1. Medo do escuro

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No dia 12 de Agosto de 2011, por motivos inexplicáveis o sol desapareceu. Os dias se tornaram escuros, as cidades se tornaram inabitáveis, o que se conhecia como sociedade já não existia mais. Nos primeiros meses a energia elétrica desapareceu. A maior fonte de energia da humanidade era a hidrelétrica, - energia gerada através da força das águas - devido ao desaparecimento do sol, os outros tipos de energia também desapareceram. A única forma de iluminação era o fogo, por esse motivo, incêndios se tornaram frequentes devido a falta de conhecimento das pessoas, principalmente nas escolas e bibliotecas. O desespero, o medo, o pavor do completo bréu assolaram a humanidade, por esse motivo muitas instituições públicas foram destruídas, devido a loucura. Nos meses seguintes os alimentos existentes eram enlatados, toda forma de governo foi absolvida.

Sair no escuro era o mesmo que desejar a morte, os únicos sobreviventes restantes da humanidade não ousavam sair de casa. O medo do desconhecido os aflingiam, o medo dos barulhos intermináveis, da trombeta que soava a cada 30 minutos todos os dias, do vento atingindo as casas, formando um ruído assustador. É nesse ponto que encontramos George, um ex-pesquisador da empresa Takecare. Diversos cientistas tentavam entender e explicar o desaparecimento do sol, algo que era humanamente impossível, toda tecnologia e ciência construída ao longo dos anos foi destruída, já não restavam celulares, bibliotecas, centros de pesquisa, escolas. Toda e qualquer forma de conhecimento fora aniquilada.

Escutava-se o som de um piano, as notas tocadas gerando uma sensação de bem-estar, leveza e saudade, George estava durmindo. A música o acolhia, era a lembrança de sua filha. Em uma peça teatral, onde ela era a pianista. Com o passar do tempo as notas começaram a soar de forma macabra, um medo aterrorizante o assolara, ele não sabia como parar, era quase como se o piano estivesse sendo tocado nas profundezas do mar, era aterrorizante.

George acordara, ele durmira no trabalho, trabalho esse que era cansativo, seu chefe o obrigara a realizar uma pesquisa para um evento científico. Ele não se importava com essas coisas, na verdade nunca se importou. George não tinha descanso, seu trabalho começava às 06:00 da manhã e acabava por volta das 22:00, era desumano. Chegando em casa por volta das 22:30, - ele morava longe do emprego - encontra sua filha, durmindo no sofá, provavelmente estava assistindo algum desenho na televisão de tubo, que por sinal abrigava um gato, George não sabia o motivo, mas seu gato adorava usar aquela televisão como sua "cama".

Sua casa era humilde porém aconchegante, era composta por uma sala de estar na entrada, um banheiro, um quarto pequeno onde havia um piano e um quarto com uma cama de casal e um colchão jogado ao lado. George não demorou para atirar seu jaleco branco no chão que por sua vez parecia cinza, isso porque mal se dava ao trabalho de limpa-lo. Ele durmiu.

Onde Está O Sol?Onde histórias criam vida. Descubra agora