Gatinho!

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A maior arma de pai e filho com certeza não foi suficiente pra tirar o moreno de casa, simular uma situação de perigo para fazê-lo reagir não foi suficiente. Para Cellbit era fácil distinguir os trejeitos do filho e ex namorado, ao menos a encenação tirou boas risadas do a tanto tempo sério, as obrigações inventadas por sua própria cabeça martelavam como pedras rasgando o pouco de sanidade que lhe restava.

Não podia parar.

Enquanto isso do outro lado da ilha, um moreno bronzeado pelo tempo exposto ao sol de Quesadillia brincava alegremente com seu filho, o pequeno de macacão azul claro se divertia as custas do pai, a piscina improvisada ainda em construção arrancava boas risadas da dupla dinâmica que insistia em se empurrar pra dentro da água fria como se não esperassem o "golpe" seguinte um do outro, apesar da ausência de fala dos pequenos seres da ilha seus pais podiam ser agraciados por risadas deliciosas mostrando o quão fazem um ótimo trabalho em cuidar daqueles que agora nomeiam de filhos.

O tempo em que repetiam a mesma brincadeira era extenso, o suficiente pra que outro dragãozinho chegasse cabisbaixo acompanhado de um dos adultos responsáveis por si. Richarlyson ao ver seu grande amigo, e irmão, não resistiu a correr até ele o cumprimentando com leves tapas indolor.

Enquanto conversavam seus pais se aproximavam pra um cumprimento animado, o mexicano não pode deixar de notar o quão o loiro comumente alegre e falante parecia pra baixo.

— Hola Pac, ¿Algo pasó? Parece desanimado. - genuinamente quis saber

— Ah, oi Roier, nada demais só tentando tirar o Cellbit do escritório - respira fundo cansado.

— ¿Sigue ahí ese pendejo? - pergunta indignado, esperando pelo tempo necessário pra que o outro o compreenda.

— aquele lá não sai do lugar nem com reza braba  - ri observando a interação dos mais novos.

Acompanhando o outro até onde as crianças estavam pos se a pensar o mexicano, não sabia bem o porque mas o brasileiro de olheiras profundas e cheiro de café havia prendido sua atenção.

— Entonces que lo saquen de ahí a la fuerza. - disse pronto pra partir de seu castelo - ¿Puedo quedarme con Richarlyson? Voy a arreglar a ese gatito terco.

— Vai nessa, se tu conseguir eu te devo um beijo - disse brincalhão.

— Perfecto, voy a cobrar - piscou entrando na onda - Vamos, chiquillos.

Dariam um jeito nisso.

A música ambiente já se tornara irritante, as palavras a muito não faziam sentido, as torradas entregues de manhã estavam todas intactas e a caneca de café fora várias vezes reposta, quanto mais entrava nos mistérios que pretendia resolver mais sentia que aquilo que o fazia sentir vivo, o matava.
Se pretender investigar a ilha, fica aqui um tutorial: Saia, socialize, volte, não apareça, não pisque, não durma, não pergunte o porque, descubra os porquês, não ligue pras feridas, ignore os vultos, os barulhos entranhos? São coisa da sua cabeça, cucurucho nunca invadiu seu escritório, saiba as cifras, saiba todas as língua faladas ao seu redor, não desvie o olhar, não olhe tempo suficiente pra que sua alma seja tomada, venda sua alma para ilha Quesadillia.

Tic-tac, tic-tac, a música foi aumentada para que o som repetitivo não o atrapalhasse, vozes se aproximavam, a caverna ao redor de sua base rugia, mas as letras continuavam sem sentido, os papéis não tinham conexão, as fitas não tinham o necessário...ga..e se o Feelps estiver naquela base onde..gati...foi perseguido? Deveria tentar...gatin...voltar mais uma vez?

— Gatinho! - um grito ecoa pelo local finalmente chamando a atenção do moreno.

Assustado a caneca de café vai ao chão derramando todo o licor dos deuses, os olhos acelerados confusos encarando a bela imagem a sua frente, as bochechas coradas ao perceber de quem se tratava e da proximidade tomada enquanto era lentamente analisado pela figura.

— Ándale, levántate. Tenemos que explorar una mazmorra! - suas mãos já direcionavam o corpo pouquíssimo mais alto para longe da cadeira de madeira.

— Guapito! Eu tenho que trabalhar - disse recuperando a consciência e fazendo pouca força pra ir contra.

— Ni modo, tu mochila ya está aquí y nos vamos pronto. - nada aberto a discussões puxava o corpo fraco junto a si, a péssima situação do detetive era notável pela grande perda de peso em pouco tempo, especialmente depois de perder o equilíbrio sendo ajudado pelo mexicano que foi o único a notar na sala.

Parece que o destino já tomou as rédeas pra que Cellbit e Roier tenham o precisam...

Continua... (Base Guapita)

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"Cicatrizes" - Guapoduo (QSMP)Onde histórias criam vida. Descubra agora