Não aguento mais ter que fingir ser alguém, ter 500 personalidades para diferentes ocasiões e pessoas. Eu só quero ser eu mesma, sem dúvidas e sem medo de ser quem sou.
Encontrei-me em um tribunal, és realmente o juiz da vida? Há olhos famintos em todo lugar. Suplico que não me julgues e nem condenes meus pecados.
— Por favor, parem de me julgar!!! — disse aos ventos.
— Mas ninguém está te julgando, muito menos se importando. Sua existência é insignificante para nós. — proferiu o juiz da vida.
— Sinto olhares sobre mim, como se rasgassem minha pele e me torturassem com seus pensamentos. — expliquei já sem fôlego.
— Isso não é verdade. — expressou o juiz debochando de minhas palavras.
— Eu vejo e sinto isso! — Disse indignada.
— Você sente. Você é a única que se julga. — Disse o juiz, cuspindo fatos em minha face como se fosse tão óbvio.
— Acontece que tenho medo do que vão pensar... se eu contar, ainda vão me amar? — expliquei-lhe de forma que esperava uma solução e conforto.
— Você será feliz? — perguntou-me esperando uma clara resposta.
— Serei feliz se eles estiverem felizes. — não pensei em uma resposta melhor, era o que achava certo, eles felizes talvez seria feliz, também.
— E você, será feliz? — repetiu como se minha resposta fosse inválida.
—"Serei feliz?" — fiquei perplexa, sem saber responder.
"Serei feliz?" E se eu não for, e se for apenas uma fase, e se eu não quiser isso, e se me odiarem, e se... e se...
— Se serei feliz não sei, sr. Juiz. Mas serei livre.