Lucien se afastou dos lábios alheios para gemer quando seu peito plano foi apertado e os mamilos esfregados levemente por cima da roupa. Voltou ao beijo quando a mão do illyriano apertou sua nuca. Arqueou a coluna quando a outra mão desceu pelo meio de suas costas até a curva de sua bunda.
Foi bom, até que Azriel acertou um tapa forte em sua bunda, então ele sentiu correntes ao redor dos pulsos, feridas nas costas, a mão em sua nuca apertava dolorosamente.
Assustado, ele gritou de dor e medo, quase saindo do colo do illyriano antes de se lembrar de si mesmo e permanecer no lugar. Ele não estava preso, não estava ferido.
— Não.
Lucien repreendeu, então piscou pensando que talvez isso pudesse afastar o espião. Ele não queria que as carícias parassem, ele não saberia o que fazer se fosse expulso agora depois de cair na ilusão de que alguém poderia querê-lo. Ele... ele aceitaria qualquer coisa se significasse ser tocado como algo bonito e ouvir palavras de amor novamente.
— Quer dizer... eu... se você quiser... mas...
Lucien se calou ao sentir sua voz quebrar e ser forçado a segurar um soluço. Ele estava tremendo novamente, mas não de frio. O ruivo ainda podia sentir o tapa arder em sua pele e a sensação era apenas... ele não achava que "desconfortável" pudesse explicar.
O tapa era Beron, Tamlin, Amarantha, Ianthe, Rhysand, seus irmãos, seus inimigos, era cada pessoa que o fez se encolher de medo e se sentir tão pequeno quanto um frágil inseto a ser esmagado.
Houve um tempo em que ele poderia ter suportado melhor ceder seu corpo para um parceiro machucar, em dias realmente ruins, onde ele não conseguia se divertir com os tapas e mordidas contundentes, poderia ter fingindo prazer.
Talvez ele ainda pudesse em outros dias, se não estivesse com suas emoções tão esfoladas em carne viva como estavam. Hoje, no entanto, ele não podia fingir isso.
Ele ainda não queria que parasse, se Azriel realmente quisesse assim, ele abriria as pernas e deixaria que seu corpo fosse usado, tentando arrancar algum prazer do fato de quê o espião estaria gostando de tudo aquilo.
Ele só precisava ser tocado.
"Por favor", Lucien pensa ao puxar os joelhos contra as coxas do illyriano, efetivamente se prendendo um pouco mais ali, tentando pedir para não ser empurrado para longe por sua fala, mesmo sem forças para verbalizar isso.
Azriel, vendo o medo do raposo e sentindo o cheiro de sua aflição no ar, quase o afastou. Contudo, o espião se impediu de fazer isso ao ver o desespero naqueles olhos e sentir como ele se prendia a si.
Desse modo, ao invés de afastá-lo, o illyriano decidiu por fazer o que faria com qualquer outro amante. Tranquilizar e reafirmar que estava tudo bem não gostar de algo e que ele não faria nada que o outro não quisesse.
Quase o lembrou das vezes em que ele foi a "primeira vez" de alguém, geralmente de jovens guerreiros illyrianos excitados e encantados por um Encantador de Sombras que usa vários sifões para controlar seus poderes.
Os mais jovens, principalmente aqueles que recém chegaram a duas décadas de vida, geralmente não tinham uma noção muito ampla de consentimento ou como testar seus gostos sem tornar a situação opressora.
Esse aprendizado só se tornava mais debilitado no meio illyriano, onde os machos que queriam ficar com fêmeas lutavam entre si pela escolhida, deixando a fêmea com pouquíssima escolha sobre seu parceiro no melhor dos casos, no pior, ela simplesmente era levada.
Já os relacionamentos entre machos, bem... Geralmente eram mais pacíficos, a não ser que um macho se interessasse por outro que não retribuisse o sentimento. Neste caso, os dois poderiam lutar e o vencedor recebia seu prêmio, fosse o outro macho perto ou distante (ou morto).
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Sombras Outonais
FanfictionQuanto maior a luz, maior e mais escura será a sombras que se formará, é razão e consequência, não opostos, não complementares, mas uno e dois ao mesmo tempo. Para Lucien, infelizmente essa verdade é tanto figurada quanto literal. Sua vida, afinal...