Hey você, seja bem-vindo, essa é a história da minha vida. Quem sou eu? Me chame de Megan, Megan Leopold... esse é o nome que me foi dado pela minha família adotiva, clichê? Talvez um pouco, afinal "toda história com um final feliz precisa ter um começo ruim"... ai, só que não né.
Por mais que eu tivesse sido adotada, minha família sempre foi muito amorosa comigo, e me tratavam como se eu fosse parte deles desde antes de nascer. Por falar em nascimento eu nunca tive notícias da minha família de sangue, então sempre mantive em mente que o que me restava era seguir em frente, não pensar muito nisso e não me apegar a sonhos inalcançáveis, afinal, não se pode mudar o passado... muito menos trazer os mortos de volta à vida... Bom, vamos sair desse assunto "depre" e vamos ao que interessa, onde tudo começou...
Fui adotada ainda muito nova pelos Leopold, um casal simples de uma família incrivelmente grande que morava em uma metrópole bem movimentada. Tendo na época no máximo só uns 2 aninhos de idade eu não me recordo de nada que venha antes da família Leopold, tenho poucas recordações de uma casa grande e velha que suponho ser o orfanato mas nada além disso... Tive uma vida comum, fui uma criança feliz, bem humorada, brincalhona e sempre sorridente, por sorte o dinheiro nunca foi um grande problema para nossa família, mesmo sendo de classe média-baixa eles nunca deixaram de me dar presentes, sendo eles brinquedos ou roupas novas, é claro que como todos os outros nós tivemos momentos financeiramente ruins, mas nunca nos abalamos com isso, assim são os Leopold! Nunca nos deixamos abalar! Quando um de nós tinha um dia ruim, algum pateta ia lá e fazia algo para ajudá-lo.
Nós éramos uma família "diferente" em vários quesitos, mas um em especifico era o que chamava mais a atenção, todos éramos ruivos, incluindo a mim, por coincidência, o que se tornava a maior zueira quando nos juntávamos, havia sempre alguém que falava que "a festa 'tava pegando fogo" uma piada que nunca perdia a graça e sempre era feita e refeita, se tornava engraçada de tão repetitiva, nossa família não parava de aumentar, havia sempre um tio ou tia se casando (com outra pessoa ruiva, afinal, não tínhamos "recrutado" ruivos o suficiente ainda) e cada vez mais primos nascendo, o que era 'mega divertido quando eu era criança, por que se mais primos nascem significa mais criança pra brincar, né?
Bom, mas tudo que é bom dura pouco, logo eu cresci e vieram os compromissos, dos 15 aos 20 anos a escola era a coisa mais importante pra mim, não pela popularidade, eu não ligava pra isso, muito pelo contrário eu sempre estava sozinha em algum canto lendo um livro, ouvindo os pássaros, ou coisa parecida, nunca fiz questão de ter amigos e ninguém nunca fez questão de se aproximar de mim, afinal, eu era a "garota estranha", meu cabelo não era muito longo, 'tava mais pra médio, mas mesmo assim sempre estava desarrumado e por ser ondulado nunca soube direito o que fazer para diminuir o seu volume ou alinhar as ondas, de vez em quando ele colaborava comigo e se "controlava" mais isso era bem raro de acontecer, então o que muitos chamam de cabelo era, no meu caso, um desastre com o qual eu teria de aprender a lidar, não sabia quando, mas um dia saberia o que fazer com ele.
Nunca usei maquiagem, mas sempre amei chocolate o que fez meu rosto ficar parecendo a lua, cheio de crateras por conta das espinhas, usava óculos de armação fina e lentes redondas grossas, minhas roupas por outro lado sempre eram elogiadas, pelo menos isso no meu estilo eu acertava, bom eu acho... será que eles eram irônicos ao elogiar minhas roupas?... ah, quem se importa? Bem... onde eu parei? Ah sim, verdade, eu sempre fui a típica nerd esquisitona ruim em esportes e amante dos animais, às vezes parecia que eles falavam comigo, e eu por educação respondia, afinal, que tipo de monstro não diz "Oi" a um bichinho na rua?
O lado ruim dessa introversão toda era a preocupação que pairava nos olhos dos meus pais sempre que eles me buscavam da escola ou agora da faculdade. Por esse motivo, e também muita (MUITA) insistência da minha mãe, resolvi ir a uma festa que diziam que ia acontecer em uma das fraternidades, não intérprete mal, minha mãe nunca me forçou a nada, ela é muito compreensiva e sempre me disse que assim como eu também foi uma pessoa introvertida nas épocas de escola, mas que o meu nível de introversão talvez não seja muito saudável.
Mas convenhamos, um bando de adolescente que se acham incríveis bebendo como se não houvesse um amanhã e pulando com roupa e tudo em uma piscina cuja água já não permitia nem ver o fundo não me parecia muito saudável também...e mesmo assim, aqui estou eu, refletindo sobre a minha própria vida e pensando no que minha mãe diria se ela soubesse o que realmente acontece em uma festa de fraternidade enquanto olho para um ponto aleatório no céu até alguém esbarrar em mim e derrubar meus óculos no chão, interrompendo meu vislumbre das estrelas.
Ótimo, já não conseguia ouvir nada por conta da música alta, e agora outro sentido me foi tirado por um possivelmente muito embriagado e "amado" colega de faculdade. Juro que se alguém pisasse no meu óculos eu não responderia por mim.
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Alma Incandescente
Fantasy(Não revisado) Enquanto a materialização do espírito do elemento fogo luta para entender as verdades omitidas sobre si mesma, ela terá de enfrentar uma raça bárbara que almeja o poder destrutivo das chamas Sinopse: Megan Leopold é uma garota ruiva d...