26 - Natal

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— Tem um bebê na nossa cama — Natasha falou rindo com seus lábios sobre os de Maria

— Tem... — Maria falou tentando recuperar o fôlego enquanto elas se afastavam um pouco

Peter ainda tinha pesadelos frequentes, então quase todas noites o casal acabava levando o filho para a cama delas quando ele acordava assustado de madrugada.

— Não temos mais vida sexual

Natasha reclamou vendo o bebê deitado um pouco mais abaixo, entre elas no colchão, a ruiva fechou os olhos e tombou a cabeça para trás, encostando na cabeceira da cama.

Divididas entre aprender a cuidar de uma criança e o estresse e a correria do trabalho, o casal mal tinha tempo para si. Elas já nem se lembravam mais quando foi a última vez que ficaram realmente a sós.

Apesar de ter rido com a forma fofa e engraçada que a namorada reclamou, Maria também já estava um pouco incomodada com isso. Ela sentia falta de passar mais tempo sozinha com Natasha, desde a chegada de Peter elas não fizeram mais nada para elas, tudo era para ele.

Não que elas estivessem reclamando ou estivessem arrependidas de tê-lo adotado, longe disso, Maria e Natasha estavam felizes. Romanoff finalmente sentia que pertencia a uma família, e Hill havia encontrado a paz e tranquilidade que tanto procurou, mesmo que às vezes sentisse falta do seu apartamento calmo e organizado quando se deparava com os brinquedos espalhados por Peter em cada canto do lugar.

— A Laura entrou em trabalho de parto — Natasha contou lendo a mensagem que Clint havia enviado para ela

— Mas não falta praticamente um mês?

— Pelo visto o Cooper decidiu se apressar para chegar antes do Natal

(...)

— Se tivéssemos pegado o quinjet emprestado, teríamos chegado na fazenda antes do Clint levar a Laura pro hospital — Natasha resmungou enquanto passava as estações no rádio do carro

— Não podemos pegar o quinjet da agência para fins pessoais — Maria explicou mais uma vez, mesmo sabendo que a ruiva conhecia muito bem todos os protocolos da SHIELD

Natasha odiava fazer viagens longas de carro, naquele momento ela não sabia se odiava mais Maria por ser tão certinha quanto aos protocolos e regras ou Clint por escolher morar onde judas perdeu as botas.

— Vamos parar no próximo posto, preciso ir ao banheiro

— Nós paramos a menos de dez minutos

Natasha bufou frustrada. A ruiva alargou um pouco o cinto e deixou o corpo escorregar no banco do carona enquanto colocava os pés em cima do painel do carro. Em outras situações, Maria a teria mandado tirar os pés de lá, mas respirou fundo e decidiu ignorar.

— Só mais trinta minutos, amor

Maria tirou a mão direita do volante e repousou sobre a coxa da ruiva ao seu lado, e lhe informou o quanto faltava para chegarem com a intenção de tentar melhorar o humor da namorada.

E talvez tenha dado certo, Natasha sentou corretamente no banco e entrelaçou sua mão a de Maria.

— Peter está dormindo desde que saímos — a ruiva comentou

Hill desviou rapidamente a atenção da estrada para olhar o filho, confortável em sua cadeirinha no banco de trás, pelo retrovisor. Ela sorriu brevemente antes de voltar sua atenção à pista outra vez.

— Tá sorrindo porquê? — Natasha perguntou arqueando uma sobrancelha

— Ele está tão quieto que por alguns minutos eu esqueci que ele estava aqui — Maria comentou soltando a mão da ruiva para poder passar a marcha e então virou a cabeça para fitar a namorada — Nosso filho é a criança do carro, mas quem resmungou a viagem inteira como um bebê foi você

— Eu vou fingir que não disse isso para o bem do nosso relacionamento — Natasha disse e viu a namorada soltar uma gargalhada gostosa, por um momento ela esqueceu que ficou um tanto ofendida com o comentário e sorriu — Eu amo a gente!

A gargalhada de Maria cessou, ela trocou um olhar com a ruiva e então parou o carro no acostamento.

— Casa comigo?

A pergunta pegou Natasha totalmente de surpresa.

— O que? — a ruiva quase gaguejou

— Eu sei que esse não é exatamente o pedido mais romântico do mundo, eu nem comprei um anel, mas eu só senti que era o momento - Maria segurou a mão da namorada enquanto encarava aqueles lindos olhos verdes - Eu não consigo mais imaginar a vida sem você, Natasha. E eu nem quero ter que fazer isso. Eu quero viver tudo que eu puder viver com você ao meu lado, sei que já moramos juntas e temos um filho, mas eu quero oficializar isso. Quero te ver subir ao altar, quero que tenha meu sobrenome e também quero ter a honra de carregar o seu, quero que seja a minha esposa

Natasha sorriu com os olhos marejados, fazendo com que uma pequena lágrima escorresse por seu rosto. Maria a secou enquanto esperava ansiosamente pela resposta dela.

— Sim! — ainda um pouco atordoada com a declaração que havia acabado de receber, ela balançou a cabeça positivamente — Eu quero ser a sua esposa — ela sorriu

Maria soltou o ar que nem sabia quando havia prendido e respirou aliviada, ela realmente não estava pronta para caso recebesse uma resposta negativa. Hill então a puxou para um beijo, selando aquele momento especial.

(...)

Apesar de se adiantar praticamente três semanas, Cooper nasceu forte e saudável, ficou o fim de semana no hospital, mas ele e Laura foram liberados para passar o natal em casa.

Já se passava das dez, Cooper e Peter já estavam dormindo, Natasha terminava de pôr a mesa para ceia enquanto Maria ajudava Laura na cozinha.

— E aí, vai me contar motivo de estar toda radiante nos últimos dias? — Clint a puxou para um canto da sala de jantar

— A Maria me pediu em casamento

O arqueiro arregalou os olhos com a notícia e então sorriu.

— Parabéns, Nat — ele envolveu a amiga em um abraço forte e caloroso

— Você tá chorando?

— Claro que não — o moreno fungou e passou a mão rapidamente sobre os olhos, Natasha arqueou a sobrancelha e o encarou — Tudo bem, talvez eu tenha estado um pouco mais emotivo desde que o Cooper nasceu

A ruiva gargalhou e Clint apenas revirou os olhos.

— Aliás, quando foi isso?

— No carro, quando estávamos vindo pra cá

— Pera, isso foi há três dias, porquê não me contou antes?

— Porque o Cooper estava nascendo e era o seu momento de ficar todo radiante

O arqueiro abriu a boca para reclamar por sua amiga não ter lhe contado antes que estava noiva, mas seu raciocínio foi interrompido pelo choro de Cooper vindo da babá eletrônica que ele havia deixado sobre a mesa quando puxou Natasha para conversar.

— Vai lá, papai — Romanoff deu um tapinha em seu ombro e se virou para voltar a organizar a mesa

Enquanto via Clint correr até o andar de cima para ir ver o filho e escutava o papo animado entre Maria e Laura na cozinha ao lado, Natasha deu um breve sorriso, essa era primeira vez que ela comemorava o Natal e não podia estar acontecendo de uma forma melhor.

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Oi gente, voltei!

Mil perdões pela demora, muita coisa aconteceu no último mês e eu precisei me afastar. Mas já está tudo resolvido, então estou de volta e prometo não sumir.

Até o próximo capítulo, beijos!

Segunda Chance | BlackHillOnde histórias criam vida. Descubra agora