Te odeio, Rafa.

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Nas sombras do meu ser, o ódio se esconde,
Destilando veneno, um fardo que corresponde.
Odeio minha essência, como um manto de dor,
Me afogando em autodepreciação, um mar sem fim.

Minha aparência, um espelho cruel,
Reflete a amargura, a crítica impiedosa que não se cura.
Cada traço, cada curva, são alvos de repulsa.
Meu corpo, um campo de batalha onde luto comigo mesma, não posso mostrar minha Aspareza.

Odeio minhas ações, cada passo que dou,
Um eterno arrependimento, um sentimento que perturba.
Fiz certo? Será? Errei? tudo bem? Exagerei? Nos abismos das incertezas, me lancei como uma tocha nas chamas inquietas da dúvida.

Chata e egocêntrica? vejo-me assim,
A voz interna sussurrando, alimentando a ansiedade sem fim.
A garota empática que sou com outros, para mim é um mistério,
Porque não consigo estender esse gesto para o meu próprio império.

Desenhos, estudos, hobbies e talentos que possuo,
Mas não se sentem suficientes, apenas um eco vazio.
A inutilidade paira, aos 18 anos, um fardo adicional que me afunda, uma jornada truncada.

Então aqui estou, lutando com meu eu,
Um poema de ódio, mas também um grito de adeus.
Pois a jornada é longa, e a cura pode vir,
Quando aceitamos nossas falhas, e aprendemos a nos permitir.

Mas não pense que me odeio.
No meio de tudo isso que sinto cá dentro,
Há um amor por mim mesma, ainda que vago.
Mas esse amor é delicado, como uma taça de vinho,
Qualquer comentário duro, pode deixá-la em pedacinhos.


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