9."Medo na Madrugada"

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Henrique Collins

Estar ali junto com ela me trazia um turbilhão de sentimentos. O meu único desejo era que aquele momento nunca acabasse.

Como eu pude me apaixonar tão profundamente assim? Ela poderia me pedir o que quiser que eu faria sem pensar duas vezes.

O nosso momento foi interrompido por um barulho de vasos caindo no chão.

Nos separamos rápido.

- O que foi isso? - Rebeca perguntou baixo.

- Vamos ver. Eu te ajudo a descer. - Eu coloco minhas mãos em sua cintura e a desço daquele balcão.

Fomos andando até a sala de estar, as luzes estavam apagadas. Mal dava para enxergar. Senti quando Rebeca colocou as suas pequenas mãos em volta do meu braço, como se estivesse com medo.

- Não precisa ficar com medo, eu estou aqui com você dessa vez. - Eu falei cavalheiro.

Outro barulho percorreu na sala, mas não era barulho de vaso quebrando. Era barulho do alarme dizendo: "Casa Fechada".

- Essa não. - Eu falei apreensivo.

- O que foi? - Rebeca perguntou.

- Alguém bloqueou o alarme.

- Como assim bloqueou?! Henrique, me fala!

- Ninguém entra e ninguém sai, por 2 horas.

- E os seguranças que vc estava contratando?!

- Eles iriam começar amanhã.

- Então alguém está invadindo a casa?! E agora?!! - Rebeca falou desesperada.

- Fica calma, por favor... - Eu pedi.

- Maninho! Eu não falei que iria voltar? - Armando falou sendo debochado.

- Rebeca! Fica atrás de mim!! - Falei e ela ficou atrás de mim.

- Calma, maninho! Eu só vim acertar as minhas contas com você. - Armando riu como um vilão de desenho animado.

As luzes se acenderam, revelando Armando com uma faca na mão.

- Agora tudo o que é seu, vai ser meu. - Armando falou sério.

- REBECA SE ESCONDE COM OS OUTROS!!! RÁPIDO!! - Eu gritei.

Rebeca saiu correndo para as escadas.

- Por que está sem a camiseta? Ah... Não vai me dizer que você acabou se apaixonando por ela? Sabrina não vai gostar nada disso. - Armando balançou a cabeça em negação. - Eu ainda me pergunto por qual motivo nosso papai resolveu dar a herança pra você. - Ele falou andando devagar até mim.

- Você não se olha no espelho? Você é um monstro! - Andei para trás.

- Você me deixou anos naquele inferno que vocês chamam de prisão. E agora... EU VOU TE MATAR, SEU DESGRAÇADO!!! - Ele gritou e veio para cima de mim.

Ele iria me esfaquear, mas consegui segurar a faca com as duas mãos.

- Para com isso, Armando! - Eu pedi.

A faca estava a 6 centímetros do meu rosto. Minha respiração estava tensa.

- A herança vai ser minha! - Ele fez mais força na faca.

- Você não se lembra de quando brincávamos juntos? Nós éramos amigos! - Segurando a faca o máximo que eu posso.

- Até você chamar toda a atenção pra você! Agora acabou! - Ele fez mais força na faca.

Seguindo o Coração [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora