Quest: sing him to sleep

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Com muito cuidado, o corpo desacordado é colocado sobre a cama recém-construída. Uma criança em lágrimas para ao lado, encarando o pai depois de uma crise. Ele sabia que tinha que cuidar melhor dele.

O moreno ainda parecia frio, mas sua respiração era calma. O latino que o havia deitado volta com um chá de hortelã e o deixa na mesinha de cabeceira. Ele se senta ao lado do garotinho e limpa suas lágrimas.

— Su padre esta muy cansado, está durmiendo, ¿ves? — calmamente, ele passa as mãos sobre o cabelo do mais velho, puxando a criança para o colo.

Esperaria ali até que despertasse, tentando acalmar Richarlyson a todo custo. Mas o garotinho só parou de soluçar quando Roier propôs:

— La última misión que iban a hacer era cantar. ¿Qué tal si cantamos para que tu papá duerma bien? — assim o pequeno ovo se deita ao lado do pai, o mais próximo que conseguia, e logo se ouvia a voz em espanhol cantando “nuestra canción”.

O mais alto não sabia por que se importava tanto com o outro, por que não pensava duas vezes ao se aproximar e verificar se estava bem, e ao menos por que carregava a foto tirada momentos antes consigo. Era inexplicável.

O tempo passou e pai e filho permaneceram adormecidos, quando alguns resmungos desesperados foram ouvidos o mais novo correu pra acordá-lo. Quando despertou, Cellbit ainda estava preso na visão do pesadelo, mas antes que pudesse gritar em desespero sentiu braços fortes o cercarem, e uma voz calma pedindo pra que se acalmasse, pela primeira vez em semanas ouvia algo que lhe tirasse desse transe de tortura interminável, algo o puxava, lhe acalentava, lhe cercava com o calor do cuidado, e pode finalmente voltar a realidade.

Quando se viu novamente de volta em si, entendeu o que havia acontecido e sua primeira reação foi procurar o filho e encontrá-lo deitado ao seu lado em um sono sereno. Aos poucos encarou quem lhe esperava pacientemente, as bochechas tomavam um tom avermelhado e a vergonha lhe assolava, ninguém deveria lhe ver tão vulnerável assim.

— Obrigado Guapito - ainda sem olha-lo agradeceu, não sabia o que poderia ter acontecido se ele não interferisse.

— No hay nada que agradecer - disse rindo carinhosamente - Ven, te hice té.

Caminharam tranquilamente lado a lado até a cozinha bem organizada, se sentaram na mesa de carvalho e silenciosamente o chá recém feito foi servido, Cellbit não era o maior fã de hortelã, mas a bebida quente tinha gosto de casa. Nada foi dito sobre o assunto, existia muito respeito entre os dois naquela sala, só queriam apreciar a paz que a companhia lhes trazia.

Era sereno, era o destino fazendo o seu trabalho, unindo aos poucos aqueles que deveriam ficar juntos, como um pai preocupado, Cellbit levou seu filho até seu quarto na base, cantou para ele mesmo com a voz não tão agradável aos ouvidos, olhou-o dormir um pouco mais, beijou sua testa, cobriu-o para que o frio não o incomodasse e se levantou. Parado na porta, permitiu que uma lágrima escorresse.

— Me perdoa, cabeçudo, meu bebê, nunca mais terá que passar por isso — não era costume, mas o apelido escapou sem que ele pensasse muito.

Saiu do local decidido a seguir os enigmas em seu escritório, mas se deparou com uma presença muito bonita, ou melhor, guapita, esperando por ele.

— me voy a casa, es tarde — disse sem se aproximar.

— Ah, fique e durma aqui, é perigoso sair por aí a essa hora — envergonhado, evitava o olhar do outro.

— Gracias Gatinho, pero, ¿dónde dormiría? Aquí solo hay dos habitaciones.  — perguntou risonho.

— Bem, eu não pretendo dormir agora, então você pode ficar no meu quarto — para Roier, era fofo a forma como ele se envergonhava.

— A... — percebendo o que o outro pretendia fazer, tomou a iniciativa — Gracias, ¿puedes llevarme allí?

Assim que entraram no quarto, Roier puxou Cellbit para a cama, prendendo-o em um abraço por trás. O moreno não entendia o que estava acontecendo, mas riu pedindo para ser solto.

— No pasaré otra noche sin dormir, no dejaré — disse sério.

Foi contestado por um bom tempo, mas aos poucos, o "Gatinho" cedeu ao sono, à presença reconfortante, e à certeza de uma boa noite de sono. Sem perceber, Roier também cedeu ao cansaço do longo dia, abraçou-o com mais força e adormeceu.

É destino, você é muito arteiro, mas acho que até esses dois agradecerão todas as suas investidas.


Fiquem tranquilos Guapoduo não parece que terá fim, eles se amam, fiquem em paz, espero que tenham gostado💛

"Cicatrizes" - Guapoduo (QSMP)Onde histórias criam vida. Descubra agora