Sacerdotisa

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    Melina estava ajeitando seu rabo de cavalo, indo em direção ao seu cliente que estava sentado em uma mesa na ponta do restaurante, ela suspirou ruidosamente, esse não era seu trabalho ideal nem de longe, ela sabia que podia fazer muito mais do que servir clientes sem empatia e especialmente, homens folgados.

-Como posso ajudá-lo nesta noite, senhor?- Melina perguntou tentando ser gentil.

-Um segundo mocinha.- O cliente respondeu, checando um vídeo em seu celular.

Havia uma mulher jovem junto com ele, ela mascava um chiclete fazendo um barulho irritante, mas é claro que Melina não disse uma palavra.

-Thaddeus, se apresse com seu pedido, olhe só a cara de cansada dessa menina.- A mulher tentou defender Mel, mas de alguma forma ela mais ofendeu do que de fato ajudou.

Mel riu sem graça.

-Na verdade, vou pedir apenas dois sucos de laranja, mocinha.- O suposto "Thaddeus" finalmente disse algo.

Melina voltou até o balcão e pediu ao seu colega que fizesse os sucos, em seguida os levou de volta a mesa do casal, a mulher abafou um riso quando Melina pousou o copo em sua frente.

Mel olhou para frente, além do vidro da janela e viu um belo carro preto estacionado.

-Esse carro é de vocês?- Ela questionou.

Conquistado assim o que queria, atrair a atenção de ambos para o lado de fora. Assim que chegou a mesa, desde a primeira vez, Melina reparou no bracelete em que a jovem estava usando, era belo e parecia que poderia servir em seu braço.

-Sim, este é o nosso. - A mulher se exibiu, ainda olhando para o carro.

Com um movimento sutil e rápido, Melina envolveu os dedos envolta da fechadura do bracelete e o abriu, guardando-o em seu bolso em seguida. Ela endireitou a postura antes que ambos voltassem o olhar para ela.

-Compramos na nossa viagem ao Japão.- Disse Thaddeus.

-É lindo.- Melina concordou.- Com licença, preciso voltar ao meu posto.

Com a bandeija agora vazia, Melina a posicionou em frente a barriga, voltando até o balcão, antes de chegar até lá ela esbarrou com alguém que usava um capuz.

-Desculpe, senhor.- Ela disse, se virando, já que a pessoa apenas continuou andando.

-Estranho.- Ela pensou.

Pareceu proposital.

2 horas mais tarde naquela noite, Mel estava fechando o restaurante e apagando as luzes para poder então ir para casa, ela tirou o avental e o posicionou em cima do balcão, indo buscar sua bolsa, assim que a puxou, um papel caiu do avental, não um papel, uma carta de tarot, era a sacerdotisa. Na carta havia um endereço e um horário: 00:00.

Era um convite suspeito, num lugar suspeito e em um horário ainda mais suspeito.

Melina agarrou a bolsa e saiu do restaurante, olhando ao redor para ver se encontrava alguém, ela voltou a olhar a carta e decidiu entrar no carro.

-O que isso quer dizer? -Ela se questionou, olhando por cima do painel.

Ela conferiu o horário e ainda eram 22:30, ela tinha algum tempo para pensar.

Dando partida em seu carro, uma strada preta, ela seguiu para casa, para no mínimo trocar de roupa depois de um banho quente.

Melina sentou-se em sua cama, enrolada na toalha, ponderando seu próximo passo, ela virou de um lado para o outro procurando seu celular, que estava na mesinha ao lado da cama, ele iluminou o quarto assim que ela o acendeu, não havia mensagem alguma, mas já marcava 23:40.

Meu Ás- Jack Wilder Onde histórias criam vida. Descubra agora