vegetação densa? Um pressentimento ruim se infiltrou nas entranhas da Jedi Padawan Alura Nimue. À entrada da tenda, foram instruídas acerca da maneira como deveriam se dirigir ao Grande Líder, como por exemplo, só deveriam falar caso ele lhes desse a oportunidade. E, após serem anunciadas, elas entraram.

Balance Of The Force | Star Wars.Onde histórias criam vida. Descubra agora