7- Injusto

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Ele durmiu em torno de umas 7 horas, já não se sabia quantas horas eram, na verdade nem existiam mais horas, o sol sumiu. Levantando-se, se dirige ao andar superior e encontra a garota sentada do lado da escada. Se indagando onde estava os pais dela, ele pergunta:

- Onde está a sua mãe?

- Mamãe está descan... - logo é interrompida pela jovem que pede para ela entrar para dentro e vai até George:

- A mãe dela morreu. Pare de fazer perguntas tolas, seu insensível.

Agora ele soube o motivo daquela criança ser tão quieta, ela não se sentia confortável na presença daqueles dois. Ele percebeu que o brinquedo da criança era velho, por isso pegou sua bicicleta e foi até uma loja de brinquedos próxima, ela possuía três corredores principais, um onde só tinha brinquedos para bebês, outro que tinha carros e veículos para crianças e um terceiro que possuia bonecos, ele pegou uma boneca, magra, loira, com um vestido rosa, que na sua visão era tudo o que uma garota queria. Naquela loja tinha um teclado de brinquedo com as teclas quebradas e aparentemente sujo, olhando para ele, George começou a ver sua filha tocando aquele teclado e dizendo:

- Você pode me ver em todo lugar agora, papai.

George estava alucinando, sua filha tinha morrido no incêndio, era isso a realidade, não importava o quão difícil era aceitar isso, é o que aconteceu de fato e ponto. Ele se virou de costas e saiu da loja, chegando até a casa percebeu que a porta da entrada estava aberta, alguém havia entrado? Ou será que alguém havia saído, não se sabia ao certo. Entrando na casa percebem que os gêmeos estavam procurando pela garota.

- Onde está ela?! George, você viu ela?! - Ele deixou a boneca cair no chão, não acreditava que algo como isso aconteceria novamente, de novo, ele deixara uma garota sair de suas asas. Escutando um barulho no fim da rua, essa rua era escura, somente um poste a iluminava e ele piscava incansavelmente, a estrada era esburacada e um rastro de sangue o dirigia para alguma coisa, ele sai em disparada a procura da garota, chegando até lá, ele vê uma sombra, de algo que parecia ser um peixe com uma antena em sua cabeça e uma bola que brilhava, esse peixe voava. Abaixo desse ser um urso de pelúcia, dividido ao meio compartilhava o sinistro sentimento de tristeza, medo e inocência, aquela garota certamente morrera. George começou a derramar lágrimas, ele chorou.

Johann chegou com uma arma e atirou no peixe, mas nada adiantava, nem sequer chegou a perfura-lo, tudo o que restava era aceitar a morte da garota e fugir o mais rápido possível dali. Johann puxou George pelos braços e o tirou dali, chegando perto do carro militar que os jovens haviam roubado, tentou liga-lo, mas não dava partida, o peixe estava se aproximando, não restava mais tempo. Johann pediu para que Anna assumisse o controle do carro e que ela apertasse a embreagem e tentasse dar partida, enquanto isso Johann saiu do carro e o empurrou, por sorte a rua onde estavam era ingrime. O carro ligou e eles fugiram dali.

George estava segurando a boneca que ele tinha pegado, com os pés cruzados no painel do carro, estava pensativo. Por que aquilo aconteceu com aquela garota? Poderia ser qualquer um, menos ela. A vida é assim, nem sempre o que nós queremos acontece, não temos controle de mais nada a não ser nossas próprias ações. A paisagem que George via era mais escura que o normal, os prédios caídos, casas abandonadas, ruas vazias, o barulho do motor e de alguns grilos eram os únicos sons que ocupavam o ambiente.

Durante sua fuga o trio encontra um carro militar abandonado, com certeza estava lá a muito tempo, a porta estava aberta, por isso decidem parar o carro e George desce.

Com uma lanterna ele ilumina o carro, os bancos estavam rasgados e era possível ver a esponja deles, o parabrisa estava tão sujo que não era possível enxergar o que estava lá fora, do lado de fora os gêmeos só conseguiam enxergar a luz se movimentando. Dentro do porta luvas tinha alguns papéis, nada relevante, por isso George decide olhar no porta malas. Chegando até o porta malas ele encontra um corpo jogado, aparentemente em estado de decomposição, segurando um revólver, provavelmente um 38. O sangue já se coagulara e muito tempo e a cabeça estava deformada, com certeza ele se matara.

Voltando para o carro, George vê que apenas uma bala estava faltando, com certeza ele teria que usar as balas restantes com sabedoria.

- Encontrei um cadáver. - Ele falou isso com tamanha naturalidade que ambos os gêmeos se espantaram, talvez já tivesse se acostumado com mortes ao seu redor.

- Tinha alguma coisa nele? - Pergunta Johann.

- Um revólver, vou ficar com ele.

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⏰ Última atualização: Aug 17, 2023 ⏰

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