Quase quatro semanas depois...
— Me deixa só arrumar esse cabelo, filho.
— Mãe.
— Desculpa, estou fazendo você passar vergonha? — Anne diz, os óculos na ponta do nariz enquanto volta a arrumar o cabelo farto de Harry. — Você vai me agradecer quando não tiver uma bela lambida de vaca no seu retrato oficial.
Louis tem de admitir, o fotógrafo real está sendo extremamente paciente com a história toda, ainda mais considerando que eles passaram por três lugares diferentes — os Kensington Gardens, uma biblioteca abafada no Palácio de Buckingham, o pátio do palácio de Hampton Court — antes de decidirem trocar tudo por um banco no Hyde Park fechado. (“Como um mendigo qualquer?”, a rainha Mary questionou. “Cala a boca, mãe”, Anne respondeu.)
Há uma certa necessidade de retratos formais agora que Louis está oficialmente “cortejando” Harry. Ele tenta não pensar demais em seu rosto em barras de chocolate e calcinhas fio dental nas lojas de presente de Buckingham. Pelo menos, vai ser ao lado do rosto de Harry.
Certa matemática mental sempre é levada em conta ao preparar fotos como essas. Os stylists da Casa Branca vestem Louis em algo que ele certamente usaria — mocassins de couro marrom, chinos justas castanho-claras, uma camisa de chambray de colarinho frouxo da Ralph Lauren —, mas, nesse contexto, ele tem um ar confiante, rebelde, definitivamente americano. Harry está com uma camisa Burberry dentro do jeans escuro e um cardigã azul-marinho sobre o qual os compradores reais passaram horas discutindo na loja Harrods. Eles querem o retrato de um intelectual britânico digno e perfeito, um namorado amado com um futuro brilhante como acadêmico e filantropo. Eles até montaram uma pequena pilha de livros no banco ao lado dele.
Louis olha para Harry, que está resmungando e revirando os olhos sob a arrumação da mãe, e sorri pelo fato de como essa representação é próxima do verdadeiro Harry confuso e complicado. O mais próximo que uma campanha de marketing poderia chegar.
Eles tiram cerca de cem retratos sentados um ao lado do outro no banco e sorrindo, e parte de Louis fica voltando, incrédulo, ao fato de que ele realmente está aqui, no meio do Hyde Park, diante de Deus e de todos, segurando a mão de Harry sobre o joelho para a câmera.
— Ai, se o Louis do ano passado pudesse ver isso — Louis diz, cochichando no ouvido de Harry.
— Ele diria: “Ah, eu sou apaixonado pelo Harry? Deve ser por isso que sou tão babaca com ele o tempo todo” — Harry sugere.
— Ei! — Louis grita, e Harry está rindo da própria piada e da indignação de Louis, abraçando seus ombros. Louis cede e ri também, profunda e completamente, e lá se vai a última esperança para um tom sério no dia. O fotógrafo finalmente desiste, e eles são liberados.
Anne está com o dia cheio, ela diz — três reuniões antes do chá da tarde para discutir a mudança para uma residência real em uma região mais central de Londres, já que começou a assumir mais responsabilidades do que nunca. Louis consegue ver o brilho nos olhos dela — ela está se preparando para assumir o trono em breve. Ele acha melhor não comentar nada com Harry por enquanto, mas está curioso para ver como isso vai se desenrolar.
Ela dá um beijo nos dois e sai com os seguranças reais de Harry. É uma caminhada curta ao longo do lago Long Water até Kensington e eles encontram Gemma no Laranjal, onde uma dezena de membros da equipe de organização de eventos está correndo de um lado para o outro, erguendo um palco. Ela está subindo e descendo por uma fileira de cadeiras no gramado com um rabo de cavalo e galochas, falando com a voz tensa no celular sobre algo chamado “cullen skink” e por que é que ela pediria cullen skink e, mesmo se ela tivesse de fato pedido cullen skink, em que universo ela precisaria de vinte litros de cullen skink para alguma coisa.

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red, white and blue | l.s
Fiksi Penggemaraquela em que Louis é o filho da presidenta dos Estados Unidos e Harry é o príncipe da Inglaterra, e eles se apaixonam. - retirado do livro vermelho, branco e sangue azul e adaptado para larry -