Conversa aérea

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Melina mantinha os olhos fechados,as mãos bem firmes no encosto para os braços.

-Sei que não está dormindo. - Merritt disse.

-Não estou, porque você me interrompeu.

-Só queria saber uma coisa.

Mel suspirou.

-O que?

-Você e o Jack...

-O que tem?-De repente ela abriu os olhos

-Você sabe, há quanto tempo estão juntos?

-Há um ano, você sabe, assim como você e o Daniel. Não estou entendendo.

Melina não sabia explicar, mas sentia um desconforto,e um certo rubor sempre surgia em seu rosto quando alguém tocava nesse assunto.
Ela e Jack? Claro que ela o achava bonito, mas não passava disso, eram apenas amigos e ela não sabia o que isso implicaria, se ele poderia gostar dela, se os dois como colegas de trabalho poderiam ter algum envolvimento, era tudo um grande ponto de interrogação.

-Você sabe sim . Vocês são os únicos jovens no grupo, tem uma certa tensão e além do mais, sou mentalista, Melina, sei o que se passa aí.

- E eu conheço o seu mentalismo o suficiente para saber que ele é péssimo, então o que você acha que sabe, acaba de  cair por terra.

Merritt franziu o rosto.
-Engraçadinha.

- Hoje mais cedo-Prosseguiu Merritt- eu sabia que quando você aparecesse ele estaria junto, você não percebe? Ele sempre está onde você está. Ele segue o caminho que você fizer.

-Que exagero, ele só é um bom amigo, sempre me dá apoio.- Melina se defendeu.

-Não, eu e Atlas somos seus amigos, te apoiamos e tudo, mas não é a mesma coisa. E por falar em Atlas, até mesmo ele já percebeu isso.

-Vocês estão imaginando coisas.

-Esramos? Atlas e eu sempre fazemos um jogo, quem acerta com que velocidade Jack vai para onde você está. Na maior parte das vezes eu acerto.- Ele colocou uma mão na têmpora.- Ele vai aparecer aqui em menos de 10 minutos.

-Essa eu quero ver.-Melina disse, tendenciosa.

Dito e feito, Jack parou ao lado do assento da garota.

-Está bem? Você costuma enjoar nos voos.

Merritt balbuciou um "eu disse".

-É.- Melina desviou o olhar de Merritt para Jack.- O único enjoo foi minha conversa com o Merritt.- Chase desabotou o cinto, prestes a levantar.

Jack pareceu entender bem.

-Atlas me pediu para vir aqui, está na hora do ensaio.- O garoto afirmou.

  Melina levantou e sentou-se no lugar que anteriormente era de Jack,ao lado de Daniel e murmurou um"oi" para, ele que respondeu com um meio sorriso, Jack não protestou, só sentou-se em outra poltrona, seguido por Merritt.

   Arthur estava entretido em seu notebook, alguns assentos à frente. Então McKinney viu a oportunidade perfeita.

-Então Danny, eu estava falando com a doce Mel.

-Não se atreva.- Melina cortou o assunto.

-O que? Ele tentou um de seus truques com você?- Perguntou Atlas.

"Quem dera" Melina murmurou para si.

-Truques? É isso que são para você?- Merritt rebateu.

Jack e Melina se alinharam para ouvir melhor.

-Não parece grande coisa, só linguagem  corporal e leitura dos olhos-Daniel disse.

-Então tente, me leia.- McKinney respondeu.

  Arthur já não prestava mais atenção em seu notebook, mas sim na conversa então surpreendendo a todos disse:

-Não, eu quero que leia a mim.

-Tá bom.- Atlas aceitou, mas estava meio tenso.

-Bom... Arth você foi uma criança bem durona, com um cachorro selvagem, imagino que fosse um bulldog.


-Na verdade, eu era bem pequeno e meio medroso, tive um gatinho branco que se chamava fofucho.

Todos riram da tentativa falha de Daniel, mas ele não desistiu.

- Não, não, vamos falar de família, você  teve um tio com o nome muito masculino algo como Paul Thompson, talvez. Ah eu desisto não tenho nada mais.

-Você chegou perto, o nome do meu tio era Cushman Armitage.

-Sério? Essa foi sua infância... fofucho e Cushman Armitage? -Melina perguntou rindo.

-Para você ver, Mel, mas agora estou aqui com os quatro amigos mais famosos da atualidade, espero que façam melhor do que esse show de mentalismo do Atlas, em Nova Orleans.

Meu Ás- Jack Wilder Onde histórias criam vida. Descubra agora