12."A Nova Moradora"

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Henrique Collins

- O que você está fazendo aqui, Raquel?! - Eu perguntei alterado.

- Papai, quem é ela? - Ana Maria perguntou olhando para Raquel.

- Sou sua mãe, que saudade minha filha! - Raquel abraçou Ana Maria.

Olho para Rebeca e ela estava muito surpresa e confusa com tudo isso.

- Como assim "minha mãe"? Meu pai sempre falou que a minha mãe era ruim e que ela me abandonou. - A pequena falou.

Raquel fez uma expressão de emocionada.

- Eu voltei pra ficar, minha bebê! Eu lembro quando eu peguei você pela primeira vez em meus braços... - Raquel fez carinho no rosto de Ana. - Agora eu vou estar sempre por perto.

Suspiro.

- Ana Maria, vai pro seu quarto, hum? Vamos ter uma conversa de adulto. - Falo com Ana.

- Tá bom, papai. Até... mãe. - Ana Maria saiu correndo e foi para o quarto dela.

- Você viu? Ela me chamou de mãe! De mãe! Eu tô tão feliz! - Raquel pronunciou vindo para me abraçar.

- Menos, Raquel. Isso não é um reencontro romântico como as novelas. - Falo recusando o abraço dela.

- Tanto faz. E essa empregada? Pode sair, a conversa vai ser em particular. - Raquel falou mandona olhando para Rebeca de baixo para cima com desprezo.

Fui para perto de Rebeca e segurei a mão dela.

- Ela é minha namorada. - Eu falei sério. - Eu quero que ela ouça tudo o que conversarmos, não tenho nada pra esconder.

- Olha só, você está mudado, rique. - Raquel disse ironicamente. - Não é mais o homem que me engravidou.

- Chega, Raquel! Eu quero saber o que você quer. - Eu falei já sem paciência.

- Conquistar minha filha e me aproximar dela, simples. - Raquel respondeu.

- Depois de 6 anos? Durante esses anos você nunca ligou pra saber como ela estava ou visitou ela. E de repente você aparece. Eu não sou idiota. - Falei.

- Você sabe que o meu trabalho é diferente. Ela só iria atrapalhar, e ela atrapalhou por 9 meses que ficou na minha barriga. Mas eu pensei melhor e voltei. Eu quero ser uma mãe presente, só quero passar um tempo com a minha filha, não tem como você me recusar isso, ela é minha filha também.

- Infelizmente. Eu não quero você perto da minha filha, eu criei ela sozinho, então eu decido se você vê ela ou não. E eu decidi que não. - Falei sério.

Rebeca olhou para mim e acarenciou a minha mão.

- Querendo ou não, independente do que ela fez ou deixou de fazer, ela é mãe dela, gerou ela. Ela tem o direito de conhecer a filha, Henri. Pensa melhor, sim? - Rebeca sorriu sem mostrar os dentes.

Respirei fundo.

A Rebeca sempre tem um conselho na ponta da língua, ela sempre sabe o que me dizer. E não tem como falar não pra ela.

Por mais que me doa, esse é o certo a fazer.

- Tudo bem... você pode conhecer Ana Maria e se aproximar dela. - Falo receoso com essa decisão.

Quando eu era mais jovem, eu era imaturo nessa parte de mulheres e não parava com uma. Toda semana eu ia em algum bordel, e um deles eu conheci a Raquel.

Eu ia direto me encontrar com ela no bordel. Até que ela engravidou, foi um acidente. Ela queria abortar a bebê porque isso iria atrapalhar o trabalho dela, mas eu não deixei e decidi cuidar da neném.

Seguindo o Coração [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora