Louis manda cinco mensagens para Harry no primeiro dia. Duas no segundo. Nenhuma no terceiro.
Ele passou tanto tempo de sua vida falando e falando e falando sem parar que sabe reconhecer os sinais de quando alguém não quer mais saber dele.
Ele começa a se obrigar a olhar o celular de duas em duas horas em vez de toda hora, se obriga a se esforçar até os minutos passarem. Em alguns momentos, acaba se concentrando em leituras obsessivas da cobertura da imprensa sobre a campanha e percebe que passou horas sem olhar, e toda vez é dominado por uma esperança soluçante e desesperada de que vai encontrar alguma coisa. Nunca tem nada.
Ele se achava imprudente antes, mas agora ele entende: impedir a entrada do amor era a única coisa que o impedia de se entregar completamente a isso e, agora, já era, ele é um idiota, apaixonado, um puta de um desastre.
Não tem nenhum trabalho para distraí-lo. A armadilha de “Coisas que Apenas Pessoas Apaixonadas Dizem e Fazem” foi disparada.
Então, em vez disso: Uma terça à noite, escondido no terraço da Residência, andando tão furiosamente de um lado para o outro que a pele de seus calcanhares se abre e o sangue escorre dentro de seu tênis.
Sua caneca de DEAKIN PARA PRESIDENTA, devolvida em uma caixa cuidadosamente embrulhada da sua mesa no gabinete de campanha, um lembrete concreto do que isso já lhe custou, estilhaçada na pia do banheiro. O cheiro de Earl Grey vindo das cozinhas e sua garganta se fechando de dor. Mais de dois sonhos diferentes sobre o cabelo cacheado enrolado em seus dedos.
Um e-mail de três linhas, um trecho de uma carta de arquivo, Hamilton para Laurens: Você não deveria ter tirado proveito das minhas sensibilidades para roubar meu carinho sem meu consentimento, rascunhado e deletado.
No quinto dia, Sam Fender faz sua quinta passagem de campanha como representante, a imagem de duas minorias pelo preço de uma da campanha de Jackson. Louis chega a um impasse emocional momentâneo: destruir algo ou se autodestruir. Ele acaba arrebentando o celular na calçada em frente ao Capitólio. A tela é substituída ao fim do dia. Não faz nenhuma mensagem de Harry aparecer milagrosamente.
Na manhã do sétimo dia, ele está revirando o fundo do guarda-roupa quando se depara com um amontoado de seda azul — o quimono besta que Niall tinha feito para ele. Ele não o usou desde Los Angeles.
Ele está prestes a enfiá-lo de volta no canto quando apalpa algo no bolso. Encontra um papelzinho dobrado. Está ali desde aquela noite no hotel, a noite em que algo dentro de Louis se rearranjou. A letra cursiva de Harry.
Querido Tisbe,
Queria que não houvesse uma parede.
Amor, PíramoEle tira o celular do bolso tão rápido que quase o deixa cair no chão e o quebra outra vez. A pesquisa diz que Píramo e Tisbe eram amantes em um mito grego, filhos de famílias rivais, proibidos de ficar juntos. O único jeito de se falarem era através de uma pequena fresta na parede entre eles.
Então, oficialmente, passa dos limites.
Ele tem certeza de que não vai se lembrar do que faz em seguida, é simplesmente um intervalo de estática no espaço-tempo que o levou do ponto A ao B. Ele manda mensagem para Paul:
Louis T.: o que você vai fazer pelas próximas 24 horas?
Depois, tira o cartão de crédito para emergências da carteira e compra duas passagens de avião, primeira classe, sem escalas. Embarque em duas horas. Aeroporto Internacional Washington Dulles para o Aeroporto de Londres-Heathrow.
Sarah quase se recusa a arranjar um carro depois que Louis “tem a pachorra” de ligar para ela da pista de pouso de Dulles. Está caindo um temporal quando eles pousam em Londres por volta das nove da noite, e ele e Paul ficam encharcados assim que saem do carro na frente dos portões dos fundos de Kensington.

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red, white and blue | l.s
Fanfictionaquela em que Louis é o filho da presidenta dos Estados Unidos e Harry é o príncipe da Inglaterra, e eles se apaixonam. - retirado do livro vermelho, branco e sangue azul e adaptado para larry -