Stay the night at Yewon's

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Sem surpresas, Choi Soobin protagonizava novas fofocas, geradas segundo toda criatividade de mentes afogadas no álcool. A festa rendeu assunto pelos corredores da escola, o principal retratava sua inabalável lealdade à Yewon, posto que rejeitara Mihyun e qualquer outra em prol da Diretora Social do Grêmio Estudantil, preferindo quitar o desafio com seu irmão à traí-la.

Caso restasse dúvida acerca de seu envolvimento, a narrativa da heroica fidelidade dele e os sorrisos do "casal quase oficial" bastariam para saná-la. Os lábios dela, cheios e delicados, quase rasgavam as bochechas numa alegria reluzente.

Afinal, embora com discrição, Soobin parecia comprovar seus sentimentos por Arin publicamente e, quando ela o questionou sobre o evento, ele nunca se mostrou tão exultante ao lhe contar os acontecimentos — omitindo alguns detalhes mais intimistas, claro.

Quanto ao rapaz, para alguém cujo temperamento era retraído no geral, potencializado pela aparência sombria do estilo grunge, carregava um bom-humor iridescente desde a festa. Tornou-se mais simpático, aberto aos colegas de patotinha, trocava uma ou duas palavras sem sacrifício, sorria com mais frequência, principalmente nos incontáveis momentos de distração, pois também virara um devaneador, com a cabeça nas nuvens.

Logicamente, seu comportamento estranho só poderia simbolizar uma coisa: Enfim decidira avançar em seu relacionamento com Yewon, cujas amigas lhe deram os parabéns e uma enxurrada de conselhos. Audaciosa, ela resolveu pôr um deles em prática, abordando Soobin logo após o treino de líderes de torcida.

— Binnie.

Ele fechou o armário, lançando o sorriso enorme com o qual todos já se habituavam.

— Fala.

— Eu estava pensando... quer estudar biologia comigo? As provas já estão chegando e... — Engoliu com dificuldade. As amigas torciam por ela, bisbilhotando da esquina do corredor. — Vou te ensinar como tirar um A.

Fosse por inocência ou desatenção, ele não pescou suas intenções. Confuso (as provas só seriam dali a dois meses), apenas balançou a cabeça.

— Um A em biologia?

— É...

— Parece ótimo. Na sua casa?

— Isso! Esse final de semana, pode ser? Você pode dormir lá. A gente estuda e depois aluga um filme, sei lá — atropelou-se nas palavras.

Arin tinha dúvidas quanto ao convite. Achava Soobin um garoto muito certinho. Sua gentileza, tão característica e encantadora, também originava um cavalheirismo fofo, mas desnecessário, que parecia impedi-lo de tomar iniciativa.

Ele revelava a si mesmo nos pequenos gestos, demorou um ano inteiro para expor um sintoma concreto de seus sentimentos por Yewon. Convidá-lo para passar a noite com ela era um movimento abrupto, que violava o ritmo suave e cuidadoso de Soobin.

Levou tempo até que compreendesse o funcionamento dele, e ainda se desgastava tentando ler suas emoções. Espera-lo tomar outra atitude seria igualmente torturante, por isso decidiu seguir o conselho das amigas.

— Vou pedir pra mamãe, mas ela vai deixar — acrescentou, torcendo que a indubitável aprovação de Hyojung o convencesse.

— Se ela deixar, por mim, tudo bem.

— Sério? Combinado!

Devido aos compromissos do Grêmio, não iriam embora juntos àquele dia, então Yewon se despediu, saltitando até as amigas que irromperam em comemorações. Passaram a próxima hora engatadas numa conversa tão animada quanto encabulada sobre saúde sexual, despejando seus conhecimentos na amiga violentamente corada, porém contente.

Yewon's Brother • YeonBinOnde histórias criam vida. Descubra agora